S. José, Operário
1 Maio 2021
A "festa do trabalho", criada
pela Internacional Socialista em 1889, é celebrada, na Europa, no dia 1 de
Maio. A Igreja quis dar-lhe uma dimensão cristã. Por isso, Pio XII, em 1955,
instituiu a festa de S. José Operário, colocando-a nesse dia. Ninguém mais do
que o humilde trabalhador de Nazaré pode ensinar aos outros trabalhadores a
dignidade do trabalho, e protegê-los com a sua intercessão junto de Deus.
Lectio
Primeira leitura: Génesis 1, 26-2, 3
Disse Deus: «Façamos o ser humano à
nossa imagem, à nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre
as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que
rastejam pela terra.» 27Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem
de Deus; Ele os criou homem e mulher. 28Abençoando-os, Deus disse-lhes:
«Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Dominai sobre os peixes
do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na terra.»
29Deus disse: «Também vos dou todas as ervas com semente que existem à
superfície da terra, assim como todas as árvores de fruto com semente, para que
vos sirvam de alimento. 30E a todos os animais da terra, a todas as aves dos
céus e a todos os seres vivos que existem e se movem sobre a terra, igualmente
dou por alimento toda a erva verde que a terra produzir.» E assim
aconteceu.31Deus, vendo toda a sua obra, considerou-a muito boa. Assim, surgiu
a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia. 1Foram assim terminados
os céus e a Terra e todo o seu conjunto.2Concluída, no sétimo dia, toda a obra
que tinha feito, Deus repousou, no sétimo dia, de todo o trabalho por Ele
realizado.3Deus abençoou o sétimo dia e santificou-o, visto ter sido nesse dia
que Ele repousou de toda a obra da criação.
A criação do homem é o auge da criação,
porque, só ele, foi criado à imagem e semelhança de Deus. Deus invisível
reflete-se no rosto frágil do homem. Homem e mulher são imagem de Deus:
"Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os
criou homem e mulher." (v. 27). Como Deus trino, o homem é capaz de uma
relação interpessoal de amor. Mas a imagem de Deus no homem reflete-se também
na autoridade sobre o universo e na inteligência criativa, com que pode dominar
a natureza, desenvolvê-la e transformá-la. A capacidade de trabalho permite ao
homem tornar-se colaborador de Deus na obra da criação. É sobretudo este aspeto
que a liturgia de hoje põe à nossa meditação.
Evangelho: Mateus 13, 54-58
Naquele tempo, Jesus foi à sua terra,
ensinava os habitantes na sinagoga deles, de modo que todos se enchiam de
assombro e diziam: «De onde lhe vem esta sabedoria e o poder de fazer milagres?
55Não é Ele o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos
Tiago, José, Simão e Judas? 56Suas irmãs não estão todas entre nós? De onde lhe
vem, pois, tudo isto?» 57E estavam escandalizados por causa dele. Mas Jesus
disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria e em sua casa.» 58E não
fez ali muitos milagres, por causa da falta de fé daquela gente.
A condição familiar e laboral de Jesus
impediu os seus concidadãos de o reconhecerem como enviado de Deus, como
profeta. Era "o filho do carpinteiro" (v. 55). Segundo Lucas, ele
mesmo era carpinteiro: "Não é Ele o carpinteiro?..." (13, 55). O
Filho de Deus feito homem quis ser membro de uma família operária. Os seus
conterrâneos não conseguiram ver mais do que isso, desprezando-o, e não o
reconhecendo como o Messias. Mas não somos nós que havemos de ditar as
condições do Reino, que pode realizar-se em qualquer condição social e em
qualquer trabalho. E Deus gosta de surpreender-nos.
Meditatio
Na família humilde e operária de Nazaré,
o trabalho era expressão de amor. José foi carpinteiro toda a vida. Jesus
exerceu também essa profissão durante os anos de vida escondida, em Nazaré.
Depois do reencontro com os pais, em Jerusalém, Jesus "desceu com eles,
voltou para Nazaré e era-lhes submisso" (Lc 2, 51). A submissão e a
obediência de Jesus, em Nazaré, deve entender-se como participação no trabalho
de José. Se a família de Nazaré é exemplo para as famílias humanas na ordem da
salvação e da santidade, também o é no trabalho de Jesus, ao lado do
carpinteiro José. O trabalho humano, particularmente o trabalho manual, tem
especial acentuação no Evangelho. Com a humanidade do Filho de Deus, o trabalho
foi acolhido no mistério da Incarnação, tal como foi particularmente redimido,
no mistério da Redenção. Trabalhando ao lado de Jesus, José aproximou o
trabalho humano da Redenção. A virtude da laboriosidade teve especial
importância no crescimento humano de Jesus "em sabedoria, em estatura e em
graça" (Lc 2, 52), uma vez que o trabalho é um bem do homem, que
transforma a natureza e torna o homem, em certo sentido, mais homem. O trabalho
sincero, humilde, disponível no amor, une-nos a Cristo, filho do carpinteiro,
Filho de Deus.
Como religiosos, pelo nosso trabalho, além do mais, colaboramos na obra do
Criador, damos o nosso pequeno contributo pessoal para a transformação do mundo
e para a realização do projeto de Deus na história (cf. GS 34). O trabalho é
uma das expressões da nossa vida de pobreza. Os pobres trabalham para viver...
No trabalho, além do mais, precisamos de estar enamorados por Cristo-pobre,
trabalhador, "Filho do carpinteiro" (Mt 13, 55). Assim, como Ele,
teremos um coração pobre, sóbrio, com poucas exigências, aberto aos outros,
capaz de partilhar o que é e o que tem.
Oratio
Ó S. José, que, trabalhando com Jesus,
aproximastes o trabalho humano do mistério da Redenção, vinde em auxílio de
todos quantos se afadigam nas mais diversas profissões. Ajudai-nos a
compreender que o trabalho é um bem para quem o faz, pois, em certo sentido,
nos torna mais homens, mais imagem e semelhança de Deus, e é um bem para quem
dele beneficia. Ajudai-nos a conhecer e a assimilar os seus conteúdos, para
ajudar todos os homens a aproximarem-se mais de Deus, criador e redentor, a
participarem nos seus planos de salvação do homem e do mundo, e aprofundarem a
própria amizade com Cristo. Ámen.
Contemplatio
Na casa do pobre operário, as privações
sucediam às privações, e o pão devia faltar muitas vezes. José acabou por
encontrar trabalho como carpinteiro, e Maria fiava a lã ou o algodão. Quantas
graças prepararam aí para os trabalhadores e para os pobres! Não é que a lei
evangélica seja contrária à prosperidade dos povos, ela é, pelo contrário, a
condição mais favorável e a garantia, porque recomenda o trabalho, a justiça, a
temperança, que são as condições de sucesso; mas ao lado da lei, há os
conselhos, propostos às almas generosas. A Sagrada Família caminhou pela via
dos conselhos, na obediência, na pobreza, nas privações. O coração de Jesus
menino comprazia-se nestas cruzes pela nossa salvação, e as almas generosas
seguem hoje o mesmo caminho, completando, como diz S. Paulo, o que falta à
Paixão de Jesus, pela salvação do mundo.(L. Dehon, OSP 3, p. 136).
Actio
Repete muitas vezes e vive hoje a
palavra:
"Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos" (da Liturgia).
----
S. José, Operário (1 Maio)
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
ResponderExcluir