Domingo, dia 18 de novembro de 2018.
Evangelho de Mc 13,24-32.
Deus é todo poderoso, Senhor do céu e da terra e de todas as coisas
que existem. A força e o poder de Deus é superior a tudo o que existe, pois
tudo foi criado por Ele.
Quando o evangelista Marcos escreveu o seu evangelho havia muitas
guerras, tristezas, miséria, fome e naquele tempo muita gente era pagã e os pagãos
adoravam o Sol, a Lua e as Estrelas porque não conheciam o Deus verdadeiro. Os
profetas tinham afirmado que um dia esses astros perderiam sua luz e cairiam
(Is 13,10;34,4;) Os profetas queriam mostrar para os pagãos que existia Alguém superior,
muito mais poderoso, que seria capaz de destruir esses astros, que se quisesse
poderia fazer perder sua luz e até cair. Isto era um modo de dizer, uma
linguagem simbólica, uma metáfora. Na verdade os profetas não queriam dizer que
as forças cósmicas seriam abaladas e que o firmamento cairia, mas que o mundo
pagão seria destruído, o qual era representado por esses astros. Os profetas
conheciam o Deus verdadeiro, que os pagãos desconheciam, o verdadeiro Deus
criador de tudo, poderoso, forte podendo fazer o que quisesse. Deus é o Senhor
do céu e da terra e de tudo o que existe.
Quando Jesus falava destes acontecimentos, que o sol e a lua
escurecerão e da queda das estrelas ele não queria assustar ninguém é a maneira
que Jesus emprega para mostrar a grandeza e poder das intervenções de Deus. Que
Deus é mais poderoso de tudo e age em tudo. Com isso Jesus nos ensina que o
homem com todos os seus progressos e invenções, por mais maravilhosas que
sejam, é pequeno e fraco diante das imensidades criadas por Deus.
Podemos nos perguntar: será que Jesus voltará visivelmente ainda à terra? Sim. Jesus voltará
visivelmente a esta terra no fim do mundo, para julgar os vivos e os mortos, ou
seja, todos os homens, bons e maus. Jesus virá no fim do mundo, não mais de
modo humilde e simples como quando nasceu em Belém, mas revestido de grande poder, de majestade e glória.
Essa passagem do evangelho surge na liturgia da Igreja quando está
para terminar o ano litúrgico. Estamos perto do fim do ano, o que nos leva a
pensar na faxina de casa para o Natal, e no fim da nossa vida. Tempo de jogar
fora o que não presta mais, o que não é bom e nos leva a pensar na nossa vida
presente, o que temos que tirar do nosso interior, do coração, mudar, enfim
melhorar para ganharmos a vida eterna.
Jesus virá
para julgar e salvar. A vinda do Filho do Homem será marcada em primeiro lugar pelo julgamento a todos
aqueles que se opuseram aos seus ensinamentos, que viraram as costas para Ele,
que não quiseram seguir o seu mandamento do AMOR: “Amai-vos uns aos outros como
eu vos amei”. Enfim, todos que não quiseram ser fraternos, solidários, que não
praticaram a justiça, o perdão, a misericórdia, que desprezaram a verdade.
Todos que rejeitaram os ensinamentos do Reino, que não viveram a maior lei do
Reino, a lei do Amor. Porque o amor como nos diz São Paulo em sua 1 Cor13 ss “O
amor é paciente, bondoso, não tem inveja. O amor não é orgulhoso, não é
arrogante, não é escandaloso, não busca seus próprios interesses, não se
irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a
verdade. O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera. Tudo suporta”.
Em segundo
lugar a vinda do filho do homem será marcada pela Salvação dos eleitos. Todos que seguiram Jesus, que
se mantiveram fiéis a Ele serão salvos. A Salvação é obra do próprio Deus, que
envia seus anjos e reúne os eleitos. Em Mt 25,31 fala do juízo final, conta que
Jesus voltará na sua glória e vai separar os bons dos maus. Para os bons dirá:
“Vinde, benditos do meu Pai, tomai posse do reino que nos está preparado desde
a criação do mundo. Para os maus dirá: retirai-vos de mim, malditos! Ide para o
fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos”.
