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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Os cobradores de impostos e as prostitutas vão entrar antes de vós no Reino dos céu-Claretianos

Domingo, 28 de setembro de 2014
26º Domingo do Tempo Comum
São Venceslau, Mártir (Memória facultativa).
São Lourenço Ruiz e Companheiros, Mártires (Memória facultativa).
Outros Santos do Dia: Estáctea de Roma (mártir), Eustóquia de Belém (filha de Santa Paula, virgem), Eustóquio de Tours (bispo), Exupério de Tolosa (bispo), Fausto de Riez (bispo), Fausto de Tarbes (bispo), Lioba da Alemanha (abadessa), Marcial, Lourenço e seus vinte companheiros (mártires da África), Marcos, Alfeu, Alexandre, Zósimo, Nicon, Neon, Heliodoro e trinta soldados (mártires de Antioquia da Pisídia), Máximo (mártir), Privato de Roma (mártir), Silvino de Bréscia (bispo), Wiligodo e Martinho (monges de Vosges).
Primeira leitura:Ezequiel 18,25-28
Quando o ímpio se arrepende da maldade que praticou conserva a própria vida.
Salmo responsorial:Salmo 24(25),4bc-5.6-7.8-9 (R.6a)
Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e compaixão.
Segunda leitura: Filipenses 2,1-11
Tende entre vós o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus.
Evangelho:Mateus 21,28-32
Arrependeu-se e foi. Os cobradores de impostos e as prostitutas vão entrar antes de vós no Reino dos céu.
A conversão daqueles que o sistema religioso considera pecadores deveria ser um sinal profético com o poder de arrastar a todos para o caminho do bem. Contudo, não é o que ocorre. Cada sistema religioso organiza seus valores em escalas hierárquicas nas quais conta mais a posição que a própria consciência. O profeta Ezequiel e o evangelho se referem a esta terrível realidade: os que se consideram a si mesmos salvos são incapazes de mudar sua maneira de pensar para abrir-se à ação de Deus.
Os mais ilustres representantes da religião (sacerdotes judeus, fariseus, escribas, etc.) incorrem no pecado da falsa consciência religiosa, isto é, na pretensão injustificada de considerar-se salvos por seus próprios méritos e não pela graça de Deus.
Paulo apresenta uma aguda reflexão sobre este problema e nos chama à atenção sobre aqueles elementos de discernimento que nos permitem avaliar nossas práticas cotidianas à diáfana luz do amor misericordioso e do serviço solidário.
O profeta Ezequiel chama a atenção do povo, envolto em intrigas, espoliado pelas permanentes conspirações contra o império babilônico. A situação era extremamente precária logo após a primeira deportação, no ano 597 a.C. Os líderes do povo haviam sido obrigados a sair para terras estrangeiras e viviam em condições extremamente precárias. A situação em Jerusalém era extremamente volátil. A falta de discernimento, a manipulação dos sentimentos patrióticos e o oportunismo dos novos líderes os deixavam à mercê de uma nova e devastadora intervenção da Babilônia como efetivamente ocorreu em 587 a. C.
Em meio a tanta tensão, caos e confusão, o profeta faz um chamado ao bom senso. A falsa consciência religiosa estava inflando os planos das autoridades do Templo e dos altos funcionários da corte. Consideravam-se a si mesmo proprietários da salvação e pessoas acima do “bem e do mal”. Ezequiel chama-os à humildade e à honestidade, ao serviço ao povo e à justiça, pois, em nome do bem e da pátria, não cessavam de cometer crimes e injustiças que contradiziam o fundamento jurídico e ético da aliança de Javé com seu povo. Considerar-se a si mesmo justo, enquanto se cometiam as piores atrocidades não era senão um engano inútil. O bem consiste no respeito do direito e na prática da justiça.
A parábola proposta por Jesus, denuncia igualmente a falsa consciência religiosa. A vinha é a realidade do mundo, na qual o trabalho sempre é árduo e urgente. A essa vinha o Pai envia seus dois filhos. A resposta dos dois é ambígua. Contudo, somente o compromisso do que inicialmente se havia negado ao trabalho nos permite descobrir quem agiu coerentemente. Desse modo, Jesus denuncia os dirigentes e todo o povo que publicamente se compromete em servir o Senhor, mas que é incapaz de agir de acordo com suas palavras. Atitude que contratas com aqueles que parecem negar-se ao serviço, mas que acabam dando o melhor de si na transformação da vinha.
 Esta parábola propõe um dilema que deixa a descoberto a práxis de seus ouvintes e que, lida à luz dos acontecimentos da época de Jesus, nos mostra como os que eram considerados pecadores pelo aparelhamento religioso, na realidade eram os únicos atentos à voz do profeta. A conversação não é um assunto de proclamações solenes ou de prolongados exercícios piedosos, mas um chamado urgente à justiça e ao discernimento. As palavras de Jesus feriam a sensibilidade religiosa de seus contemporâneos que se consideravam autênticos seguidores de Javé e inigualáveis homens de fé. Jesus colocava diante deles o testemunho de pessoas consideradas como escória social: as prostitutas e os publicanos.
Prostitutas e publicanos eram somente profissionais terrivelmente desprezados. Os praticantes de tais “profissões” eram consideradas pessoas asquerosas e inadmissíveis entre as pessoas de bem. Jesus ridiculariza todos esses valores lançados a partir desse sistema religioso e mostra com fatos, que nem sequer a presença de um profeta tão grande como João Batista é capaz de transformar as consciências esclerosadas e estéreis daqueles que se consideram salvos unicamente pelo alto cargo que exercem na estrutura religiosa.
Paulo mostra a mesma realidade a partir do interior da comunidade cristã. Os fiéis, por suas próprias intenções, eram mais expostos a criar uma falsa consciência religiosa que os levasse a considerar-se superiores aos demais ou definitivamente salvos. O único critério para determinar a autenticidade das práticas cristãs é o que ele chama de “entranhas de misericórdia”, ou seja, o amor incondicional pelos excluídos e vítimas da opressão e da miséria. Para Paulo, os cristãos não podem examinar-se unicamente à luz de critérios piedosos, mas à luz da prática de Jesus que agiu sempre no mundo com entranhas de misericórdia.
 Para além de uma interpretação limitada ao contexto judaico do momento de Jesus, esta sua palavra pode e deve ser elevada à categoria universal e a princípio teórico: o da primazia do fazer sobre o dizer, da práxis sobre a teoria. Um irmão diz que sim, muito disposto, porém suas ações desmentiram suas palavras: sua palavra verdadeira e prática foi um não. O outro irmão pareceu estar desde o princípio fora do caminho da salvação, por suas palavras negativas e inaceitáveis; porém, apesar de suas palavras, ele de fato foi à vinha, “fez” ou cumpriu a vontade do Pai. Dizer/fazer, teoria/práxis: o evangelho apresenta, de um lado, sem vacilos, estas disjuntivas.
Oração: Ó Deus que nas grandes religiões mostras a todos nós a necessidade de coerência entre a palavra e a ação, dá-nos a coragem necessária para que purifiquemos nosso coração e fortaleçamos nossa vontade, de modo que haja entre uma e outra em nossas vidas uma total afinidade, tal como os experimentamos em Jesus, nosso irmão maior, que vive e ama contigo pelos séculos. Amém!


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