16
de Outubro - Quinta - Evangelho
- Lc 11,47-54
Peçam
contas do sangue de todos os profetas, desde o sangue de Abel até o sangue de
Zacarias.
Neste
Evangelho, Jesus continua fazendo críticas aos mestres religiosos do seu tempo.
Críticas que valem também para nós, pois todos temos de prestar contas a Deus
dos nossos atos.
O
fato de os fariseus construírem túmulos para os profetas que os antepassados
deles mataram, é como que a continuação do gesto criminoso dos antepassados.
Por
outro lado, é uma hipocrisia porque agora, que os profetas estão mortos, são
exaltados com belos túmulos, sendo que esta geração continuará o crime dos seus
antepassados, matando o maior dos profetas, Jesus Cristo. É fácil exaltar um
profeta que já morreu, porque não está aqui para nos cutucar e denunciar. Nós
hoje continuamos essa pecado que, por exemplo, exaltamos os papas do passado e
criticamos o atual; exaltamos os líderes antigos da nossa Comunidade e
criticamos os atuais. O fato de construir belos túmulos para os profetas que
foram assassinados no passado, mostra que os antepassados no fundo sabiam que o
problema não estava nos profetas mas neles mesmos. Tanto que agora seus
próprios filhos os exaltam, pintando seus túmulos.
Profetas
são todos os que nos ensinam a Palavra de Deus, desde a catequista até o Papa.
O
Antigo Testamento tinha grande veneração pelas três principais instituições que
dirigiam o Povo de Deus: os profetas, os sacerdotes e os reis. Eles eram
ministros de Deus no serviço de ensinar (profetas), de santificar (sacerdotes)
e de governar (reis). Trabalhando em conjunto, essas três instituições deviam
manter a Aliança com Deus.
A
Bíblia enumera 104 profetas, dos quais 49 não são conhecidos pelo seu nome.
Dezessete profetas deixaram-nos a sua mensagem por escrito. São os livros
proféticos, entre os quais se destacam os livros dos quatro profetas chamados
maiores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel.
De
modo geral, todos os profetas sofreram perseguições e vários foram mortos
violentamente. O que os profetas mais denunciavam era a separação entre a fé e
a vida. E eles “davam nomes aos bois”, a começar pelos chefes do povo. Isso, é
claro, resultava na perseguição a eles.
Jesus
pediu, várias vezes, para acolhermos bem os profetas, pois é o próprio Deus que
no-los envia. “Quem vos recebe, é a mim que está recebendo; e quem me recebe,
está recebendo aquele que me enviou. Quem receber um profeta, por ele ser
profeta, receberá a recompensa de profeta” (Mt 10,40-41).
“Ai
de vós, mestres da Lei, porque tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não
entrastes, e ainda impedistes os que queriam entrar.” Eles impediam porque
explicavam as Escrituras de forma tão elevada e teórica que acabavam impedindo
o povo de entender as Escrituras.
“Quando
Jesus saiu daí, os mestres da Lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal...” A
reação foi negativa. Em vez de refletirem sobre as denúncias de Jesus, partiram
logo para o ataque. E ainda um ataque covarde: Armando ciladas para pegar Jesus
de surpresa. É sempre assim, as pessoas não ficam neutras diante de Jesus. Quem
não está do seu lado, passa a lutar contra ele. E é bom lembrar que Jesus está
presente hoje na sua Igreja, que é una e santa.
Que
Maria Santíssima nos ajude a ser bons profetas e profetizas do Senhor.
Peçam
contas do sangue de todos os profetas, desde o sangue de Abel até o sangue de
Zacarias.
Padre
Queiroz
Nenhum comentário:
Postar um comentário