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Janeiro 2021
Tempo Comum - Anos Ímpares - III Semana -
Quinta-feira
Lectio
Primeira leitura: Hebreus 10, 19-25
Irmãos, 19temos plena liberdade para a entrada
no santuário por meio do sangue de Jesus. 20Ele abriu para nós um caminho novo
e vivo através do véu, isto é, da sua humanidade 21e, tendo um Sumo Sacerdote à
frente da casa de Deus, 22aproximemo-nos dele com um coração sincero, com a
plena segurança da fé, com os corações purificados da má consciência e o corpo
lavado com água pura. 23Conservemos firmemente a profissão da nossa esperança,
pois aquele que fez a promessa é fiel. 24Estejamos atentos uns aos outros, para
nos estimularmos ao amor e às boas obras, 25sem abandonarmos a nossa assembleia
- como é costume de alguns - mas animando-nos, tanto mais quanto mais próximo
vedes o Dia.
O autor da Carta aos Hebreus fez, até aqui,
uma exposição exaustiva dogmático-teológica sobre o sacerdócio de Cristo. Nesta
secção, expõe a reacção do homem diante da obra de Cristo, e tira consequências
práticas dos princípios doutrinais afirmados. Começa por chamar «irmãos» aos
seus interlocutores. Agora podem compreender melhor o significado cristão desse
nome. Podem ser chamados «irmãos» porque todos foram redimidos pelo sangue de
Cristo, podem entrar em comunhão vital com Ele e uns com os outros. O acesso a
Deus foi viabilizado pelo sangue de Cristo, pela sua obra em nosso benefício.
Temos um caminho novo e vivo para Deus, aberto através do véu da carne de
Alguém que é sacerdote, que é caminho. A própria pessoa de Jesus é o caminho
que havemos de percorrer pela conversão, pela conformação com Ele. Por isso,
devemos aproximar-nos d´Ele com as devidas disposições interiores, tais como a
pureza do corpo e do espírito conferida pelo baptismo, mas também com «fé» e
«esperança». Nas tribulações de vida, o cristão deve dar testemunho de que está
apoiado, sem hesitações, num Deus cujo nome é «fiel e verdadeiro» (Ap 3, 14).
Mas tudo isto não há-de ser vivido como busca de perfeição individual. Por
isso, há-de ser vivida no exercício da caridade: é preciso ser uns pelos outros
no exemplo, no estímulo, no apoio.
Evangelho: Mc 4, 21-25
Naquele tempo, disse Jesus à multdão:
«21Põe-se, porventura, a candeia debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é
para ser colocada no candelabro? 22Porque não há nada escondido que não venha a
descobrir-se, nem há nada oculto que não venha à luz. 23Se alguém tem ouvidos
para ouvir, oiça.» 24E prosseguiu: «Tomai sentido no que ouvis. Com a medida
que empregardes para medir é que sereis medidos, e ainda vos será acrescentado.
25Pois àquele que tem, será dado; e ao que não tem, mesmo aquilo que tem lhe
será tirado.»
Depois da parábola do semeador, Marcos
apresenta-nos dois pares de breves sentenças. O Evangelho é para todos na
comunidade. Por isso, deve ser colocado «no candelabro». Se alguém cair na
tentação de o guardar ciosamente para si, então ser-lhe-á tirado. A Sagrada
Escritura não é privilégio só para alguns, mas é para todos. Por isso, deve ser
posta ao alcance de todos. A fé recebida por mim deve ser posta ao serviço da
minha comunidade e de todos os homens.
No primeiro par de sentenças, a imagem da lâmpada que deve ser exposta sobre o
candelabro é desenvolvida por duas antíteses paralelas: o que está escondido
há-de ser descoberto, o que está oculto há-de vir à luz. O Reino, ainda que,
por enquanto, seja anunciado em parábolas, depressa virá à luz na sua glória, e
o Evangelho será anunciado a todos os povos.
No segundo par de sentenças, a antítese volta-se para a condição interna da
comunidade: a imagem da medida insinua a proibição de julgar os outros; a
segunda sentença está mais ligada à parábola do semeador: «aquele que tem»
corresponde à «boa terra», que acolhe a palavra e lhe permite produzir fruto.
Meditatio
O autor da Carta aos Hebreus faz-nos entrever
o mistério de Jesus Cristo, que transformou a situação do homem. Depois de se
detido a apresentar esse mistério, e o sacrifício agradável Si mesmo, que
Cristo ofereceu ao Pai, obtendo-nos a salvação, o autor manifesta o seu espanto
pela transformação que esse mesmo sacrifício operou em nós. Implicitamente, o
autor da Carta compara a nossa situação com a do Antigo Testamento, quando as
relações com Deus estavam sujeitas a limitações e a obstáculos de toda a
espécie. Só o Sumo Sacerdote podia entrar no santuário uma vez por ano. O povo
tinha que ficar fora dele, e não tinha caminhos para chegar a Deus. Na verdade,
os próprios sacerdotes eram imperfeitos, e os Sumos Sacerdotes eram pecadores
que deviam oferecer sacrifícios de expiação por si mesmos. Mas estes
sacrifícios eram ineficazes e não os tornavam dignos de se aproximarem de Deus.
Nós, os cristãos, pelo contrário temos plena liberdade para entrar no santuário
«no santuário por meio do sangue de Jesus. Ele abriu para nós um caminho novo e
vivo através do véu, isto é, da sua humanidade» (v. 20). Através da humanidade
de Cristo, podemos chegar a Deus, tendo uma guia para nos acompanhar no caminho
«um Sumo Sacerdote à frente da casa de Deus» (v. 21).
