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domingo, 5 de julho de 2015

A tua fé te salvou-Dehonianos

06/07/2015

Tempo Comum - Anos Ímpares - XIV Semana - Segunda-feira
Lectio
Primeira leitura: Génesis 28, 10-22 a
Naqueles dias, 10Jacob saiu de Bercheba e tomou o caminho de Haran. 11Chegou a determinado sítio e resolveu ali passar a noite, porque o sol já se tinha posto. Serviu-se de uma das pedras do lugar como travesseiro e deitou-se. 12Teve um sonho: viu uma escada apoiada na terra, cuja extremidade tocava o céu; e, ao longo desta escada, subiam e desciam mensageiros de Deus. 13Por cima dela estava o Senhor, que lhe disse: «Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaac. Esta terra, na qual te deitaste, dar-ta-ei, assim como à tua posteridade. 14A tua posteridade será tão numerosa como o pó da terra; estender-te-ás para o ocidente, para o oriente, para o norte e para o sul, e todas as famílias da Terra serão abençoadas em ti e na tua descendência. 15Estou contigo e proteger-te-ei para onde quer que vás e reconduzir-te-ei a esta terra, pois não te abandonarei antes de fazer o que te prometi.» 16Despertando do sono, Jacob exclamou: «O Senhor está realmente neste lugar e eu não o sabia!» 17Atemorizado, acrescentou: «Que terrível é este lugar! Aqui é a casa de Deus, aqui é a porta do céu.» 18No dia seguinte de manhã, Jacob agarrou na pedra que lhe servira de travesseiro e, depois de a erguer como um monumento, derramou óleo sobre ela. 19Chamou a este sítio Betel, quando, originariamente, a cidade se chamava Luz. 20Jacob fez, então, o seguinte voto: «Se Deus estiver comigo, se me proteger durante esta viagem, se me der pão para comer e roupa para vestir, 21e se eu regressar em paz à casa do meu pai, o Senhor será o meu Deus. 22E esta pedra, que eu erigi à maneira de monumento, será para mim casa de Deus.
O conflito entre Jacob e Esaú, devido ao roubo da bênção paterna por parte do primeiro, provoca um movimento de fuga, que permite o encontro de dois ciclos da tradição: o que situa Jacob no clã de Isaac, em Bercheba, e o que o relaciona com Labão, na Mesopotâmia. Além da fuga, essa deslocação é motivada pela procura de uma esposa na Mesopotâmia, tal como fizera Abraão para o seu filho Isaac, Jacob passa por Betel. A visão nocturna que aí tem é um dos mais densos momentos de todas as tradições. Jacob recebe a promessa que o situa no seguimento da história iniciada em Abraão, numa teofania que lateralmente legitima o santuário de Betel. O compromisso solene de Deus torna a fuga de Jacob um caminho cujo sentido se acentua na presença penetrante de Deus, que realiza tudo quanto disse. De facto, Deus acompanhará e guardará Jacob mesmo no momento triste da fuga de Labão (31, 1-21) e revelar-se-á novamente, como presença amiga e garantia de bênção, no regresso a Betel (35, 1-15).
Neste contexto, encontramos uma série de elementos de natureza cultual que formam o esqueleto da narrativa: “lugar” (maqôm), que não sugere a existência de um lugar sagrado, mas apenas um espaço para passar a noite. Como aconteceu com Moisés no episódio da sarça ardente (Ex 3, 5), também Jacob experimenta que a presença divina precede a consciência do homem: é Deus quem escolhe e consagra o espaço sagrado. Esse é também lugar onde se revela. O sonho, em que Jacob “vê” a escada que se apoiava na terra e tocava o céu, indica a consciência da fé na qual é possível “ver” o Deus transcendente, que se torna presente ao homem para repetir a sua bênção. Como a Abraão, Deus promete a Jacob a terra e descendência. A oração de Jacob é a única resposta possível ao homem de fé, que experimenta o “terror” de uma presença santa e terrível.

