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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Quando vier o filho do homem encontrará fé na terra? -CANÇÃO NOVA

15 de Novembro-Sábado- Evangelho - Lc 18,1-8

Por um lado, um juiz mau, que não teme a Deus e aos homens. Não quer ser perturbado. Por outro lado, uma viúva, duplamente marginalizada: por ser mulher e por ser viúva. Mas ela conhece o seu direito; insiste, não desanima. E o juiz, para ver-se livre, a atende.
Jesus pergunta: “quando vier o Filho do homem encontrará fé sobre a terra?”. Diz-se que o nosso mundo é secularizado, que não há mais fé, não se reza, vive-se sem Deus e sem a Igreja. A linha direta entre o homem e Deus parece interrompida. Nós respondemos: sim, ele encontrará fé, porque encontrará tanta gente que reza, com insistência, como a viúva do evangelho, como os monges em seus mosteiros, como os pais e mães, como os doentes ou idosos que estão em ligação constante com Deus. Estes mantêm a fé viva sobre a terra.
Mais uma vez Jesus insiste na necessidade de rezar sempre: “é necessário orar e nunca deixar de o fazer”.
Quando Lucas escreveu seu evangelho, os cristãos sofriam perseguições por toda parte, mas não desanimavam. A oração é nosso encontro com Deus e se o fazemos com fé, ela é sempre eficaz, porque Deus nos dará o seu Espírito Santo (Lc. 11,123). Saber orar não é tão difícil.
Podemos fazê-lo de dois modos: individual ou comunitariamente.
Rezar não é forçar Deus a fazer nossa vontade, não é uma fórmula mágica que resolve os problemas, mas  é aceitar a liberdade e paciência de Deus. Imitemos Jesus: “Pai, se for possível… não se faça a minha vontade”.
Não devemos ter medo de nossa fraqueza. Deus gosta de ser importunado. Rezar não é tentar mudar Deus, mas mudar nós mesmos. (Oração para passar de ano). Não ter medo; temos dentro de nós a arma decisiva: a nossa pobreza diante de Deus, que não é um juiz insensível, mas um Pai que se deixa comover pelo grito de seus filhos e está impaciente para ouví-los.
A fé não é automática nem é dada para sempre; tem que ser alimentada. Só para citar um exemplo, quando João Paulo II voltava de uma das suas exaustivas viagens, todo o seu séquito, prelados, jornalistas e demais pessoas, todos ficaram aturdidos pela fadiga. Ele não; está radiante; é a oração que o nutre. Na viagem apostólica à Suíça, alguém o ofendeu. Ele calou, e, depois, não se sabe como, ele desapareceu. Após certo tempo o encontraram: estava em uma capela, prostrado diante do tabernáculo.
“Sabes que revogaram o decreto celeste que deveria desencadear uma catástrofe sobre o nosso povo? perguntou um sábio a um rabino. Eu te direi: não foi nem tu, nem eu, nem os sábios, nem os grandes chefes espirituais. As nossas ladainhas, os nossos jejuns que surtiram algum efeito. Eis o que aconteceu: chegou à sinagoga uma mulher e começou a chorar cantarolando: Senhor do universo, não és acaso nosso Pai? Por que não escutas os filhos que te imploram? Veja, eu sou mãe. Tenho cinco filhos e quando os vejo derramar alguma lágrima, despedaça-me o coração. Mas, tu, Pai, tens muitos filhos. E todos choram. Mesmo que o teu coração seja de pedra, como podes ficar indiferente? E Deus lhe deu razão. E atendeu a súplica dela.”
E você o que tem feito?


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