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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

-3º DOMINGO DO ADVENTO Ano A-José Salviano


3º DOMINGO DO ADVENTO
Ano A

15 de Dezembro de 2019
Evangelho – Mt 11,2-11

 

- FELIZ AQUELE QUE NÃO PERDE A SUA FÉ EM MIM!-Mt 11,2-11-José Salviano

 

Naquele tempo:
João estava na prisão.
Quando ouviu falar das obras de Cristo,
enviou-lhe alguns discípulos,
para lhe perguntarem:
'És tu, aquele que há de vir,
ou devemos esperar um outro?'
Jesus respondeu-lhes:
'Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo:
os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam,
os leprosos são curados, os surdos ouvem,
os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados.
Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!'
Os discípulos de João partiram,
e Jesus começou a falar às multidões, sobre João:
'O que fostes ver no deserto?
Um caniço agitado pelo vento?
O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas?
Mas os que vestem roupas finas
estão nos palácios dos reis.
Então, o que fostes ver? Um profeta?
Sim, eu vos afirmo, e alguém que é mais do que profeta.
É dele que está escrito:
'Eis que envio o meu mensageiro à tua frente;
ele vai preparar o teu caminho diante de ti'.
Em verdade vos digo, de todos os homens que já
nasceram, nenhum é maior do que João Batista.
No entanto, o menor no Reino dos Céus
é maior do que ele.
Palavra da Salvação.