Evangelho: Mateus 9, 18-26
Naquele tempo, estava Jesus a falar aos seus discípulos, quando um chefe se prostrou diante dele e disse: «Minha filha acaba de morrer, mas vem impor-lhe a tua mão e viverá.» 19Jesus, levantando-se, seguiu-o com os discípulos. 20Então, uma mulher, que padecia de uma hemorragia há doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe na orla do manto, 21pois pensava consigo: ‘Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada.’ 22Jesus voltou-se e, ao vê-la, disse-lhe: «Filha, tem confiança, a tua fé te salvou.» E, naquele mesmo instante, a mulher ficou curada. 23Quando chegou a casa do chefe, vendo os flautistas e a multidão em grande alarido, disse: 24«Retirai-vos, porque a menina não está morta: dorme.» Mas riam-se dele. 25Retirada a multidão, Jesus entrou, tomou a mão da menina e ela ergueu-se. 26A notícia espalhou-se logo por toda aquela terra.
A ressurreição da filha de Jairo e a cura da mulher que sofria de um fluxo de sangue, dois episódios embutidos na página evangélica, que hoje escutamos, mostram-nos que Jesus tem poder sobre a morte, que é o vencedor da morte, que é a ressurreição e vida. Sendo o Messias, vem trazer o reino de Deus, onde a morte não tem a última palavra. O Reino de Deus é vida. A existência de Jesus é uma parábola em acção: caminha para a morte, para a vencer na ressurreição. A fé em Jesus faz passar da morte à vida.
Jairo chega a casa de Mateus, onde Jesus fala de núpcias, de pano novo e de vinho novo (cf. 9, 16s.). As palavras do «chefe» da sinagoga (cf. Mc 5, 35; Lc 8, 41) introduzem o lamento pela morte da filha de 12 anos, e a súplica a Jesus para que lhe dê novamente a vida. Jesus levanta-se e vai a caminho da casa da defunta, quando uma mulher, que sofria de hemorragias, lhe toca na borla do manto. A sua fé dizia-lhe que isso bastava para ser curada. Efectivamente, Jesus diz-lhe: «Filha, tem confiança, a tua fé te salvou» (v. 22). Se perder sangue significa risco de morte, a cura da mulher preludia a vitória da Vida, em casa de Jairo: «a menina não está morta: dorme» (v. 24). Jesus é o vencedor da morte. É a Vida. Acreditar n´Ele, dar-Lhe espaço em nós, acolher a sua pessoa, é acolher a Vida, porque Jesus que, por nós experimentou a morte, a tragou pela sua ressurreição (cf. 1 Cor 15, 55). Para o crente, a morte corporal é como um simples sono e, deixar-se «tocar» por Jesus, é certeza de ressurreição. A vida, como caminho para a plenitude das núpcias de amor eterno, confiando em Jesus, tem nesta página uma exemplar interpretação. Viver é caminhar na fé, tocar e deixar-se tocar por Cristo vivo na Palavra, na eucaristia e no próximo.

