28 de Setembro - DOMINGO - Evangelho - Mt 21,28-32
João veio, e os
pecadores creram nele.
Neste Evangelho, Jesus
nos conta a parábola dos dois filhos. O pai pede ao primeiro para ir trabalhar
na vinha, ele fala que não quer, mas depois muda de opinião e vai. O pai faz o
mesmo pedido ao segundo, este fala que vai, mas não vai.
Jesus explica a
comparação: os publicanos e as prostitutas eram pessoas que levavam vida
errada, isto é, inicialmente disseram “não” ao Pai que é Deus. Mas depois se
arrependeram e acreditaram na pregação de João Batista e de Jesus.
Já os sumos sacerdotes
e os anciãos, que respondiam “sim” a Deus no Antigo Testamento, agora respondem
“não” ao mesmo Deus, no Novo Testamento. Portanto, eles agem como o segundo
filho da parábola, que disse que ia trabalhar na vinha, mas não foi.
Os próprio sumos
sacerdotes e anciãos se condenaram, dizendo que quem fez a vontade do pai foi o
primeiro filho, que representa os publicanos e as prostitutas. Jesus conclui
dizendo que os publicanos e as prostitutas os precederão no Reino de Deus.
Trazendo para nós
hoje, há pessoas que no passado diziam “sim” a Deus com generosidade, e hoje
são medíocres. E existem também exemplos contrários, de pessoas antes afastadas
e hoje engajadas e generosas para Deus e a Comunidade. O que vale é o que a
pessoa é hoje, não o que foi no passado. Os pecados do passado, Deus está
pronto a nos perdoar, se depois mudamos de idéia e nos convertemos. Outro
sentido é que Deus gosta mais das pessoas que cumprem com fidelidade e
perseverança a sua Lei, mesmo sem prometer nada, do que daquelas que prometem
muito e fazem pouco.
Mais do que palavras
bonitas, o que agrada a Deus são as ações corretas. Os fariseus gostavam de se
apresentar como santos, isto é, diziam “sim” na aparência, mas “não” nas ações.
Deus gosta de palavras bonitas, mas quando são acompanhadas de uma vida bonita.
Há pessoas que têm
facilidade em prometer, mas depois se esquecem e não cumprem. Como aquele que
disse: “Eu consigo parar de fumar; só este ano já parei três vezes!”
Existe até uma
afirmação de que emprestar é sinônimo de dar, porque quem pede emprestado
promete devolver mas não devolve. Deus não gosta desse tipo de gente. São
atitudes indignas de cristão. Se as pessoas cumprissem o que prometem, não
precisaríamos do SPC, CERASA etc. No dia do nosso batismo, os nossos pais e
padrinhos disseram “sim” a Deus em nosso lugar. E nós assumimos aqueles
compromissos na primeira comunhão, e o renovamos na crisma, e todos os domingos
na Missa, quando fazemos a profissão de fé. Como estamos hoje em relação aos
nossos compromissos batismais?
S. Paulo disse “não” a
Cristo, quando jovem. Mas depois disse “sim” e o manteve até a morte.
Assemelhou-se, portanto, ao primeiro filho da parábola.
E ele compara a vida
cristã com uma competição de corrida a pé. “Acaso não sabeis que todos correm,
mas um só ganha o prêmio? Correi de tal maneira que conquisteis o prêmio. Todo
atleta se impõe todo tipo de disciplina. Eles assim procedem, para conseguir
uma coroa corruptível. Quanto a nós, buscamos uma coroa incorruptível” (1Cor
9,24-25).
Quando Deus Pai chamou
seu Filho Jesus para a missão de redimir a humanidade, ele respondeu: “Eis me
aqui, ó Pai, para fazer vossa vontade!” (Hb 10,7). E depois perseverou naquele
“sim”. “Cristo humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz!”
(Fl 2,8). Jesus, portanto, não se assemelhou nem ao primeiro nem ao segundo
filho, pois respondeu “sim” a Deus Pai, e cumpriu esse “sim” até o fim da vida
terrena, e continua cumprindo hoje.
Cada dia que amanhece
é um novo presente que Deus nos dá. Quando abrimos os olhos e vemos a luz de um
novo dia, cabe a nós agradecer a Deus o dom da vida e vivê-la bem hoje, porque
amanhã não sabemos se estaremos vivos.
Certa vez, um casal
estava viajando numa cidade grande, em direção a um bairro desconhecido. Eles
iam à casa de um amigo, que os convidara para jantar.
O marido ao volante e
a esposa ao lado, indicando o caminho. Em determinado momento, ela disse: “Na
primeira esquina vire à direita”. Ele teimou que era à esquerda. Os dois
discutiram um pouco, mas por fim ela cedeu, a fim de que não chegassem à casa
do amigo mal humorados. Resultado: depois de muito andar, tiveram de voltar
àquela esquina e entrar à direita. Assim, chegaram atrasados no jantar.
Na volta, conversando
sobre o incidente, ela disse: “Se você tinha certeza de que eu estava errado,
por que não insistiu um pouco mais? Ela respondeu: “Entre ter razão e ser
feliz, eu preferi ser feliz. Estávamos à beira de uma briga. Se eu insistisse
mais, teríamos estragado a noite”
Dizer “sim” na hora do
casamento é fácil. Mas o importante é mantê-lo até o fim da vida.
O Natal se aproxima.
Não queremos celebrá-lo mal humorados ou carregando algum pecado. É para isso
que existe o advento.
Maria Santíssima
ganhou de longe desses dois filhos da parábola, porque ela, a exemplo do Filho,
disse “sim” para Deus no começo da vida e o manteve até o fim. Maria do “sim”,
rogai por nós!
João veio, e os
pecadores creram nele.
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