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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. Padre Queiroz

26 de Outubro - Sábado - Evangelho - Lc 13,1-9

Se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.
O Evangelho de hoje tem duas partes: 1ª) O comentário de Jesus sobre dois tristes acontecimentos. 2ª) A parábola da figueira. – Ambas afirmam a urgência de nos convertermos, antes que seja tarde demais.
A morte de alguém sempre é para nós um alerta de Deus, convidando-nos à conversão, pois o que aconteceu com ele ou ela, pode acontecer comigo. Tratando-se de morte repentina mais ainda porque não há tempo de nos prepararmos para a morte. Isso que Jesus queria lembrar ao comentar sobre as duas tragédias.
Os que deram a notícia a Jesus esperavam dele uma solidariedade com os judeus mortos, e um repúdio à profanação do lugar sagrado. Mas Jesus chama a atenção para algo mais importante: nenhum desses que morreram esperavam a morte. Ela veio repentinamente. E se acontecer isso conosco, como vamos ficar na vida eterna, que é muito mais importante que esta?
Muita gente interpreta as catástrofes – enchente, incêndio, acidente... – como castigos de Deus. Essa visão descarta a vida futura, pois Deus castiga as pessoas pelos seus erros aqui mesmo na terra. Por outro lado, a pessoa nem se lembra que Jesus era justo e sofreu a vida inteira. Maria Santíssima e os demais santos também.
Deus Pai não é como nós. Ele “faz brilhar o sol sobre maus e bons, e cair a chuva sobre justos e injustos” (Mt 5,45). Ele quer que transformemos em bem para nós os males que nos acontecem, aproximando-nos mais de Deus.
Até um favor de Deus pode ser para nós motivo de conversão, ao pensarmos: como Deus é bom para mim, apesar de eu ser tão ingrato a ele! Foi isso que pensou Jó, e Zaqueu (Lc 19,1). Na verdade, só há um castigo de Deus, que aliás nem é castigo dele porque depende de nós: é perdê-lo para sempre.
É comum encontrarmos no Antigo Testamento Deus castigando o povo com desgraças. Isso porque eles não tinham clareza sobre a vida futura, sua fé ainda era imperfeita. Temos, entretanto, o exemplo de Jó, um servo de Deus que sofreu a vida inteira.
“Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros? Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.” Com outras palavras, Jesus está dizendo: Em vez de julgar as vítimas, vamos interpretá-las como sinais de Deus a nós, a fim de pormos “a nossa barba de molho”.
O caso da torre de Siloé que caiu, matando dezoito pessoas, vai na mesma linha do massacre dos galileus. Em vez de julgar aquelas pessoas, vamos pensar em nós mesmos, porque “se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”.
Os meios de comunicação vivem divulgando catástrofes, e outras notícias ruins. Vamos aproveitá-las para a nossa conversão, pois nós também podemos ser vítimas.
Na parábola da figueira, Jesus deixa claro que a nossa conversão se mostra pelos frutos que produzimos, isto é, pelas nossas boas obras. Não adianta ser uma figueira bonita, se não produz fruto. O mundo está cheio de pessoas de ótima aparência, mas de poucos frutos. Boas obras, nós sabemos, é não falar mal dos outros, falar só a verdade, ser justo, perdoar, amar o próximo, ajudar os necessitados...
“O machado já está posto à raiz das árvores. Toda árvore que não der bom fruto será cortada e jogada ao fogo” (Mt 3,10).
“Vou colocar adubo na figueira. Pode ser que ela dê fruto.” Foi o pedido do vinhateiro, quando o dono queria cortar a figueira. Que bom se nós fôssemos como este vinhateiro, fazendo alguma coisa pelas pessoas que estão no caminho errado, ou perdem tempo sem fazer boas obras! “Os que tiverem ensinado a muitos o caminha da virtude, brilharão como as estrelas, por toda a eternidade” (Dn 12,3).
Certas vez um rei disse ao seu ministro mais próximo: “Você viu o grande eclipse do sol ocorrido ontem?” O ministro respondeu: “Não, eu tenho tanta coisa para fazer na terra que não me sobra tempo para olhar para o céu”.
É o que acontece conosco frequentemente. Pessoas assim não andam preparadas para o encontro com Deus, que pode acontecer a qualquer momento.
Maria Santíssima era uma boa árvore que produziu para nós o melhor fruto do mundo: Jesus, nosso Salvador. Santa Mãe de Deus, rogai por nós.
Se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.


Padre Queiroz

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