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segunda-feira, 23 de março de 2020

-QUERIAM PRENDER JESUS-José Salviano.


27 de Março-2020

Evangelho – Jo 7,1-2.10.25-30

 


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1ª Leitura - Sb 2,1a.12-22

Vamos condená-lo à morte vergonhosa.
Leitura do Livro da Sabedoria 2,1a.12-22
Dizem entre si, os ímpios, em seus falsos raciocínios:
Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda:
ele se opõe ao nosso modo de agir,
repreende em nós as transgressões da lei
e nos reprova as faltas contra a nossa disciplina.
Ele declara possuir o conhecimento de Deus
e chama-se 'filho de Deus'.
Tornou-se uma censura aos nossos pensamentos
e só o vê-lo nos é insuportável;
sua vida é muito diferente da dos outros,
e seus caminhos são imutáveis.
Somos comparados por ele à moeda falsa
e foge de nossos caminhos como de impurezas;
proclama feliz a sorte final dos justos
e gloria-se de ter a Deus por pai.
Vejamos, pois, se é verdade o que ele diz,
e comprovemos o que vai acontecer com ele.
Se, de fato, o justo é 'filho de Deus', Deus o defenderá
e o livrará das mãos dos seus inimigos.
Vamos pô-lo à prova com ofensas e torturas,
para ver a sua serenidade
e provar a sua paciência;
vamos condená-lo à morte vergonhosa,
porque, de acordo com suas palavras,
virá alguém em seu socorro'.
Tais são os pensamentos dos ímpios, mas enganam-se;
pois a malícia os torna cegos,
não conhecem os segredos de Deus,
não esperam recompensa para a santidade
e não dão valor ao prêmio reservado às vidas puras.
Palavra do Senhor.

REFLEXÃO

Só a presença dos justos é o suficiente para deixar os injustos incomodados. E isso acontece por que o injusto sabe o quanto eles são culpados, e têm consciência de que os justos conhecem os seus planos e crueldades, e que são capazes de denunciá-los.

Isso sempre aconteceu em todo o desenrolar da História. Não é de hoje que inocentes morrem, por que sabem demais. Inocentes morrem, por que sabem o que os injustos fizeram no verão passado.

Porém, no dia do acerto de contas, os justos serão glorificados e os maus condenados para sempre.

 

Salmo - Sl 33, 17-18. 19-20. 2l.23 (R. 19a)

R. Do coração atribulado está perto o Senhor.

O Senhor volta a sua face contra os maus, *
para da terra apagar sua lembrança.
Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta *
e de todas as angústias os liberta.

Do coração atribulado ele está perto *
e conforta os de espírito abatido.
Muitos males se abatem sobre os justos, *
mas o Senhor de todos eles os liberta.

Mesmo os seus ossos ele os guarda e os protege, *
e nenhum deles haverá de se quebrar.
Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos, *
e castigado não será quem nele espera.

REFLEXÃO

O Senhor é o nosso escudo. Se Deus é por nós, quem poderá contra nós?  O senhor Deus do Céu e da Terra bem o sabe o quanto os maus são perigosos.  Deus sabe do que eles são capazes.

Por isso,  Pai eterno é o nosso escudo contra o poder do mal.  Ele nos protege e nos liberta das armadilhas dos malvados.

Rezemos diariamente pedindo  a proteção do Pai todo poderoso, contra os nossos irmãos injustos.

 

Evangelho – Jo 7,1-2.10.25-30

Queriam prendê-lo, mas ainda não tinha chegado a sua hora.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 7,1-2.10.25-30
Naquele tempo:
Jesus andava percorrendo a Galiléia.
Evitava andar pela Judéia,
porque os judeus procuravam ata-lo.
Entretanto, aproximava-se a festa judaica das Tendas.
Quando seus irmãos já tinham subido,
então também ele subiu para a festa,
não publicamente mas sim, como que às escondidas.
Alguns habitantes de Jerusalém disseram então:
‘Não é este a quem procuram matar?
Eis que fala em público e nada lhe dizem.
Será que, na verdade, as autoridades reconheceram
que ele é o Messias?
Mas este, nós sabemos donde é.
O Cristo, quando vier, ninguém saberá donde ele é.’
Em alta voz, Jesus ensinava no Templo, dizendo:
‘Vós me conheceis e sabeis de onde sou;
eu não vim por mim mesmo,
mas o que me enviou é fidedigno.
A esse, não o conheceis,
mas eu o conheço,
porque venho da parte dele,
e ele foi quem me enviou.’
Então, queriam prendê-lo,
mas ninguém pôs a mão nele,
porque ainda não tinha chegado a sua hora.
Palavra da Salvação.

