“UM PROFETA SÓ NÃO É ESTIMADO EM SUA PRÓPRIA PÁTRIA E EM SUA FAMÍLIA...” – Olivia Coutinho

Dia 02 de Agosto de 2019

Evangelho de Mt13,54-58

O caminho do profeta é um caminho marcado pela perseguição, pela rejeição e até mesmo, pela incompreensão das pessoas que fazem parte do seu convívio. Jesus, o profeta Maior de todos os tempos, passou por esta experiência, além de rejeitado pelas autoridades políticas e religiosas, Ele foi rejeitado também, pelos seus conterrâneos, por aqueles que deveriam ser os primeiros a acolhe-lo. 

Todos nós sabemos, que um profeta nunca é reconhecido no meio em que ele vive. Muitas vezes, é preciso que o profeta deixe o seu lugar de origem, para levar a verdade, à lugares onde ele não será avaliado pela sua condição social, e sim, pela a mensagem de Deus transmitida por ele. Ninguém estudou para ser profeta, e nem o é, porque escolheu ser, o profeta nasce do anseio daquele, que ao conhecer a verdade, não consegue calar diante a mentira. O que sai da boca do profeta, não são palavras suas, são palavras inspiradas por Deus, que tem como finalidade despertar a humanidade sobre os valores irrenunciáveis do evangelho.

Profeta é a voz que grita em defesa da vida, que não se intimida diante os poderosos. O profeta denuncia e anuncia, ele é um eterno insatisfeito, nunca se contenta com o que faz, está sempre acreditando que pode fazer algo mais em favor de um mundo mais justo.

A cruz é inevitável no caminho do profeta, pois são muitos os que vão tentar calar a sua voz, o que jamais conseguirão, pois nem mesmo a morte, cala a voz do profeta! É justamente, depois da morte do profeta, que a sua voz passa a ressoar com mais intensidade ainda, chegando até mesmo, por onde ele não pisou. 

O evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, nos fala do retorno de Jesus à sua cidade de origem: Nazaré. Em Nazaré, Jesus experimentou a dor da rejeição, uma dor profunda, por essa rejeição, ter partido dos seus conterrâneos, aqueles que deveriam ser os primeiros a acolhê-lo! 

Antes de saber que Jesus era o Messias, (enviado de Deus) o povo ficava maravilhado com as palavras que saiam de sua boca, mas, assim que a identidade do Messias, anunciado pelos os profetas, começava a ser revelada na pessoa Dele, a admiração do povo, caiu por terra. Aqueles que esperavam por um Messias triunfalista com poderes políticos, que fosse defender seus interesses pessoais, não quiseram aceitar um Messias de origem simples, que tinha o olhar voltado para os pequenos, os pobres, os marginalizados. Eles avaliaram Jesus pela a sua condição social, o mais importante, não quiseram ver: o Rosto humano do Pai, se revelando no filho de um carpinteiro!

Os compatriotas de Jesus tiveram nas mãos, a chave da felicidade, mas não se deram conta desta preciosidade, desperdiçando assim, a graça de Deus que chegou até a eles por meio de um dos seus. Em Nazaré, Jesus não pode realizar milagres, fez somente algumas curas, não por retaliação, mas pela falta de fé daquele povo,

“Um profeta só não é estimado na sua Pátria, e em sua família.” Estas palavras de Jesus, descritas no evangelho de hoje, leva-nos a um questionamento: estamos acolhendo bem o profeta que vive no nosso meio? Ou será que estamos acolhendo somente o profeta que vem de fora?

Dificilmente reconhecemos a sabedoria da pessoa simples. Nossa tendência, é acreditar somente nas pessoas graduadas. Com isso, deixamos escapar as mensagens que Deus quer nos passar através das pessoas simples, esquecendo, de que Jesus, o Mestre de todos os mestres, o profeta Maior de todos os tempos, serviu-se de meios humanos bem simples, para nos apresentar a proposta do Reino.

FIQUE NA PAZ DE JESUS! Olivia Coutinho

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