Este texto aplica-se bem à Eucaristia. Para penetrarmos no santuário, havemos
de caminhar por meio do sangue de Cristo neste caminho novo e vivo, que Ele mesmo
inaugurou. E não podemos avançar sem Ele. Por Ele, com Ele e n´Ele, avançamos
para Deus com toda a confiança, porque Cristo Lhe é agradável. As disposições
com que havemos de caminhar são a fé, a esperança e a caridade: «aproximemo-nos
dele com um coração sincero, com a plena segurança da fé, com os corações
purificados da má consciência e o corpo lavado com água pura. Conservemos
firmemente a profissão da nossa esperança, pois aquele que fez a promessa é
fiel. Estejamos atentos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas
obras» (vv. 22-24). O caminho que, desde já nos leva a Deus, no sacramento,
há-de levar-nos definitivamente a Ele para além da morte. Percorremos este
caminho em comunidade, em Igreja. Daí que, depois da fé e da esperança, seja
recomendada a caridade e a celebração comunitária da Eucaristia: «sem
abandonarmos a nossa assembleia - como é costume de alguns - mas animando-nos,
tanto mais quanto mais próximo vedes o Dia» (v. 25).
Louvemos o Senhor e agradeçamos-Lhe tudo quanto fez por nós em Jesus Cristo
morto e ressuscitado. Segundo a Carta aos Romanos, o Pai destinou Cristo a
servir de expiação, «como propiciatório» (ilasterion), com o Seu sangue, pelos
nossos pecado
s (cf. Rm 3, 26). Na Segunda Carta aos Coríntios, Paulo afirma: «Aquele que não
havia conhecido pecado (Cristo), Deus O fez pecado por nós para que nos
tornássemos n´Ele justiça de Deus» (5, 21), isto é, Cristo assumiu uma carne
pecadora, para se tornar vítima pelo pecado na carne pecadora, para que nós
fôssemos justificados diante de Deus. Assim Cristo é a «vítima de expiação»,
imolada em holocausto pelo fogo do Espírito (cf. Heb 9, 14) «pelos nossos
pecados"» (1 Jo 2, 2). Pode-se perfeitamente afirmar do Seu sangue aquilo
que o Levítico diz do antigo holocausto que «consumado pelo fogo» era «perfume
suave para o Senhor» (1, 17); esta imagem é retomada por Paulo: «Cristo
amou-nos e Se entregou por nós a Deus, como oferenda e sacrifício de agradável
odor» (Ef 5,2).
Oratio
Senhor Jesus, contemplamos com fé o Teu lado
aberto do qual nascem rios de água viva para a nossa aridez e sangue precioso
para uma Redenção Eterna. Tu és o verdadeiro sumo sacerdote, que entrando uma
só vez no santuário, com o teu próprio sangue, ofereceste tudo o que era
necessário para a nossa redenção. Tu és o sacerdote, o sacrifício e o templo,
mas quiseste associar-nos a ti pela graça do baptismo. Por isso, queremos
unir-nos à tua oblação. Dá-nos um espírito generoso e agradecido para te
consagrarmos a nossa vida com obras de misericórdia. Amen.
Contemplatio
Jesus começou a dar o seu sangue, desde a
aurora da sua vida, na circuncisão. O seu sangue correu de todos os seus
membros durante a sua agonia no jardim das Oliveiras. Era o lagar anunciado por
Isaías (Is 63), onde o sangue do Salvador corria como o vinho, quando os bagos
são esmagados aos pés. O sangue correu do corpo adorável do Salvador durante a
flagelação cruel e prolongada que sofreu. Correu da sua cabeça adorável na
coroação de espinhos. Jesus perdia o seu sangue precioso levando a sua cruz até
ao Calvário. Derramou-o abundantemente das suas mãos e dos seus pés, quando foi
pregado à cruz, e estas fontes não se fecharam mais até ao esgotamento das
veias do Salvador. Jesus deu as últimas gotas do seu sangue quando o seu
Coração foi aberto pela lança. Mas a dizer a verdade, foi sempre o seu Coração
que deu o seu sangue. Derramava-o de boamente, dava-o com o seu sangue.
Derramava-o de boamente, dava-o com amor. Oferecia-o ao seu Pai por todas as
suas chagas como por tantas bocas suplicantes. No Antigo Testamento, o sumo
sacerdote levava ao Santo dos santos num vaso precioso os sangue dos vitelos e
dos cabritos para o holocausto e a reparação. Jesus ofereceu no vaso do seu
divino Coração todo o seu sangue precioso ao seu Pai. Derramou-o no Calvário,
como Aarão e os seus filhos o derramavam no Santo dos santos; e agora no céu
Jesus apresenta sempre o seu sangue ao seu Pai como um sacrifício único que
basta a tudo, ao holocausto, à acção de graças, à reparação e à impetração.
(Leão Dehon, OSP 3, p. 19).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Cristo entregou-Se por nós a Deus, como oferenda e sacrifício de agradável
odor» (Ef 5,2).
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
ResponderExcluirDEUS te abençoe e te ilumine. Obrigado pela reflexão.
ResponderExcluirSanta Maria, Rio Grande do Sul.
Obrigado Senhor, obrigado Dehonianos !!!
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