23 de Outubro -
Quinta -Evangelho - Lc 12,49-53
Neste evangelho, Jesus mais uma vez nos mostra
o seu amor, convidando-nos a conhecer sua missão em meio às alegrias e
dificuldades. Jesus veio nos trazer o Espírito Santo, o Espírito de amor, o
Consolador, Aquele que nos ensina todas as coisas.
Jesus nos deixa o exemplo: Ele que é o Rei se
fez pequeno quando pediu a João Batista para o batizar, batismo esse que nos dá
força em meio ao combate espiritual, onde a carne e o espírito conseguem
vivenciar dentro de uma fraternidade de amor e paz. Após o batismo, somos
chamados a vivenciar os frutos do Ressuscitado para que possamos ter uma vida
plena e cheia do Espírito Santo.
Jesus era consciente de que um efeito (ainda
que não desejado) do seu trabalho ia ser causa de divisão entre os partidários
do imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso inflamou a ira dos
funcionários do templo e de todos os que se consideravam donos da verdade. O
fogo da Palavra de Deus não era para funcionários lúgubres saturados de
doutrinas e sedentos de poder.
Mas o fogo de Jesus não é o fogo das paixões
políticas. É o fogo do Espírito que tem que ser aprovado na entrega total, no
batismo da doação pessoal. É um fogo que prende aí onde se abandonaram os
interesses pessoais e se busca um mundo de irmãos.
A paz de Jesus é um fogo purificador que não
se confunde com a “Pax Romana”, aquela paz que Roma (e qualquer império) se
esforça por proclamar. Esta é só uma tranquilidade institucional que garante a
vantagem dos opressores sobre os oprimidos, do império sobre os subalternos, da
injustiça sobre o direito.
O fogo purificador de Jesus faz amadurecer os
mensageiros, os discípulos, os profetas, os apóstolos. O destino deles, como o
do mestre, é sair ao encontro da obscuridade com um clarão que põe às claras
tudo o que a ordem atual esconde. O fogo põe as claras também as deficiências
pessoais, as ambições subterrâneas, os desejos reprimidos. O fogo que se prova
com a entrega total ao serviço do evangelho.
Devemos observar que o Senhor Jesus Cristo não
está atacando o relacionamento familiar, mas indica que nenhum laço terreno,
embora muito íntimo, poderá diminuir a lealdade a Ele.
Essa lealdade pode até mesmo causar em
determinados membros de uma família que eles sejam afastados ou ignorados pelos
outros por terem escolhido seguir a Cristo Jesus.
Podemos resumir que o Senhor Jesus Cristo se
refere a espada por ser um instrumento cortante e que na qual a sua vinda
causará separação em muitas pessoas, não porque Ele quer, mas pela opção de
cada um em segui-lo como Senhor e salvador.
Pai, que o batismo de Jesus, por sua morte de
cruz, purifique-me de todo pecado e de toda maldade, como um fogo ardente,
abrindo o meu coração totalmente para ti.
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