02 DE ABRIL
NÃO ROUBARAM O SEU CORPO, PORQUE ELE VIVE!
A narrativa
do Evangelho de João sobre a ressurreição é repleta de detalhes e minúcias, em
comparação aos outros três Evangelhos. Isso fica bem explicado pelo fato de o
quarto Evangelho ter sido escrito muito depois da redação dos outros três. A
compreensão e a teologia sobre aquele acontecimento dos anos 30, com certeza,
já estavam muito mais evoluídas.
A figura de
Pedro, Maria Madalena e João são centrais neste Evangelho. Maria Madalena é
aquela que primeiro testemunha o grande acontecimento da ressurreição. Numa
terra em que a mulher era tida como objeto e servidora do homem, Jesus quis
mostrar a igualdade e a importância de todos os seres humanos, deixando claro
que a mulher não era objeto, mas, sim, forte seguidora e continuadora do Reino
Salvífico.
Pedro, ao
ouvir o anúncio de que haviam tirado (roubado) o corpo do Mestre, sai em
desespero para ver com os próprios olhos, assim como o discípulo que Jesus mais
amava, e que a tradição diz ser João. Os dois discípulos não entendem o que
está acontecendo, pois a ressurreição não é um fato simples de ser entendido.
Tinha de haver muita reflexão e fé, para que eles pudessem chegar à essência do
acontecimento miraculoso.
O discípulo
que Jesus mais amava chega primeiro ao túmulo, olha lá embaixo, mas não entra.
Como era mais novo, e a autoridade de Pedro como primeiro apóstolo já era bem
consolidada, aquele discípulo espera a chegada de Pedro, que corre mais
devagar, segundo a narrativa. O apóstolo mais velho, chamado pela tradição de
“príncipe dos apóstolos”, ainda que fosse somente um simples pescador buscando
crer no mistério de Jesus, entra no túmulo, e vê que algo estranho aconteceu
ali, pois o pano que cobriu a cabeça de Jesus estava dobrado, à parte, assim
como os linhos não denunciavam nenhum tipo de profanação.
O corpo de
Jesus não foi roubado, mas se tornou o mistério da fé de todo cristão.
Revelando-se um Deus Salvador, Jesus confia aos simples e campesinos discípulos
o serviço de anunciar esse acontecimento misterioso, ou seja, para grande parte
dos chefes dos judeus, e para muitos de nós, hoje, tornar-se anunciador da
ressurreição é admitir-se louco no meio de pessoas sãs. A ressurreição exige
fé, total confiança num projeto de resgate dos sofridos seres humanos. Jesus
nos resgata do charco em que estávamos atolados: essa é a beleza da
ressurreição.
Hoje,
celebramos a festa de João, chamado “O Evangelista”. A tradição também atribui
a João o cognome de “O Discípulo Amado”. No próprio Evangelho de hoje, vemos
que esse discípulo que Jesus mais amava crê na ressurreição de Jesus, somente
ao ver o túmulo vazio e os panos dobrados. João, Pedro e Tiago formavam o trio
de confiança de Jesus; e eles realmente estavam à frente das comunidades
cristãs, depois da ascensão de Jesus aos céus. Que João, grande pregador da
Boa-Nova de Jesus, possa ser um exemplo de cristão para nós que seguimos os
ensinamentos daquele Mestre de Nazaré! O quarto Evangelho está repleto de
descrições do amor de Deus pela humanidade, leiamo-lo, portanto, com o coração
aberto para receber o carinho que Ele nutre por nós!
Jo 20, 2-8 – NÃO ROUBARAM O SEU CORPO, PORQUE ELE VIVE!
Fr. José Luís Queimado, CSsR.
Parabéns, Frei José. Muito bonito,simples e bem explicado o seu comentário.Adorei.Continue neste trabalho maravilhoso de evngelização.Que Deus o abençoe. Feliz e santa Páscoa!
ResponderExcluirDayse ( Divinópolis,MG)