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segunda-feira, 30 de março de 2020

-DOMINGO DE RAMOS, Ano A-José Salviano.


05 de Abril-2020

Evangelho – Mt  26,14-27,66

 


Você pode ouvir esta reflexão pelo seu celular. É só configurar a acessibilidade.

 

1ª Leitura - Is 50,4-7

Não desviei meu rosto das bofetadas e
cusparadas; sei que não serei humilhado.
Leitura do Livro do Profeta Isaías 50,4-7
 Senhor Deus deu-me língua adestrada,
para que eu saiba dizer
palavras de conforto à pessoa abatida;
ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido,
para prestar atenção como um discípulo.
 Senhor abriu-me os ouvidos;
não lhe resisti nem voltei atrás.
fereci as costas para me baterem e
as faces para me arrancarem a barba;
não desviei o rosto de bofetões e cusparadas.
Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador,
por isso não me deixei abater o ânimo,
conservei o rosto impassível como pedra,
porque sei que não sairei humilhado.
Palavra do Senhor.

REFLEXÃO

Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer
palavras de conforto à pessoa abatida.

Toda pessoa que se encontra acamada,  está carente de uma palavra amiga, uma palavra de conforto  por causa do seu desânimo.

Como é maravilhoso alguém  que chega  e levanta o seu ânimo com  palavras de conforto, palavras  inspiradas na palavra de Deus.

Se você tem o dom do aconselhamento, faça isso.  E será grande a sua recompensa no Céu.

 

 

 

Salmo - Sl 21,8-9.17-18a.19-20.23-24 (R.2a)

R. Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?

Riem de mim todos aqueles que me vêem,*
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
'Ao Senhor se confiou, ele o liberte*
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!'R.

Cães numerosos me rodeiam furiosos,*
e por um bando de malvados fui cercado.
Transpassaram minhas mãos e os meus pés
e eu posso contar todos os meus ossos.*
Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam! R.

Eles repartem entre si as minhas vestes*
e sorteiam entre si a minha túnica.
Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,*
ó minha força, vinde logo em meu socorro! R.

Anunciarei o vosso nome a meus irmãos*
e no meio da assembléia hei de louvar-vos!
Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores,
glorificai-o, descendentes de Jacó,*
e respeitai-o toda a raça de Israel!

REFLEXÃO

Este salmo é um prenúncio  do sofrimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.  Riram e zombaram do Filho de Deus.  Assim como riram e zombaram de tantos defensores dos pobres por este mundo afora, no decorrer da História!

Santos e santas foram também martirizados,  por terem escolhido defender os direitos dos humildes, por  se dedicarem as causas do Reino de Deus.

 

 

2ª Leitura - Fl 2,6-11

Humilhou-se a si mesmo; por isso,
Deus o exaltou acima de tudo.
Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses 2,6-11
Jesus Cristo, existindo em condição divina,
não fez do ser igual a Deus uma usurpação,
mas ele esvaziou-se a si mesmo,
assumindo a condição de escravo
e tornando-se igual aos homens.
Encontrado com aspecto humano,
humilhou-se a si mesmo,
fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz.
Por isso, Deus o exaltou acima de tudo
e lhe deu o Nome que está acima de todo nome.
Assim, ao nome de Jesus,
todo joelho se dobre no céu,
na terra e abaixo da terra,
e toda lingua proclame: 'Jesus Cristo é o Senhor',
para a glória de Deus Pai.
Palavra do Senhor.

REFLEXÃO

Jesus Cristo  não se aproveitou do seu poder divino para tirar vantagens, para se defender das injustiças e calúnias do seus algozes, nem para  se livrar  da condenação  e morte de cruz.

Jesus se deixou  ser levado ao Calvário, permitiu que o matasse. Porém,  no terceiro dia  o Filho de Deus voltou à vida glorioso.