 

REFLEXÃO
Os judeus se sentiam muito incomodados com a pessoa de Jesus e planejavam prendê-lo para depois matá-lo. Eles tentaram jogar Jesus morro abaixo, só que ainda não havia chegado a hora de Jesus se entregar. E foi assim que Ele, passando pelo meio dos judeus, foi embora seguindo seu caminho missionário.
Por meio deste texto do Evangelho, nós vemos que Deus é o Senhor de tudo. Tudo depende dele, depende da sua permissão. Deus controla tudo, absolutamente tudo, porém, respeita a nossa liberdade que nos foi dada por Ele. Não cai uma folha da árvore sem que Deus o permita.
Jesus, por um lado, gostaria de permanecer vivo na Terra por muitos anos, para cuidar do Plano de Deus, para nos conduzir a salvação.
Por outro lado, Ele tinha que seguir o Plano do Pai, de ser entregue e morto para depois ressuscitar.
Podemos ver tudo isso nos vários momentos de sua trajetória. Neste Evangelho, Jesus não permite que o joguem no abismo, e num passe como que de mágica, Ele como que hipnotizasse os seus inimigos, saiu andando e eles não correram atrás dele. Simples assim. Também quando Jesus recomendava para que as pessoas não dissessem que foi Ele que efetuou as curas, quando ele se afastava dos centros onde os judeus queriam prendê-lo...
Já o contrário,  indo a Jerusalém, Jesus praticamente se entregou aos seus adversários para que o prendessem. Jesus subiu ao Templo e sem medo pregava em alta voz denunciando os crimes e pecados dos líderes religiosos. Assim Ele cutucava os leões daqueles tempos com pequenas varas. Quando já havia chegado a sua hora, Jesus não se escondeu mais, e permitiu a sua prisão. Pois tudo teria de ocorrer conforme as escrituras...
Jesus tinha duas vontades. Uma de viver como todo homem normal na Terra, nos ensinando a praticar o bem e evitar o mal. E outra vontade de realizar o Plano de seu Pai, passando pela morte de cruz, e terminando com a ressurreição gloriosa.
Na sua oração no horto das Oliveiras, podemos notar que essas duas vontades de Jesus aparecem claramente. Em sua prece, Jesus pede ao Pai que o livre daquele cálice amargo. Porém, em seguida, Ele disse: Que seja feita a tua vontade, ó Pai!
Em todos os momentos da sua vida pública, Jesus falava sem medo, apontava os defeitos dos fariseus e doutores da Lei, pois Ele confiava na proteção do Pai. Ele sabia que o Pai não o abandonaria antes da hora
Notamos que o Pai não fez a vontade de seu Filho, movido pelo desespero do seu lado humano, Jesus lhe pediu uma mudança do Plano, livrando-o da morte que se aproximava, e que o fazia sofrer muito.
Prezadas irmãs e irmãos. É por isso que nós não sabemos o dia e nem a hora da nossa morte. Ela pode ser hoje, amanhã, ou o mês que vem. Só que nem desconfiamos quando será. E isso é muito bom! Sabe por que? Imagine se você soubesse que amanhã  será o seu dia. O dia em que você irá morrer! Como você estaria se sentindo neste exato momento? Estaria calmo e tranquilo? Se despedindo dos amigos com um belo sorriso no rosto? Não! Você estaria em pânico! Desesperado, pedindo a Deus que mudasse o seu plano, que o livrasse desse cálice amargo, como o lado humano de Jesus o pressionou a pedir ao Pai.
Você certamente já procurou um padre providenciou uma completa confissão de todos os seus pecados... você já explicou a todos os familiares onde estão os documentos, os papéis, recibos, contas bancárias, garantias e sei lá mais o que...
Jesus enquanto Deus ele sabia de tudo o que estaria por vir, nos mínimos detalhes. E foi por isso que o seu lado humano sofria muito o desespero da chegada da sua morte!
Nós não queríamos estar no seu lugar. Não é mesmo?
O Pai não atendeu o pedido do Filho e não o livrou daquele cálice amargo. Porém, fez melhor. O premiou no terceiro dia com a ressurreição!
Só Deus sabe melhor do que nós, o que nós realmente precisamos. Assim como aconteceu com Jesus, muitos dos nossos pedidos não são atendidos, para o nosso próprio bem. Deus nos nega algumas das muitas coisas que lhe pedimos, para nos dar outras coisas muito melhor. Pois só Ele sabe o que é melhor para nós.
Repare que Jesus não ficou aborrecido com a negação do Pai, apesar do seu lado humano ter gritado naquele momento de grande dor na cruz: Pai, por que me abandonastes?  
Muitas vezes nós ficamos decepcionados, tristes, quando Deus nos nega um pedido. Voltemos atrás, e façamos como Jesus. Seguir sempre o Plano do Pai, elaborado para nós. Seguir sempre a vontade de Deus, pois somente Ele sabe o que nós realmente necessitamos.  E por incrível que possa nos parecer, muitas vezes nós também precisamos sofrer.  Sofrer para aprender a viver, sofrer para nos purificar e um dia merecer a vida plena na Glória eterna!

Fica com Deus. José Salviano




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