Segunda Feira da II Semana
do TC 20/01/2014
1ª Leitura 1 Samuel 15,
16-23
Salmo 49(50),23b”Ao que
procede retameente, a este eu mostrarei a salvação de Deus”
Evangelho Marcos 2, 18-22
" Quando se perde o melhor da Festa..."
Jejum no contexto desse evangelho significa uma interiorização para
aquilo que há de vir, significa guardar toda a alegria para exultar-se quando
vier Aquele que o nosso coração sonha e alimenta a esperança. Na Bíblia, que conta
a experiência de Vida de um Povo com seu Deus, vira e mexe se compara o Reino
com um grande banquete. Para o povo simples de Israel, principalmente os mais
pobres, que tinham apenas uma refeição principal ao dia, imaginar um banquete
já trazia alegria no coração além de água na boca. Banquetear-se é comer
"até ficar triste" como diz o povo. Pois o Reino era assim anunciado,
muita comida e bebida, carnes gordas e vinhos nobres.
Não podemos interpretar literalmente o texto Bíblico que faz essa
comparação, senão vamos pensar que o Deus Cristão é aquele que enche o nosso
estômago. Não é isso! Deus manifestado em Jesus é aquele que sacia toda nossa fome,
preenche totalmente todo nosso ser fazendo-nos realizar plenamente a ponto de
não sentirmos falta de nada nesta vida quando vivemos com ele a comunhão. Não é
assim que saímos de um banquete? Barriga cheia totalmente satisfeitos....Dizem
até que na cultura judaica, o convidado, em um gesto de gratidão e delicadeza
deveria, ao final da refeição "arrotar" demonstrando assim a sua
plena satisfação...
Pois os discípulos de Jesus já estavam comendo e se arregalando em uma
festança danada de boa, com a presença entre eles, do próprio Senhor, o Messias
esperado por todos enquanto que os de João e os Fariseus ainda estavam á
espera, fazendo jejum á espera do noivo e assim perdendo o melhor da
festa....Enquanto estes vinham com o milho, os de Jesus já retornavam com o
Fubá...
Por que isso acontecia? Não é porque os discípulos de Jesus eram mais
espertos ou mais inteligentes mas sim porque abriram o coração para acolher com
alegria o Mestre Jesus que trazia algo de novo e inédito, que a velha religião
não tinha para oferecer. Crer em Jesus de Nazaré e tornar-se discípulo exigias
um desprendimento de todo pensamento antigo, da tradição religiosa do passado.
E daí, os que se julgavam muito entendidos em religião, os Fariseus, não
queriam abrir mão de suas convicções religiosas, era melhor ficar com o
legalismo e o religiosamente correto do que correr o risco de perder a
salvação.
Hoje o recado é muito válido a todos nós cristãos do segundo, a essência
da verdadeira relação com Deus é o amor, a busca da justiça e da igualdade, o
respeito e a valorização da vida humana, se não nos abrirmos e nos adequarmos
para o método novo de evangelização e de anuncio do Reino na pós modernidade,
ficando fechados em nossas velharias religiosas, com a mente e o coração
trancados para os que pensam diferente, estamos pregando retalho de pano novo
em roupa velha, o tecido não irá resistir.
A essência do
Cristianismo é sempre a mesma, anunciamos Jesus Cristo, o mesmo de Ontem, de
hoje e de sempre, mas precisamos usar os novos métodos nessa missão, senão
vamos todos "mofar" em nossas igrejas, pastorais e movimentos, com
nossas práticas espirituais que não levam a lugar nenhum repetindo assim o
comportamento farisaico....
Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim SP
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