 

EVANGELHO DA PROCISSÃO

Evangelho - Procissão - Mt 21,1-11

Bendito o que vem em nome do Senhor.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 21,1-11
Naquele tempo:
Jesus e seus discípulos aproximaram-se de Jerusalém
e chegaram a Betfagé, no monte das Oliveiras.
Então Jesus enviou dois discípulos,
dizendo-lhes: 'Ide até o povoado que está ali na
frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada,
e com ela um jumentinho.
Desamarrai-a e trazei-os a mim!
Se alguém vos disser alguma coisa, direis:
'O Senhor precisa deles, mas logo os devolverá'.'
Isso aconteceu para se cumprir
o que foi dito pelo profeta:
'Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti,
manso e montado num jumento,
num jumentinho, num potro de jumenta.'
6Então os discípulos foram
e fizeram como Jesus lhes havia mandado.
Trouxeram a jumenta e o jumentinho
e puseram sobre eles suas vestes, e Jesus montou.
A numerosa multidão estendeu suas vestes pelo caminho,
enquanto outros cortavam ramos das árvores,
e os espalhavam pelo caminho.
As multidões que iam na frente de Jesus
e os que o seguiam, gritavam:
'Hosana ao Filho de Davi!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Hosana no mais alto dos céus!'
Quando Jesus entrou em Jerusalém
a cidade inteira se agitou, e diziam:
'Quem é este homem?'
E as multidões respondiam:
'Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia.'
Palavra da Salvação.

 

REFLEXÃO

Nesse domingo nós festejamos a entrada triunfal de Jesus na cidade de  Jerusalém montado em uma jumenta.  Episódio que significa a manifestação de sua grandeza, porém com humildade.
O povo aclamou Jesus, reconhecendo a sua divindade. Hoje também existem muitos cristãos pelo mundo  todo que reconhecem Jesus como o Messias, o enviado do Pai ao mundo para salvação da humanidade.

A liturgia de Domingo de Ramos retrata fielmente a sequência da realidade  vivida e sofrida pelo Filho de Deus na Terra.  Ela divide-se em duas partes:
1ª - PROCIÇÃO DE RAMOS - É uma cena de um rei se aproximando  vitoriosamente em uma cidade,  aclamado pelo povo.  Ele não vinha em uma carruagem luxuosa puxada por vários cavalos fogosos, ou em uma limousine.  Mais sim, Jesus escolheu uma humilde jumenta para fazer a sua entrada gloriosa, porém com muita discrição.
Mas o carinho daquele povo era de reconhecimento pelos milagres recebidos, era uma recepção calorosa e sincera de pessoas simples  que não tendo nada para dar ao homenageado, dava o seu louvor, e colocaram  tapetes de folhagem  sacudindo ramos e gritando Hosana! Hosana ao rei que se aproxima deles com toda glória, ao mesmo tempo com toda humildade.

 

 

Evangelho - Mt 26,14-27,66

+ Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Mateus 26,14-27,66
O que me dareis se vos entregar Jesus?
Naquele tempo:
Um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes,
foi ter com os sumos sacerdotes
e disse: 'O que me dareis se vos entregar Jesus?'
Combinaram, então, trinta moedas de prata.
E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade
para entregar Jesus.

Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?

No primeiro dia da festa dos Ázimos,
os discípulos aproximaram-se de Jesus
e perguntaram: 'Onde queres que façamos os preparativos
para comer a Páscoa?'
Jesus respondeu: 'Ide à cidade,
procurai certo homem e dizei-lhe:
'O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo,
vou celebrar a Páscoa em tua casa,
junto com meus discípulos'.'
Os discípulos fizeram como Jesus mandou
e prepararam a Páscoa.

Um de vós vai me trair.

Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa
com os doze discípulos.
Enquanto comiam, Jesus disse:
'Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair.'
Eles ficaram muito tristes
e, um por um, começaram a lhe perguntar:
'Senhor, será que sou eu?'
Jesus respondeu:
'Quem vai me trair é aquele
que comigo põe a mão no prato.
O Filho do Homem vai morrer,
conforme diz a Escritura a respeito dele.
Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem!
Seria melhor que nunca tivesse nascido!'
Então Judas, o traidor, perguntou:
'Mestre, serei eu?'
Jesus lhe respondeu: 'Tu o dizes.'

Isto é o meu corpo. Isto é o meu sangue.

Enquanto comiam, Jesus tomou um pão
e, tendo pronunciado a bênção,
partiu-o, distribuiu-o aos discípulos,
e disse: 'Tomai e comei, isto é o meu corpo.'
Em seguida, tomou um cálice,
deu graças e entregou-lhes, dizendo:
'Bebei dele todos.
Pois isto é o meu sangue, o sangue da aliança,
que é derramado em favor de muitos,
para remissão dos pecados.
Eu vos digo: de hoje em diante
não beberei deste fruto da videira,
até ao dia em que, convosco, beberei o vinho novo
no Reino do meu Pai.'
Depois de terem cantado salmos,
foram para o monte das Oliveiras.

Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho se dispersarão.

Então Jesus disse aos discípulos:
'Esta noite,
vós ficareis decepcionados por minha causa.
Pois assim diz a Escritura: 'Ferirei o pastor
e as ovelhas do rebanho se dispersarão.'
Mas, depois de ressuscitar,
eu irei à vossa frente para a Galiléia.'
Disse Pedro a Jesus:
'Ainda que todos fiquem decepcionados por tua causa,
eu jamais ficarei.'
Jesus lhe declarou:
'Em verdade eu te digo, que, esta noite,
antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.'
Pedro respondeu:
'Ainda que eu tenha de morrer contigo,
mesmo assim não te negarei.'
E todos os discípulos disseram a mesma coisa.

Começou a ficar triste e angustiado.

Então Jesus foi com eles a um lugar chamado Getsêmani,
e disse: 'Sentai-vos aqui,
enquanto eu vou até ali para rezar!'
Jesus levou consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu,
e começou a ficar triste e angustiado.
Então Jesus lhes disse:
'Minha alma está triste até á morte.
Ficai aqui e vigiai comigo!'
Jesus foi um pouco mais adiante,
prostrou-se com o rosto por terra e rezou:
'Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice.
Contudo, não seja feito como eu quero,
mas sim como tu queres.'
Voltando para junto dos discípulos,
Jesus encontrou-os dormindo, e disse a Pedro:
'Vós não fostes capazes de fazer
uma hora de vigília comigo?
Vigiai e rezai, para não cairdes em tentação;
pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.'
Jesus se afastou pela segunda vez e rezou:
'Meu Pai, se este cálice não pode passar
sem que eu o beba, seja feita a tua vontade!'
Ele voltou de novo e encontrou os discípulos dormindo,
porque seus olhos estavam pesados de sono.
Deixando-os, Jesus afastou-se e rezou pela terceira
vez, repetindo as mesmas palavras.
Então voltou para junto dos discípulos e disse:
'Agora podeis dormir e descansar.
Eis que chegou a hora
e o Filho do Homem é entregue nas mãos dos pecadores.
Levantai-vos! Vamos!
Aquele que me vai trair, já está chegando.'

Lançaram as mãos sobre Jesus e o prenderam.

Jesus ainda falava, quando veio Judas, um dos Doze,
com uma grande multidão armada de espadas e paus.
Vinham a mandado dos sumos sacerdotes
e dos anciãos do povo.
O traidor tinha combinado com eles um sinal, dizendo:
'Jesus é aquele que eu beijar; prendei-o!'
Judas, logo se aproximou de Jesus, dizendo:
'Salve, Mestre!' E beijou-o.
Jesus lhe disse:
'Amigo, a que vieste?'
Então os outros avançaram
lançaram as mãos sobre Jesus e o prenderam.
Nesse momento, um dos que estavam com Jesus
estendeu a mão, puxou a espada,
e feriu o servo do Sumo Sacerdote,
cortando-lhe a orelha.
Jesus, porém, lhe disse:
'Guarda a espada na bainha!
pois todos os que usam a espada pela espada morrerão.
Ou pensas que eu não poderia recorrer ao meu Pai
e ele me mandaria logo mais de doze legiões de anjos?
Então, como se cumpririam as Escrituras,
que dizem que isso deve acontecer?
E, naquela hora, Jesus disse à multidão:
'Vós viestes com espadas e paus para me prender,
como se eu fosse um assaltante.
Todos os dias, no Templo, eu me sentava para ensinar,
e vós não me prendestes.'
Porém, tudo isto aconteceu
para se cumprir o que os profetas escreveram.
Então todos os discípulos, abandonando Jesus, fugiram.

Vereis o Filho do Homem sentado à direita do Todo-poderoso.

