09 de Maio - Sábado - Evangelho - Jo 15,18-21
O Evangelho de São João realça a importância
fundamental da união a Cristo, a fim da missão ser fecunda: O segredo da
coragem e eficácia da missão do Apóstolo está na sua confiança inabalável na
Palavra no Espírito Santo que o anima e capacita.
O evangelizador não pode ignorar que terá de enfrentar muitas
dificuldades e oposições.
São Paulo fala-nos dos muitos sofrimentos que
teve de passar para anunciar o Evangelho: Trazemos, porém, este tesouro
em vasos de barro, a fim de que se veja que o nosso poder extraordinário é de
Deus e não nosso. Em tudo somos atribulados, mas não esmagados. Somos
confundidos, mas não desesperados. Somos perseguidos, mas não abandonados.
Somos abatidos, mas não aniquilados (2 Cor 4, 8-9; cf. 11, 22-29).
Os discípulos de Jesus terão de enfrentar o ódio
do mundo, tal como Ele o enfrentou. Esse ódio caracteriza o mundo, tal como o
amor caracteriza a comunidade cristã. Os discípulos serão perseguidos pelo
mundo, porque ele não suporta aqueles que se opõem aos seus princípios. Os que
optaram por Cristo são considerados estranhos e inimigos pelo mundo. A sua vida
é uma acusação permanente às obras perversas do mundo. É por isso que o homem
de fé é odiado. O ódio do mundo manifesta-se na perseguição contra a comunidade
dos discípulos de Cristo. Mas estes não devem desanimar na sua vida de fé e no
cumprimento da missão de evangelizar. A perseguição e o sofrimento hão-de ser
vividos em união com o Senhor. A sorte dos discípulos é idêntica à de Cristo: Se
me perseguiram a mim, também vos hão-de perseguir a vós.
O discípulo de Cristo sabe que, ao realizar a sua
missão, encontra a resistência do mundo. O evangelizador sabe que apesar de
estar no mundo ele não é do mundo, pois os seus critérios não são os do mundo,
mas os do Evangelho. Se o mundo vos odeia, reparai que, antes que a vós, me
odiou a mim. Se viésseis do mundo, o mundo amaria o que é seu. Mas, vós não
vindes do mundo, pois fui eu que vos escolhi do meio do mundo… Como vemos
Jesus, ao mesmo tempo em que prepara os discípulos para enfrentarem
perseguições, dá-lhes a garantia de que sua missão será eficaz.
As perseguições dos discípulos são as confirmações de que fazem
parte dos discípulos de Jesus: Felizes sereis quando vos insultarem e
perseguirem e, mentindo, disserem todo o gênero de calúnias contra vós, por
minha causa.
Segundo Paulo, como cristãos devemos nos manter firmes, tendo os
rins cingidos com a verdade e a couraça da justiça vestida. É interessante ver
como Paulo faz de nós valorosos guerreiros. A tua, e minha espada ou facão que
devemos trazer na mão é a Palavra de Deus. Ela é eficaz e penetrante, pois
chega ao mais fundo do espírito humano.
O evangelho lembra-nos que o servo não é
mais que o seu senhor. Não deves ficar assustado ou preocupado se ao teu
lado, verificares indiferença e hostilidade. É sinal de que estás fiel a Cristo
perseguido e à sua palavra de cruz. Não deves entrar em crise se muitos não
pensam como tu, se te atacam por todos os meios antigos e modernos. A fé é
sempre algo fora de moda. Por isso, há-de ser procurada e vivida na
oblatividade, que consiste no apelo à cruz, ao sacrifício, a saber, amar, à
justiça paga com a própria pele.
Portanto, fortalecidos pela presença de Cristo, e dóceis ao seu
Espírito, devemos empenhar-nos, como discípulos de Cristo, em denunciar o
pecado, em trabalhar para que o mundo dos homens, o nosso mundo atual, com as
suas forças, os seus dramas, se abra ao Reino de Deus.
Busquemos as forças na Palavra de Deus e no Espírito Santo, pois
eles são as forças que nos capacitam para desfazer as distorções dos corações
retorcidos pelas mentiras do homem velho, ou seja, do pai da mentira.
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