Portanto, meus queridos irmãos, um dia seremos julgados. Um dia
teremos diante de nós tudo o que dissemos, fizemos ou pensamos. Lembrando esse
dia em que seremos julgados, só nos resta procurar viver cristãmente. Viver
como Jesus ensinou. Amar sem medida. É necessário que nos preparemos para ser
contados entre os justos. Jesus morrendo na cruz já nos trouxe a Salvação,
agora está em nossas mãos fazer a nossa parte.
Para nos prepararmos para esse encontro com Deus, devemos dia-a-dia
examinar os caminhos e as obras que fazemos, para que nossa vida seja
irrepreensível e agradável a Deus. Todo dia rever tudo o que fizemos, nos
corrigir se por ventura fizemos alguma coisa errada e continuar fazendo o bem.
Queridos irmãos, que bom chegarmos diante de Jesus com as mãos
cheias de boas obras, de amor, de caridade, de justiça!
Jesus faz
uma comparação com a figueira. O que Ele quer nos ensinar? Quer nos ensinar que o Reino de Deus já está
no meio de nós, já está presente na vida da comunidade. Mas é preciso descobrir
essa presença nos sinais dos tempos e nos acontecimentos da história, na vida
da humanidade. É preciso aprender a lição da paciência. Seremos felizes se agirmos sempre com
paciência perseverante, suportando com calma as provações da vida e tendo
sempre para com todos um coração alegre e bondoso. Quando somos injuriados,
injustiçados é preciso agir com paciência, porque a paciência vence qualquer
barreira e nos leva à vitória. Nada se
compara com a paciência que tudo sofre e tudo conquista.
O que
Jesus queria dizer “O céu e a terra desaparecerão. Minhas palavras, não.” Jesus queria dizer que tudo o
que é da terra e material está sujeito a mudar e sofrer alterações, pois o universo
todo continua em evolução. Mesmo aquilo que parece existir para sempre poderá
sofrer alterações. O ensino de Jesus, porém, é infalível, não tem erros, não
varia com os tempos e lugares. Suas palavras serão sempre transmitidas como Ele
as revelou.
Jesus
disse que ninguém sabe quando será o fim do mundo, só o Pai do céu. Jesus queria dizer que ele
não teve a missão de revelar aos homens o dia do juízo final.
Não sabemos quando será o fim do mundo, mas sabemos que vamos
morrer e que o juízo chegará para cada um de nós no dia da nossa morte, será o
juízo particular, por isso devemos estar vigilantes para não sermos tomados de
surpresa. A morte é certa e muitas vezes, está próxima, e vem de maneira
inesperada. Por isso Jesus também disse: “estais atentos e preparados, porque
não sabeis nem o dia e nem a hora”.
É importante meditarmos sobre o fim do mundo que para nós é o dia
da nossa morte. Não importa saber quando, onde ou como será este fim, mas qual
será nosso estado de alma naquela hora, na hora de nossa morte. Em estado de
graça, na amizade com Deus, ou em pecado, rejeitando Deus?
Quem, ao longo de sua vida, tiver praticado o bem despertará para a
vida eterna. Pelo contrário, quem tiver praticado o mal despertará para a
rejeição eterna.
Jesus por ter feito somente o bem, “sentou-se para sempre à direita
de Deus”. E, assim, indicou o destino último de todo discípulo fiel, sentar- se
junto de Deus no céu.
Nosso maior empenho será em viver de tal modo que possamos ser
inscritos no livro da vida. Cristo nos deu essa possibilidade de vida eterna,
morrendo por nós, perdoando nossos pecados e nos santificando pela Eucaristia.
É importante que meditemos
sobre o fim do mundo, para nós a nossa morte. O que mais interessa não é saber
quando, onde ou como será esse fim, mas qual será nosso estado de alma naquela
hora.
Vamos, então, meus irmãos nos esforçarmos para viver de acordo com
a vontade e ensinamentos de Jesus. Assim alcançaremos a Salvação, o céu para
sempre, eternamente, pois é isto que Deus quer para todos nós.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Amei belíssima explicação. Não devemos ter medo do fim dos tempos, mas medo de estar sempre a presença real de Jesus Cristo no meio de nós.
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