Aqueles que prenderam Jesus
levaram-no à casa do Sumo Sacerdote Caifás,
onde estavam reunidos os mestres da Lei e os anciãos.
Pedro seguiu Jesus de longe
até o pátio interno da casa do Sumo Sacerdote.
Entrou e sentou-se com os guardas
para ver como terminaria tudo aquilo.
Ora, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio
procuravam um falso testemunho contra Jesus,
a fim de condená-lo à morte.
E nada encontraram,
embora se apresentassem muitas falsas testemunhas.
Por fim, vieram duas testemunhas,
que afirmaram: 'Este homem declarou:
'posso destruir o Templo de Deus
e construí-lo de novo em três dias'.'
Então o Sumo Sacerdote levantou-se
e perguntou a Jesus: 'Nada tens a responder
ao que estes testemunham contra ti?'
Jesus, porém, continuava calado.
E o Sumo Sacerdote lhe disse:
'Eu te conjuro pelo Deus vivo
que nos digas se tu és o Messias, o Filho de Deus.'
Jesus respondeu: 'Tu o dizes.
Além disso, eu vos digo que de agora em diante
vereis o Filho do Homem
sentado à direita do Todo-poderoso,
vindo sobre as nuvens do céu.'
Então o sumo sacerdote rasgou suas vestes
e disse: 'Blasfemou!
Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Pois agora mesmo vós ouvistes a blasfêmia.
Que vos parece?' Responderam: 'É réu de morte!'
Então cuspiram no rosto de Jesus e o esbofetearam.
Outros lhe deram bordoadas,
dizendo: 'Faze-nos uma profecia, Cristo,
quem foi que te bateu?'

Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.

Pedro estava sentado fora, no pátio.
Uma criada chegou perto dele e disse:
'Tu também estavas com Jesus, o Galileu!'
Mas ele negou diante de todos:
'Não sei o que tu estás dizendo'.
E saiu para a entrada do pátio.
Então uma outra criada viu Pedro
e disse aos que estavam ali:
'Este também estava com Jesus, o Nazareno.'
Pedro negou outra vez, jurando:
'Nem conheço esse homem!'
Pouco depois, os que estavam ali
aproximaram-se de Pedro e disseram:
'É claro que tu também és um deles,
pois o teu modo de falar te denuncia.'
Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo
que não conhecia esse homem!'
E nesse instante o galo cantou.
Pedro se lembrou do que Jesus tinha dito:
'Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.'
E saindo dali, chorou amargamente.

Entregaram Jesus a Pilatos, o governador.

De manhã cedo,
todos os sumos sacerdotes e os anciãos do povo
convocaram um conselho contra Jesus,
para condená-lo à morte.
Eles o amarraram, levaram-no
e o entregaram a Pilatos, o governador.

Não é lícito colocá-las no tesouro porque é preço de sangue.

Então Judas, o traidor,
ao ver que Jesus fora condenado, ficou arrependido
e foi devolver as trinta moedas de prata
aos sumos sacerdotes e aos anciãos,
dizendo:
'Pequei, entregando à morte um homem inocente.'
Eles responderam: 'O que temos nós com isso?
O problema é teu.'
Judas jogou as moedas no santuário,
saiu e foi se enforcar.
Recolhendo as moedas, os sumos sacerdotes disseram:
'É contra a Lei colocá-las no tesouro do Templo,
porque é preço de sangue.'
Então discutiram em conselho
e compraram com elas o Campo do Oleiro,
para aí fazer o cemitério dos estrangeiros.
É por isso que aquele campo até hoje
é chamado de 'Campo de Sangue'.
Assim se cumpriu o que tinha dito o profeta Jeremias:
'Eles pegaram as trinta moedas de prata
- preço do Precioso,
preço com que os filhos de Israel o avaliaram -
e as deram em troca do Campo do Oleiro,
conforme o Senhor me ordenou!'

Tu és o rei dos judeus?

