Bom dia!
Frei Alceu disse algo interessante: “Pela oração vamos ao encontro
de Deus e ao sermos expostos ao sofrimento, Deus vem a nosso encontro”. Sim!
Deus bem sabe a quem envia os seus profetas, no entanto mesmo sendo Deus a
enviá-los, nem sempre serão bem recebidos, ouvidos, (…).
Primeiro ponto…
Levar a palavra de Deus aos irmãos requer muita coragem nossa, pois essa
mesma palavra que edifica, consola e renova a vida também exorta, chama a
atenção, corrige. Falo isso, pois enquanto ouvirem palavras de edificação,
consolo ou vida não terá problemas, mas todas as vezes que o profeta levantar
sua voz para denunciar, causará a revolta daqueles que vivem nas sombras.
Anunciar a Palavra é “acostumar-se” com expressões “santo de casa não
faz milagres”, “quem é você”, “quem você pensa que é”, entre outras. É
acostumar ouvir criticas sem fundamento, apelidos pejorativos, ofensas,
perseguições, deslocamentos e projeções. É “acostumar” com a idéia de
isolamento social, fofocas, “disse-me-disse”, no entanto… VALE MUITO A PENA
CONTINUAR…
Segundo ponto…
Deus nos manda, portanto devemos ir. Nunca disse que seria fácil. Nunca
escondeu as perseguições e as dificuldades pelo caminho. Nunca disse que seria
um mar de flores, (…), mas SEMPRE nos alertou. Alertou dos falsos profetas, das
noites mal dormidas, das perseguições por causa do Seu nome. Ordenou que
vigiássemos e orássemos; que não pulássemos do barco; que as inconstâncias
seriam passageiras (…). Disse que pela fé caminharíamos sobre as águas,
removeríamos montanhas, venceríamos o inimigo.
“(…) Vede, eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos. Sede,
portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas”. (Mateus 10,
16)
Se tivermos que falar, falemos; denunciar, denunciaremos! Se pudéssemos
buscar um culpado para a vida que o povo de Deus leva hoje em relação às
diferenças sociais, pobres e ricos, assistidos e abandonados, teríamos muitos
personagens. Mas se procurássemos cúmplices teríamos começar por nós.
A campanha da fraternidade desse ano expõe isso e deve ser então que
muita gente corra de discuti-la, cantá-la, pregá-la. Tememos o envolvimento,
não queremos nos indispor. Nosso povo é carente, pois em média, é um povo
simples, pacifico e amoroso. Um povo bom, supersticioso, mas temente a Deus;
que confia nas pessoas que não cansam de traí-las por dinheiro, poder e status.
Um povo que vê seus profetas se omitir, se calar, se esconder…
Deus nos chama a ser sacerdote, rei e profeta. Para postos, cargos,
lugares de destaque aparecem aos montes, mas o que nos falta são aqueles que
desejam beber o mesmo cálice, ou seja, abraçar a comunidade, as pessoas, as
pastorais, a família, a vida cristã. Tem gente que acha que ser pregador,
intercessor, ministro, coordenador, chefe é status, engano, é serviço!
Ainda nos falta coragem pra assumir que DE FATO o REINO DE DEUS É
POSSÍVEL.
Espelho em Dom Bosco que testava a batina dos seus seminaristas para ver
se eram resistentes aos puxões das crianças; se eram próprias e fortes para a
lida com os adolescentes.
Deseja o reino? Ponha-se a serviço! A começar em mim!
Isso me fez lembrar quando dois discípulos, através de sua mãe, foram
citados para ocupar um lugar de destaque perante aos outros:
“(…) Jesus lhes disse: ‘Não sabeis o que estais pedindo. Podeis beber o
cálice que eu vou beber? Ou ser batizados com o batismo com que eu vou ser
batizado?’ Responderam: ‘Podemos’. Jesus então lhes disse: ‘Sim, do cálice que
eu vou beber, bebereis, com o batismo com que eu vou ser batizado, sereis
batizados. Mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não depende de mim;
É PARA AQUELES PARA QUEM FOI PREPARADO”. (Marcos 10, 38-40)
Um imenso abraço fraterno!
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