10 de Maio - DOMINGO - Evangelho - Jo 15,9-17
Muitas pessoas hoje demonstram desânimo. As notícias são
deprimentes. Guerras intermináveis, sempre sendo inflamadas por
baixo das brasas. Populações africanas que são extintas pela fome, pelas
epidemias. Cruéis guerras religiosas na Ásia, na Indonésia. Extermínio das
crianças meninas na China. Violência em nossos bairros e cidades, corrupções em
nossas instituições.
Existe
alguém que pode dar um novo rumo a este mundo? A resposta é: você mesmo, mas
não sozinho. Alguém faz aliança com você. Ou melhor: com
vocês, como comunidade. E em sinal dessa aliança, deixou-lhes um exemplo e modo
de proceder: um novo mandamento. “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”,
isto é, até o fim, até o dom da própria vida, seja vivendo, seja morrendo. É o
que nos recorda o Evangelho de hoje.
Não há governo ou poder que possa nos eximir deste mandamento. Só
se o assumirmos como regra de nossa vida o mundo vai mudar. Não existe um mundo
tão bom e tão bem governado que possamos deixar de nos amar mutuamente com
ações e de verdade. Mas, por mais desgovernado que o mundo seja, se nos amarmos
mutuamente como Jesus nos tem amado, o planeta vai mudar.
Por que então, depois de dois mil anos de Cristianismo, o mundo
está tão ruim assim? A este respeito pode-se fazer diversas perguntas, por
exemplo: Será que os homens se têm amado suficientemente com o amor que Jesus
nos mostrou? E como seria a terra se não tivesse existido um pouco de amor
cristão? Não seria bem pior ainda?
O Apocalipse, lido nas liturgias deste tempo pascal, muitas vezes é
considerado um livro de terror e de medo. Mas, na realidade, ele termina numa
visão radiante da nova criação, da nova Jerusalém, simbolizando a indizível
felicidade, a ”paz” que Deus prepara para os que são fiéis ao novo mandamento
do seu Filho (2ª leitura). A nova Jerusalém é o povo de Deus envolvido pelo
esplendor, ainda escondido, do amor de Cristo, que o torna radiante, como o
amor do noivo torna radiante a sua amada. Quem é amado e se entrega ao amor,
torna-se amor.
É isso que deve acontecer entre nós. Jesus nos amou até o fim.
Nossa comunidade eclesial deve transformar-se em amor, irradiando um mundo
infeliz e desviado por interesses egoístas e mortíferos. Em vez de ver
somente o lado ruim da Igreja – talvez porque nosso olho é ruim -, vamos tratar
de vê-la como uma moça um tanto desajeitada e acanhada, mas que aos poucos vai
sentindo o quanto ela está sendo amada e, por isso, se torna cada dia mais
amável e radiante. Ora, para isso, é preciso que deixemos penetrar em nós o
amor de Deus e o façamos passar aos nossos irmãos, não em palavras, mas com
ações e verdadeiramente.
Padre
Pacheco
Comunidade Canção Nova
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