Jesus foi posto diante do governador,
e este o interrogou:
'Tu és o rei dos judeus?'
Jesus declarou: 'É como dizes',
e nada respondeu, quando foi acusado
pelos sumos sacerdotes e anciãos.
Então Pilatos perguntou:
'Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?'
Mas Jesus não respondeu uma só palavra,
e o governador ficou muito impressionado.
Na festa da Páscoa,
o governador costumava soltar o prisioneiro
que a multidão quisesse.
Naquela ocasião, tinham um prisioneiro famoso,
chamado Barrabás.
Então Pilatos perguntou à multidão reunida:
'Quem vós quereis que eu solte:
Barrabás, ou Jesus, a quem chamam de Cristo?'
Pilatos bem sabia
que eles haviam entregado Jesus por inveja.
Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal,
sua mulher mandou dizer a ele:
'Não te envolvas com esse justo! porque esta noite,
em sonho, sofri muito por causa dele.'
Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos
convenceram as multidões para que pedissem Barrabás
e que fizessem Jesus morrer.
O governador tornou a perguntar:
'Qual dos dois quereis que eu solte?'
Eles gritaram: 'Barrabás.'
Pilatos perguntou: 'Que farei com Jesus,
que chamam de Cristo?'
Todos gritaram: 'Seja crucificado!'
Pilatos falou: 'Mas, que mal ele fez?'
Eles, porém, gritaram com mais força:
'Seja crucificado!'
Pilatos viu que nada conseguia
e que poderia haver uma revolta.
Então mandou trazer água,
lavou as mãos diante da multidão, e disse:
'Eu não sou responsável pelo sangue deste homem.
Este é um problema vosso!'
O povo todo respondeu:
'Que o sangue dele caia sobre nós
e sobre os nossos filhos'.
Então Pilatos soltou Barrabás,
mandou flagelar Jesus,
e entregou-o para ser crucificado.

Salve, rei dos judeus!

Em seguida, os soldados de Pilatos
levaram Jesus ao palácio do governador,
e reuniram toda a tropa em volta dele.
Tiraram sua roupa e o vestiram com um manto vermelho;
depois teceram uma coroa de espinhos,
puseram a coroa em sua cabeça,
e uma vara em sua mão direita.
Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram,
dizendo:'Salve, rei dos judeus!'
Cuspiram nele
e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça.
Depois de zombar dele,
tiraram-lhe o manto vermelho
e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas.
Daí o levaram para crucificar.

Com ele também crucificaram dois ladrões.

Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão,
da cidade de Cirene,
e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus.
E chegaram a um lugar chamado Gólgota,
que quer dizer 'lugar da caveira'.
Ali deram vinho misturado com fel para Jesus beber.
Ele provou, mas não quis beber.
Depois de o crucificarem,
fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes.
E ficaram ali sentados, montando guarda.
Acima da cabeça de Jesus
puseram o motivo da sua condenação:
'Este é Jesus, o Rei dos Judeus.'
Com ele também crucificaram dois ladrões,
um à direita e outro à esquerda de Jesus.

Se és o Filho de Deus, desce da cruz!

As pessoas que passavam por ali o insultavam,
balançando a cabeça e dizendo:
'Tu que ias destruir o Templo
e construí-lo de novo em três dias,
salva-te a ti mesmo!
Se és o Filho de Deus, desce da cruz!'
Do mesmo modo, os sumos sacerdotes,
junto com os mestres da Lei e os anciãos,
também zombaram de Jesus:
'A outros salvou... a si mesmo não pode salvar!
É Rei de Israel... Desça agora da cruz!
e acreditaremos nele.
Confiou em Deus; que o livre agora,
se é que Deus o ama!
Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus.'
Do mesmo modo, também os dois ladrões
que foram crucificados com Jesus, o insultavam.

Eli, Eli, lamá sabactâni?

Desde o meio-dia até às três horas da tarde,
houve escuridão sobre toda a terra.
Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito:
'Eli, Eli, lamá sabactâni?',
que quer dizer: 'Meu Deus, meu Deus,
por que me abandonaste?'
Alguns dos que ali estavam, ouvindo-o, disseram:
'Ele está chamando Elias!'
E logo um deles, correndo, pegou uma esponja,
ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara,
e lhe deu para beber.
Outros, porém, disseram:
'Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!'
Então Jesus deu outra vez um forte grito
e entregou o espírito.

Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.

E eis que a cortina do santuário
rasgou-se de alto a baixo, em duas partes,
a terra tremeu e as pedras se partiram.
Os túmulos se abriram
e muito corpos dos santos falecidos ressuscitaram!
Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus,
apareceram na Cidade Santa
e foram vistos por muitas pessoas.
O oficial e os soldados
que estavam com ele guardando Jesus,
ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido,
ficaram com muito medo e disseram:
'Ele era mesmo Filho de Deus!'
Grande número de mulheres estava alí, olhando de longe.
Elas haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia,
prestando-lhe serviços.
Entre elas estavam Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago e de José,
e a mãe dos filhos de Zebedeu.

José colocou o corpo de Jesus em um túmulo novo.

