19 de Maio - Terça -
Evangelho - Jo 17,1-11ª
Bom dia!
Olhem o tamanho do
compromisso que temos como cristãos: Ser o reflexo de Jesus no mundo. “(…)
minha natureza divina se revela por meio daqueles que me deste”
A natureza divina de
Jesus se revela em cada um de nós, portanto devemos ver e rever constantemente
como a estamos refletindo. Quando digo “nós” refiro-me no singular e no
coletivo.
No singular, refiro-me
ao reflexo individual de cada um de nós perante aos questionamentos do mundo e
como coletivo ao ver a quantidade de pessoas que andam a margem da sociedade
perambulando pelas ruas de nossas cidades.
Esses dias vi uma
matéria no BOM DIA BRASIL sobre a quantidade expressiva de pessoas que mora nas
ruas ou em abrigos públicos e foi, para mim, surpreendente ver uma senhora,
moradora de rua, dizer que morar na rua é bom e que com freqüência recebe
roupas e agasalhos das pessoas e que também, em certas circunstâncias, recebem
comida de tamanha qualidade que “não tem talvez em sua casa” – referindo-se a
repórter.
A pesquisa apontava
que a maioria dos habitantes são homens na faixa etária de 22 as 40 anos,
solteiros e sem familiares. O desemprego, a falta de instrução e a ausência de
familiares como causas e as drogas e a violência como produto.
Foi duro sim ouvir a
moradora de rua dizer que é bom morar na rua. É duro ver alguém se conformar
com o que cai da mesa dos outros e desistir de querer algo melhor. Talvez seja
uma forma de justificar pra si próprio o que lhe acontece, mas o engraçado que
talvez ela tenha seus motivos de “se defender”, pois se retornamos do coletivo
para o singular, quantas pessoas andam por ai também perambulando, no entanto
suas vidas não têm nada de parecido com os moradores de rua?
Alguns têm uma vida
cômoda e bem distribuída, mas preferem ficar a parte da graça que o circunda.
Aqui se encontram as pessoas egoístas, rancorosas, gananciosas, fofoqueiras,
dissimuladas, desonestas, (…), ou seja, muitas das vezes, nós mesmos. Ao se
afastar de Deus também perdemos a nossa dignidade como seres humanos. Talvez o
morador de rua não tenha tido outra alternativa, mas isso, nós temos.
“(…) Cristão,
reconhece a tua dignidade. Por participares agora da natureza divina, não te
degeneres, retornando à decadência de tua vida passada. Lembra-te da Cabeça a
que pertences e do Corpo de que és membro. Lembra-te de que foste arrancado do
poder das trevas e transferido para a luz e o Reino de Deus”. (§1691 Catecismo
da Igreja Católica)
Na ascensão, Jesus
revela sua divindade e nos apresenta compromissos individuais e no coletivo.
Muitos dos nossos
problemas individuais seriam solucionados se pensássemos mais no coletivo, e os
que não são assim solucionados poderiam ser atenuados se parássemos de
acreditar que tudo precisa gravitar como planetas, ao nosso redor.
Crescer é refletir, é
abrir o horizonte de compreensão. Ser reflexo de Jesus não é se trancar em casa
e rezar, é nos relacionamentos sociais, no convívio com as pessoas, refletir
que sou um homem ou mulher de Deus e não mais uma criança.
“(…) Então, não
seremos mais como crianças, entregues ao sabor das ondas e levados por todo
vento de doutrina, ludibriados pelos outros e por eles, com astúcia, induzidos
ao erro. Ao contrário, vivendo segundo a verdade, no amor, cresceremos sob
todos os aspectos em relação a Cristo, que é a cabeça. É dele que o corpo todo
recebe coesão e harmonia, mediante toda sorte de articulações e, assim, realiza
o seu crescimento, construindo-se no amor, graças à atuação devida de cada
membro. Eu vos digo, pois, e vos conjuro no Senhor, que não vos comporteis mais
como se comportam os pagãos, por sua mentalidade fútil. Eles têm a inteligência
obscurecida e são alheios à vida de Deus, por causa da ignorância produzida
neles pela dureza de seus corações”. (Efésios 4, 14-18)
Obs.: Nas lendas e
folclores europeus, só vampiros não refletem a imagem. Se sou cristão de
verdade preciso refletir a imagem, ou serei apenas mais um amigo do conde
Drácula a pedir, pedir, pedir, sugar, sugar, sugar… (risos)
Um Imenso abraço
fraterno.
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