26 de Outubro - Sábado - Evangelho - Lc 13,1-9
Se vós não vos
converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.
O Evangelho de hoje
tem duas partes: 1ª) O comentário de Jesus sobre dois tristes acontecimentos.
2ª) A parábola da figueira. – Ambas afirmam a urgência de nos convertermos,
antes que seja tarde demais.
A morte de alguém
sempre é para nós um alerta de Deus, convidando-nos à conversão, pois o que
aconteceu com ele ou ela, pode acontecer comigo. Tratando-se de morte repentina
mais ainda porque não há tempo de nos prepararmos para a morte. Isso que Jesus
queria lembrar ao comentar sobre as duas tragédias.
Os que deram a
notícia a Jesus esperavam dele uma solidariedade com os judeus mortos, e um
repúdio à profanação do lugar sagrado. Mas Jesus chama a atenção para algo mais
importante: nenhum desses que morreram esperavam a morte. Ela veio
repentinamente. E se acontecer isso conosco, como vamos ficar na vida eterna,
que é muito mais importante que esta?
Muita gente
interpreta as catástrofes – enchente, incêndio, acidente... – como castigos de
Deus. Essa visão descarta a vida futura, pois Deus castiga as pessoas pelos
seus erros aqui mesmo na terra. Por outro lado, a pessoa nem se lembra que
Jesus era justo e sofreu a vida inteira. Maria Santíssima e os demais santos também.
Deus Pai não é como
nós. Ele “faz brilhar o sol sobre maus e bons, e cair a chuva sobre justos e
injustos” (Mt 5,45). Ele quer que transformemos em bem para nós os males que
nos acontecem, aproximando-nos mais de Deus.
Até um favor de
Deus pode ser para nós motivo de conversão, ao pensarmos: como Deus é bom para
mim, apesar de eu ser tão ingrato a ele! Foi isso que pensou Jó, e Zaqueu (Lc
19,1). Na verdade, só há um castigo de Deus, que aliás nem é castigo dele
porque depende de nós: é perdê-lo para sempre.
É comum
encontrarmos no Antigo Testamento Deus castigando o povo com desgraças. Isso
porque eles não tinham clareza sobre a vida futura, sua fé ainda era
imperfeita. Temos, entretanto, o exemplo de Jó, um servo de Deus que sofreu a
vida inteira.
“Vós pensais que
esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros? Eu vos digo que não.
Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.” Com outras
palavras, Jesus está dizendo: Em vez de julgar as vítimas, vamos interpretá-las
como sinais de Deus a nós, a fim de pormos “a nossa barba de molho”.
O caso da torre de
Siloé que caiu, matando dezoito pessoas, vai na mesma linha do massacre dos
galileus. Em vez de julgar aquelas pessoas, vamos pensar em nós mesmos, porque
“se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”.
Os meios de
comunicação vivem divulgando catástrofes, e outras notícias ruins. Vamos
aproveitá-las para a nossa conversão, pois nós também podemos ser vítimas.
Na parábola da
figueira, Jesus deixa claro que a nossa conversão se mostra pelos frutos que
produzimos, isto é, pelas nossas boas obras. Não adianta ser uma figueira
bonita, se não produz fruto. O mundo está cheio de pessoas de ótima aparência,
mas de poucos frutos. Boas obras, nós sabemos, é não falar mal dos outros,
falar só a verdade, ser justo, perdoar, amar o próximo, ajudar os
necessitados...
“O machado já está
posto à raiz das árvores. Toda árvore que não der bom fruto será cortada e
jogada ao fogo” (Mt 3,10).
“Vou colocar adubo
na figueira. Pode ser que ela dê fruto.” Foi o pedido do vinhateiro, quando o
dono queria cortar a figueira. Que bom se nós fôssemos como este vinhateiro,
fazendo alguma coisa pelas pessoas que estão no caminho errado, ou perdem tempo
sem fazer boas obras! “Os que tiverem ensinado a muitos o caminha da virtude,
brilharão como as estrelas, por toda a eternidade” (Dn 12,3).
Certas vez um rei
disse ao seu ministro mais próximo: “Você viu o grande eclipse do sol ocorrido
ontem?” O ministro respondeu: “Não, eu tenho tanta coisa para fazer na terra
que não me sobra tempo para olhar para o céu”.
É o que acontece
conosco frequentemente. Pessoas assim não andam preparadas para o encontro com
Deus, que pode acontecer a qualquer momento.
Maria Santíssima
era uma boa árvore que produziu para nós o melhor fruto do mundo: Jesus, nosso
Salvador. Santa Mãe de Deus, rogai por nós.
Se vós não vos
converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.
Padre Queiroz
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