Ao entardecer,
veio um homem rico de Arimatéia, chamado José,
que também se tornara discípulo de Jesus.
Ele foi procurar Pilatos e pediu o corpo de Jesus.
Então Pilatos mandou que lhe entregassem o corpo.
José, tomando o corpo,
envolveu-o num lençol limpo,
e o colocou em um túmulo novo,
que havia mandado escavar na rocha.
Em seguida, rolou uma grande pedra
para fechar a entrada do túmulo, e retirou-se.
Maria Madalena e a outra Maria
estavam ali sentadas, diante do sepulcro.

Tendes uma guarda. Ide, guardai o sepulcro como melhor vos parecer.

No dia seguinte,
como era o dia depois da preparação para o sábado,
os sumos sacerdotes e os fariseus foram ter com
Pilatos,
e disseram: 'Senhor, nós nos lembramos
de que quando este impostor ainda estava vivo, disse:
'Depois de três dias eu ressuscitarei!'
Portanto, manda guardar o sepulcro até ao terceiro dia,
para não acontecer que os discípulos venham roubar o
corpo e digam ao povo: 'Ele ressuscitou dos mortos!'
pois essa última impostura seria pior do que a
primeira.'
Pilatos respondeu: 'Tendes uma guarda.
Ide e guardai o sepulcro como melhor vos parecer.'
Então eles foram reforçar a segurança do sepulcro:
lacraram a pedra e montaram guarda.
Palavra da Salvação

REFLEXÃO
2ª  PAIXÃO E MORTE - No Domingo de Ramos, festejamos este fato histórico, de grande alegria, para em seguida, depois da procissão, lembrar outro fato histórico, o da paixão e morte daquele que veio ao mundo para nos fornecer tudo o que precisamos para nos livrar do fogo eterno e um dia desfrutar das maravilhas do Paraíso.
 Muitos que viram aquela cena, ficaram admirados com a glória de Jesus, semelhante a um rei quando entrava em Jerusalém. Já outros pensaram que se tratasse de uma brincadeira festiva...
Um grande contraste marca então, a liturgia deste domingo: Na primeira parte, alegria pela glória do Filho de Deus, entre os humildes. Para em seguida, vermos o rosto de Jesus envolto em grande tristeza, por estar sendo humilhado pelos algozes  a mando da elite que o queria ver eliminado.

Na verdade são vários contrastes. Veja:
Guerrico d’Igny nos ajuda meditar na comemoração do domingo dos ramos: “A procissão nos leva a pensar em honras reservadas ao rei; a leitura da paixão mostra os castigos reservados aos ladrões. Num primeiro momento ele é cercado de glória e honra, do outro não tem beleza nem formosura (Is. 53,2). Na procissão ele é a alegria dos homens e glória do povo, do outro lado, o opróbrio dos homens e objeto de desprezo dos homens” (Sl. 22,7). De um lado é aclamado: hosana ao filho de Davi. Bendito o que vem, o rei, em nome do Senhor” (Mc. 11,10); de outro lado é declarado digno de morte e é ridicularizado o que se dizia rei de Israel. Num primeiro momento vai-se ao encontro dele com ramos de palmas. Do outro lado as mesmas mãos machucam seu rosto e o golpeiam com uma cana. Na procissão é cumulado de louvores, na liturgia no templo é coberto de insultos. De um lado as pessoas cobrem a estrada por onde ele passa com vestes e mantos, de outro lado é despojado de suas vestes. Num momento é acolhido em Jerusalém como rei justo e salvador e de outro é expulso de Jerusalém como um criminoso e um impostor. Senta-se sobre um asno, cercado de honra, depois é suspenso no madeiro da cruz, marcado pela flagelação, coberto de chagas, abandonado pelos seus… Se queremos, irmãos, seguir nosso caminho sem vacilar tanto nos momentos felizes como nas adversidades, contemplemos o senhor cercado de honra na procissão dos ramos, coberto de ultrajes e de sofrimentos na paixão… tal mudança de circunstâncias não mudou seus pensamentos….” (Guerrico d’Igny)