Meditatio
As leituras de hoje levam-nos a rezar: Senhor, abre-nos os olhos e aumenta em nós a fé, para que possamos ver as coisas na sua verdadeira e profunda realidade.
A primeira leitura fala-nos de Jacob que, na sua fuga, chega a certo lugar onde resolve passar a noite. Toma por travesseiro uma pedra. Deus revela-se presente nessa pedra, e Jacob reconhece-O: «O Senhor está realmente neste lugar» (v. 16). Jacob ignorava a possibilidade de uma relação entre o céu e a terra. Mas o Senhor revelou-lha: «viu uma escada apoiada na terra, cuja extremidade tocava o céu; e, ao longo desta escada, subiam e desciam mensageiros de Deus» (v. 12). Aquela não era uma pedra qualquer. Era o lugar da presença de Deus.
Quantas vezes, durante a nossa vida, apenas vemos “pedras”, fixando-nos no aspecto imediato das realidades. Pode ser uma doença, uma contrariedade, um fracasso, uma desavença no trabalho ou na família. Tudo nos parece “pedras” no nosso caminho. Mas, se tivermos fé, descobriremos que essas “pedras” não são a realidade total. Para além das aparências, está presente o amor do Senhor, que nos oferece a possibilidade de uma relação viva com Ele, de uma transformação da realidade quotidiana em que nos situamos.
O evangelho também nos mostra que a fé vê na realidade novas possibilidades, invisíveis para quem não tem fé. A mulher doente tocou em Jesus com fé: «Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada» (v. 21). Foi um contacto bem diferente dos das outras pessoas que rodeavam Jesus. Marcos diz-nos que, ao ser tocado pela mulher, se voltou e perguntou quem o tocara. Os discípulos não tiveram dúvidas em responder: «Vês que a multidão te comprime de todos os lados, e ainda perguntas: ‘Quem me tocou?» (Mc 5, 31). Mas Jesus «continuava a olhar em volta, para ver aquela que tinha feito isso» (Mc 5, 32). Aquele fora um toque diferente, um toque com fé. O Senhor sabia-o. Por isso, afirma: «Filha, tem confiança, a tua fé te salvou» (v. 22). No episódio da filha de Jairo, Jesus expressa o que a fé vê, quando afirma: «a menina não está morta: dorme» (v. 24). Parece morta. Mas a fé vê que pode voltar à vida. Para quem não tem fé, são palavras sem sentido. Por isso é que o evangelho informa: «riam-se dele» (v. 24). Vêem a realidade concreta, e não enxergam as possibilidades que a fé oferece a quem crê. Por isso, afirmam: «É mais do que evidente que está morta. Não pode voltar à vida». 
Nós, os crentes, somos chamados a ver as novas possibilidades que a fé nos oferece, incluindo a transformação de realidades de morte em realidades de vida. É pela fé que os Sacramentos se tornam eficazes para nós. Não basta tocar o Senhor, ou ser por Ele tocados. Não basta, por exemplo, comungar para nos tornarmos santos. É preciso acolher o Senhor na fé.

Oratio
Senhor, meu Deus, Tu és Luz viva e fecunda. Nada em Ti é obscuro, nada em Ti é morte. Tu dás a vida a todas as criaturas, e ofereces o pão para toda a fome. Tu sacias toda a sede, e és paz para quem procura o teu rosto, e o contempla na nudez da própria carne. Bendito és Tu, Senhor! Bendito para sempre!
Senhor, eu creio, mas aumenta a minha fé para que possa descobrir a tua presença amorosa e solícita em todas as situações, em todos os momentos da minha vida. Para Ti, não há pedras, por duras, opacas e informes que sejam, onde não Te possamos encontrar e ver o teu rosto. Senhor, Deus de Abraão, de Jacob, de Jesus Cristo, aumenta a minha fé para que possa reconhecer-Te em tudo e sempre. Amen.

Contemplatio
Sabemos que a misericórdia de Nosso Senhor aceita as nossas cruzes dignamente suportadas como um empréstimo que retribuirá com usura. Uma ligeira tribulação prepara-nos um peso imenso de glória, acima de toda a medida (2Cor 4, 17). Que troca vantajosa! Que trazemos nós da nossa parte? Um nada, um desprezo, uma humilhação, uma doença, uma privação, tudo sofrido com paciência, com confiança e com fé. E Nosso Senhor vem com a sua graça, com a sua consolação, com o seu amor, com o seu reino. A nossa resignação toca-o, atrai-o, Ele vem, leva a maior parte da nossa pena, ajuda-nos a levar a outra, enxuga as nossas lágrimas, santifica-nos e coroar-nos-á. Não vemos também que a humilhação é a nossa salvação? Escutemos o rei David: «Foi para meu bem, Senhor, que vós me humilhastes» (Sl 118). A prosperidade cega-nos. Desconhecemos as bondades de Deus e a nossa pobreza, não sabíamos que tudo devemos a Deus e já não pensávamos que temos necessidade dele. Se não nos tivesse entregado às vezes ao sofrimento, a delicadeza, a moleza e a cobardia teriam tomado um terrível ascendente sobre a nossa alma. As suas flechas levam consigo a luz: à luz das tuas setas (Hab 3, 11). Elas não penetram no coração senão para aí levarem o remédio à preguiça, à infidelidade e às inclinações para os prazeres sensuais. (Leão Dehon, OSP 4, p. 362).

Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra
«Tem confiança, a tua fé te salvou» (Mt 9, 22).




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