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quinta-feira, 5 de março de 2020

“ESTE É MEU FILHO AMADO, ESCUTAI-O” – Maria de Lourdes Cury Macedo




Domingo, 8 de março de 2020.
Evangelho de Mt 17,1-9

Jesus estava preparando seus discípulos para a sua paixão, morte e ressurreição. Para eles era difícil entender e aceitar essa condição, pois haviam deixado tudo para segui-lo. Deixaram casa, família, trabalho porque viram nele uma grande esperança de dias melhores. Jesus exercia em todos uma enorme atração, cativava todos, que se aproximavam dele. Agora Jesus falava em morte, sofrimento, dor, partida... era demais para os discípulos!
Passado uns dias depois do primeiro anúncio da sua paixão e morte e ressurreição, Jesus chamou Pedro, Tiago e seu irmão João, convidou-os para subir com Ele a uma alta montanha. Na Bíblia a montanha é o lugar da manifestação de Deus. E diante deles transfigurou-se. “Seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz”, manifestando a sua glória para que eles tivessem certeza de que Ele era realmente o Messias e para terem esperança que depois da morte viria o céu, o encontro com o Pai, à vida eterna.
Na montanha, que é símbolo do encontro com Deus, Jesus revelou para eles a sua verdadeira identidade: que além de homem, Ele também é Deus. Jesus se transfigurou, se transformou, deixou transparecer a sua divindade, possibilitando aos discípulos enxergar além da cruz, além da morte. Queria mostrar para eles o que aconteceria depois da morte, que existe uma outra vida. Que a morte não seria o fim, mas o começo de uma nova vida. De uma vida gloriosa, bela, feliz, sem sofrimento, sem tristeza, sem angústia. Seu corpo mortal, sujeito ao sofrimento, semelhante em tudo ao nosso, se revestiu do corpo glorioso e que nós também poderemos ter um dia.
Nisso apareceram dois homens e começaram a conversar com Ele. Eram Moisés e Elias, representantes do Antigo Testamento, da Lei e dos Profetas.
No momento sublime da transfiguração, em que Jesus se revela divino, que Ele deixa transparecer sua divindade, momento de muita intimidade com o Pai, suas vestes ficaram resplandecentes, brancas, iluminadas, e de uma nuvem que se formou ouviu-se a voz do Pai: “Este é o meu Filho muito amado, escutai-o”.
Era uma situação tão boa, tão bela, tão feliz, que Pedro sugeriu fazer três tendas para ficarem lá. Estes três discípulos tiveram a felicidade de experimentar antecipadamente o céu, a glória, o esplendor de Jesus e por isso queriam ficar lá. Queriam permanecer para sempre no alto do monte com o Filho de Deus transfigurado. Não queriam voltar ao cotidiano, ao dia-a-dia, à luta, ao trabalho...
Eles contemplaram e experimentaram a glória de Jesus, o seu esplendor. Para Pedro, João e Tiago foi uma experiência fascinante. Era desse jeito que eles queriam Jesus! Jesus glorioso, divino, sem sofrimento, sem tristezas, sem dor, sem cruz! Entretanto, era necessário descer o monte. Era necessário continuar a vida, passar pela cruz, para chegar à ressurreição, à glória eterna.
Pedro sugeriu para Jesus ficar na montanha. Por quê?  É muito bom estar na glória, no céu, na paz, na felicidade. Naquele momento, Pedro representava todo o ser humano, isto é, todos nós, que queremos viver a alegria da ressurreição, da páscoa, sem passar pela entrega e pela morte, sem passar pela dor, pelo sofrimento, pela cruz. Nós temos medo do sofrimento, da dor, da cruz, da morte, da tristeza, da contrariedade.
Também nossa natureza humana nos puxa para o comodismo, não queremos ter trabalhos ou dificuldades, queremos tudo que é fácil e prazeroso. Fugimos das situações difíceis e das que requerem esforço, sacrifício, doação. Nós não queremos cruz, sofrimentos, tristezas, compromissos, responsabilidades, morte.
Jesus nos ensina que não podemos ficar na montanha, isto é, só na contemplação, no bem bom, desfrutando da glória de Deus. Mas é preciso descer do monte.  É aqui embaixo, na planície, que temos de brilhar como Jesus, de ser luz para os irmãos, ser resplandecente para os nossos irmãos na nossa comunidade, através dos nossos gestos concretos de amor, de justiça, fraternidade, sinceridade.
Brilhar, apesar das tribulações da vida, das dores, dos sofrimentos, das decepções. Quem transforma o seu coração pela presença de Jesus apaga todo o ódio, todo o pecado e todo o rancor. É missão do discípulo de Jesus transfigurar o mundo, ser luz para o mundo.
A transfiguração de Jesus é sinal da sua vitória sobre a morte e a vitória do seu projeto. Jesus quis mostrar para os discípulos, que ele está além da cruz, do sofrimento, além da morte.  Ele quis mostrar o grande amor de Deus pela humanidade e o que Deus preparou para esperar o homem depois da morte, para aqueles que ouviram Jesus, para aqueles que seguem a pessoa de Jesus, que atendem o Pai, ouvindo Jesus. E ouvir Jesus é viver de acordo com sua Palavra, com o Evangelho, dando credibilidade aos seus ensinamentos. Sendo perseverante, firme, tendo uma vida exemplar.
A transfiguração de Jesus nos mostra que todo aquele que se esforça para ser outro Cristo, também irá ressuscitar para a vida eterna e vai viver glorioso com Jesus e como Jesus. Isto é uma grande esperança para todos nós, é uma imensa alegria, é motivo de perseverança é a grande recompensa que Deus nos dará.
Com a ajuda do Espírito Santo que Jesus já nos enviou, podemos nos transfigurar, nos transformar e conseguir inverter a situação atual do mundo em que vivemos, mundo de crimes, de violência, de ganância, de exploração, opressão, injustiça, de falsidade, de egoísmo, de inveja, corrupção, enfim, um mundo afastado de  Jesus e que O despreza.
Vamos ser outro Cristo glorioso para nossos irmãos, transfigurado, através dos nossos gestos de amor, de paz, de compreensão, de solidariedade. Vamos brilhar, vamos ser luz, ser transparentes, vamos ter roupas alvas, claras, limpas, resplandecentes como as de Jesus.

Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes


Um comentário:

  1. Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo continue iluminando a todos. Abraços fraternos.

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