Depois da procissão, da leitura e reflexão do segundo Evangelho, nós lembramos a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que se entregou por nós. Aquele deixou que o matassem.  Aquele que morreu em oferenda ao Pai pelo perdão dos nossos pecados.
Iniciamos a homilia pela traição de Judas, aquele que entregou Jesus aos soldados por trinta moedas. Muitos questionam: Mas Jesus não era conhecido de todos, principalmente ao sumo sacerdote, doutores da Lei e escribas? Por que Ele teria de ser entregue, ou identificado por Judas?
Sim. Jesus naquela altura de sua vida, era conhecido por muitos, mas não para  os soldados romanos que  foram prendê-LO. Além disso, a prisão de Jesus aconteceu à noite, e também tanto Jesus como os seus amigos, os apóstolos, se vestiam mais ou menos iguais. Portanto, era necessário que alguém, no caso Judas, mostrasse de alguma forma quem realmente era Jesus, para que não fosse preso o homem errado. Não que os judeus estivessem preocupados em não matar outra pessoa inocente, mas sim, porque eles estavam obcecados e determinados a prender Jesus e não outro.
E dessa forma, foi entregue um inocente para ser condenado  a morte de cruz.  Hoje também muitos inocentes são presos por engano, ou são mortos confundidos com outros que praticaram alguma atrocidade, ou que não cumpriram os regulamentos do crime organizado.
Antes de sua morte, Jesus e seus apóstolos comemoraram a Páscoa, e nesse encontro Jesus inventou: A missa, a Eucaristia e  o sacerdócio.
A MISSA, porque aquele jantar foi a primeira missa realizada na Terra, e que é repetida em todos os altares do mundo inteiro diariamente, pelos sacerdotes e cristãos católicos.
A EUCARISTIA, porque Jesus tomando o pão e abençoando-o, disse: “Isto é o meu corpo...”
O  SACERDÓCIO, porque Ele disse: “Fazei isso em memória de mim...”  Dando o poder aos apóstolos, de transformar o pão e o vinho em seu corpo e seu sangue. Também disse em outro momento: “Eis que estarei convosco até a consumação dos séculos”, o que significa que aqueles primeiros padres seriam substituídos por outros até o fim dos tempos.
Pedro O negou por três vezes.  E você? E eu? Quantas vezes já negamos a Jesus?  Não dá nem para contar.
Negamos Jesus quando não respeitando os seus ensinamentos, agimos de acordo com o nosso egoísmo, de acordo com o instinto, de acordo com os ditames da carne, de acordo com o liberalismo, de acordo com a moda, de acordo com o consumismo, enfim, de acordo com o mundo. Negamos Jesus quando temos vergonha de nos confessar cristãos diante dos homens e das mulheres, como o fez Pedro  com medo de também ser preso e morto. Negamos Jesus quando não nos preparamos adequadamente para fazer um bom sermão, uma boa homilia, e confiando no nosso conhecimento próprio, nos aventuramos a falar algumas palavras de improviso, nos esquecendo  que a catequese é a coisa mais importante da santa missa, depois da Eucaristia.  Negamos Jesus quando  pecamos, quando ignoramos o nosso irmão, quando o excluímos, quando o discriminamos, etc.
Jesus começou a ficar triste e angustiado, e foi com os discípulos ao um lugar chamado Getsêmani para rezar.  Também nós por vezes ficamos angustiados quando alguma coisa não está dando certo em nossa vida, quando ficamos doentes, por exemplo,  quando perdemos um ente querido, quando se aproxima a nossa hora como foi o caso de Jesus Deus e homem.  E para nos dar o exemplo, Jesus enquanto homem se dirigiu ao Pai. Ele estava nervoso. Pois enquanto Deus, Ele sabia de tudo pelo qual iria passar. E enquanto homem, sentia uma tristeza mortal. "Então Jesus lhes disse: 'Minha alma está triste até á morte. Ficai aqui e vigiai comigo!'
E foi assim que  na cruz, o  Jesus-homem,  sentiu-se abandonado pelo Pai nos seus minutos finais de vida, e bradou:  'Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?'
Muitos de nós também já nos sentimos abandonados por Deus por várias vezes na vida. E costumamos perguntar: Por que, meu Deus?!
Meus irmãos. Precisamos confiar mais em Deus! Precisamos rezar mais.  Aquele momento de angústia, assim como de desespero que  Jesus-homem experimentou, passou logo. Enquanto que nós, pela nossa falta de fé e pela ausência de oração, podemos ficar dias angustiados e infelizes quando algo ruim nos acontece.