João Batista  que havia anunciado  a presença do Messias no meio  do povo, depois de saber que Jesus fazia refeições com os publicanos e pecadores, começou a duvidar se  Jesus  era mesmo o   prometido por Deus. E  então,  João que estava preso, enviou alguns discípulos até Jesus para perguntar-lhe se Ele era mesmo “Aquele que deveria vir” , ou se  deveriam esperar outro. 
João queria  ter mesmo certeza  porque o retrato forte  que ele havia traçado de Jesus poderia ser algo exagerado ou irreal. E por isso envia uma embaixada para questionar a Jesus.
João era um homem de fé, daquela fé que remove montanhas, um homem sistemático, franco e sem rodeios. Ele quer saber se realmente se tratava do Messias.
A resposta do Mestre é um resumo da atividade de sua atividade missionária. Os sinais que eram anunciados como típicos da época messiânica agora estão presentes e se realizam na pessoa de Jesus. Ele veio para cumprir toda a justiça do Pai. Assim, Jesus inicia suas atividades no meio dos empobrecidos da Galiléia.
 A resposta de Jesus aos amigos enviados por João, é direta: "Os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados".
Feliz aquele que não se perde a sua fé em mim!
Jesus faz questão de frisar que felizes somos todos nós que acreditar na sua pessoa pelos seus milagres.   Nós os que acreditamos que Jesus é o próprio Deus, pois provou isso pelos seus milagres, é que somos felizes de fato.
Meus irmãos. Aqui está  a razão da nossa fé!  Nós cremos em Cristo, em suas palavras, por que Ele provou que era Deus.  Porque se Jesus não tivesse feito nenhum milagre, Ele passaria pela História como um grande homem como qualquer outro.  Um grande defensor dos pobres, um defensor da justiça, um grande herói que defendeu tanto a verdade que acabou sendo morto pelos poderosos e injustos da época.
Mas sabemos que Cristo não foi, ou não é apenas isso. Cristo, pelos seus milagres, Ele nos revelou a sua divindade, e não obstante toda aquela sua humildade, Ele mesmo fala do seu poder: "A mim foi dado todo o poder, no céu e na Terra"  
É por isso que a nossa fé não é uma fé ingênua, infantil, uma fé não somente copiada da nossa avó, mas sim, uma fé científica baseada em fatos reais.  Em espetáculos nunca vistos antes e nunca repetidos depois, OS MILAGRES DE CRISTO!  
Alguns têm tentado com truques e com mágicas mascarar, ridicularizar os milagres  do Filho de Deus.
Mas nenhum deles acalmou uma tempestade, ou ressuscitou um morto enterrado já há quatro dias e cheirando mal. Além do fato de que nenhum mágico ou espírita adivinhão,  pode ser capaz de prever exatamente o futuro, como por exemplo, adivinhar os números da loteria que vai ser sorteada.
Já foi mostrado na televisão por assinatura, dois mágicos, ou supostos mágicos andando sobre as águas.  Mentira!  Um deles, em um lago, estava pendurado por um cabo invisível às câmeras, ou seja, cabo de aço com capa de silicone. Enquanto o outro, em uma piscina, caminhava em cima de um estrado de madeira colocado logo alguns centímetros abaixo da superfície da água.
Não adianta. Só Jesus Cristo foi e será capaz de andar sobre as águas. Qualquer mortal que se apresentar fazendo essa proeza, com certeza trata-se de um truque.
João Batista não era  “um caniço agitado pelo vento”, símbolo da instabilidade e da incerteza. Ele era um homem decidido, que não se deixou levar pelo sistema vigente. Ele não viveu em ambientes requintados da sociedade, não concordava com a sociedade que privilegiava uns e excluía outros. Ao contrário, João Batista foi um missionário destemido que proclamava a palavra de Deus sem medo de agredir a classe dominante da época. Foi um profeta. Um grande profeta, o maior e o último dos profetas.
E esse bravo profeta deve ser imitado por nós. Por que para falar a verdade, em muitos de nós, missionários  atuais, está faltando a garra, a coragem, a  fé, a dedicação do tipo custe o que custar, do grande missionário João Batista.
Talvez para alguns, a figura de João, possa lembrar um grande maluco, um grande fanático, um esquisito que se trajava de forma estranha e comia gafanhotos!...
Não é esse lado da pessoa de João que precisamos copiar. Mas sim, a sua determinação de anunciar a palavra de Deus ao mundo custe o que custar. Ele anunciou ao mundo em volta dele. O seu mundo conhecido. Mas felizmente, nós hoje podemos atingir o mundo inteiro com o anúncio do Evangelho, através dos recursos a que dispomos,  como é o caso da Internet.  Só está nos faltando a determinação e a coragem de João Batista!
É importante lembrar que João Batista não tinha cometido nenhum crime para estar na prisão. Pelo contrário, ele estava preso por exercer as duas principais tarefas básicas de todo profeta, que são:  ANUNCIAR e DENUNCIAR.
Assim, João encontra-se na prisão devido às críticas que ele fazia ao rei Herodes acerca do seu estilo de vida imoral, pelo fato de  estar a viver com a mulher do seu irmão.
Nós que desempenhamos o mesmo papel do profeta João Batista, geralmente só cumprimos a primeira tarefa da nossa missão, que é a de ANUNCIAR  o Evangelho de Jesus Cristo.  Quanto à segunda parte da nossa atividade profética missionária de DENUNCIAR, nem sempre temos a devida coragem de fazer isso. Poucos se arriscam em cutucar os leões da classe dominante com varas curtas. Muitos têm medo de se tornarem mártires.  Na História, temos mais heróis com qualidades proféticas, do que profetas com qualidade heroicas.  Podemos citar como exemplo: Tiradentes, alguns repórteres, e o grande Chico Mendes que foi morto por liderar os seringueiros na luta pela preservação dos  seus direitos, e por denunciar as injustiças dos poderosos da Amazônia brasileira.
Os profetas catequistas atuais devem estar unidos a Deus por Jesus e na Igreja, a nossa grande fé nos faz  como chama viva do fogo do Espírito Santo que queima a incerteza nas mentes das pessoas e no seu lugar, semeia a semente da fé.  Mas não podemos deixar que essa chama da nossa fé se enfraqueça.  Por que assim seremos como uma fogueira apagada, sem calor e triste, e sem fé não convencemos mais ninguém. Porque quem nada tem, nada pode dar. Todos vão perceber que nossas palavras estão saindo dos lábios e não de dentro de nós...
O profeta catequista atual tem de ser imitador de Cristo, tem de ser POBRE. Não estamos falando de um catequista mal vestido, faminto, mal cheiroso. Não.  Estamos falando do POBRE DE ESPÍRITO  que Jesus falou.  E nesse sentido, estamos nos referindo ao pobre que é desapegado dos poderes desse mundo,  aquele que se sente dependente de Deus. Que se sente insignificante, e  sabe que não passa de um esqueleto formado de carne, osso e pele, diante do poder infinito de Deus, mesmo que possua bens materiais, mesmo que seja economicamente rico.  E essa mentalidade é muito importante, porque a nossa missão profética só dará frutos se também nos sentirmos pequeninos, necessitados da graça de Deus, se formos portadores de uma humildade natural e não fingida.
Ao contrário, aquele arrogante que se apresenta diante dos fiéis para anunciar a palavra de Deus, está fazendo um desserviço ao Reino. Está fazendo um escândalo! A palavra de Deus deve ser anunciada com a devida humildade como nos ensinou Jesus.
O catequista-profeta atual não pode se deixar abater pelos seus problemas pessoais. Afinal, cadê a sua fé? Onde está aquela fé com a qual ele evangeliza? O profeta-catequista precisa praticar aquilo que está ensinando. Precisa confiar na mão firme de Deus que nos protege, nos socorre em nossas aflições.     Vai e faça o mesmo.


Fica com Deus. José Salviano

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