Mas a final. Por que mataram Jesus? Esta é uma pergunta que paira o tempo todo na mente daqueles que participam ou assistem a Paixão de Cristo. 
Acontece que naqueles tempos, na  Galileia, lugar de gente explorada e marginalizada, para a qual a missão  de Jesus se tornou, de fato, uma boa nova, a qual trazia, junto com suas ações as palavras, a libertação dos oprimidos, dos humilhados, dos deixados de lado. E esse trabalho de conscientização, atraiu sobre a pessoa de Jesus, a ira dos poderosos injustos. Jesus estava atrapalhando os seus negócios tão lucrativos.
Para entender melhor isso, é importante aqui nos reportar  a realidade político-econômica e  social porque passava a sociedade do tempo de Jesus:
Além da invasão romana, aquela sociedade,  os cristãos da Galiléia,  estava sofrendo o ataque ou a invasão dos “bandidos”  que fizeram uma verdadeira tomada de Jerusalém. Aconteceu que pequenos proprietários rurais que perderam suas terras pelos altos impostos, e pela improdutividade gerada  pela infertilidade do  ano sabático, que segundo o judaísmo, era um ano sem plantar, e a isso convém acrescentar os altos juros cobrados pelos saduceus os quais lhes emprestavam dinheiro,  esses pequenos proprietários rurais revoltados passaram a assaltar em grupos. Eles se escondiam nas cavernas, e assaltavam principalmente as caravanas romanas, e num trabalho semelhante ao de Robin hood, eles repartiam o produto do roubo com os excluídos. Por isso, os chamados “bandidos”, contavam com  o apoio e a simpatia do povo faminto e explorado pelos ricos proprietários de terras, entre eles, os sumos sacerdotes e doutores da Lei.
   A fúria  e a revolta desses pequenos proprietários de terra chegou ao ponto deles invadirem Jerusalém onde se achavam os arquivos e os documentos de suas dívidas injustas dos seus credores exploradores, entre eles, os anciãos, membros do Sinédrio, sumos sacerdotes. Naquela ocasião, que foi no ano de 66, os “bandidos”  queimaram os referidos documentos e mataram os seus respectivos credores.


Barrabás era um desses  chamados bandidos.  E desse modo, o povo que foi insuflado pelos líderes religiosos, e que ali gritava para que Jesus fosse crucificado, escolheu para ser libertado, Barrabás, em vez de Jesus.
Jesus, então,  condenado no lugar de Barrabás,  condenado e morto como se fosse um bandido, e até sendo crucificado entre dois deles, numa manifestação da prepotência da elite judaica que arrolou o poder romano para concretizar  aquela chacina, ou a morte de um inocente, o qual foi condenado exatamente por ser justo. Por defender os pobres da exploração dos poderosos e injustos líderes religiosos.
O ladrão Dimas que Jesus perdoou no seu momento final na cruz, na realidade, não era um assassino cruel e sanguinário, mas sim um daqueles chamados “bandidos” que na companhia de outros agricultores revoltados, reclamava,  apesar de forma violenta, os seus direitos de ter suas terras de volta e uma vida com abundância.
Jesus foi preso à noite. Por isso, era necessário alguém, que no caso foi Judas, para indicá-lo aos soldados romanos que vieram prendê-lo.
A morte de Jesus já estava decretada pelas autoridades religiosas. Só restava apenas pegá-lo. Por isso mesmo, Jesus só ficava em Jerusalém durante o dia, à noite dormia fora da cidade. Ele bem sabia que entre os discípulos havia um traidor.  Assim se explica o aspecto clandestino da ida de Jesus à noite a uma casa da cidade para celebrar a Páscoa.
Jesus é a vida que nasce da morte. No mundo inteiro, a repetição diária da celebração da Paixão do Senhor na Santa Missa, é necessária e indispensável para nos fazer entender o que significa a vitória do derrotado, o sucesso do fracassado, a glória da humilhação, a vida que nasce da morte.
A morte de Jesus, portanto, não ocorreu por acaso, mas é resultado de um plano diabólico de morte arquitetado pelos líderes religiosos e políticos, para anular a sua ação libertadora.
Porém, nada disso adiantou. Jesus ressuscitou e está vivo no meio de nós, assim como suas idéias, a sua Boa Nova, o Evangelho, que continua vivo até hoje no nosso meio, fertilizando as nossas mentes para semearmos o amor de Deus e a conscientização entre os oprimidos e os explorados.

E você, meu irmão,  vai, e faça o mesmo!

Bom domingo.

José Salviano.

 

 

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