TERÇA FEIRA DO TEMPO PASCAL 16/04/2013
1ª Leitura Atos 7, 51 –
8, 1 a
Salmo 30 (31) ,6 a “Em Vossas mãos entrego meu Espírito”
Evangelho João 6, 30-35
"JESUS,
O PÃO VERDADEIRO"-Diac. José da Cruz
Nesse Evangelho, a
multidão faz um grande esforço para buscar Jesus e seus discípulos, pegam os
barcos disponíveis por ali e fazem a travessia até chegar a Cafarnaum, onde ele
estava na outra margem do lago. Como hoje há também uma multidão que se
esforça, dentro de suas igrejas, a buscarem Jesus. A pergunta é o que essas
pessoas buscam? O que elas vêem em Jesus Cristo? As respostas variam muito, há
os que buscam a cura de uma enfermidade, outros buscam a prosperidade em troca
de um dízimo altíssimo, outros até buscam os sacramentos, mas sem compreender
nada sobre eles, não é errado buscar coisas materiais ou pedi-las a Deus, por
intercessão de Jesus Cristo, o problema, é quando nada mais enxergamos nele,
além disso, cura física, patrimônio, ganhos financeiros um bom emprego com um
ótimo salário, a libertação de toda e qualquer angústia que nos traga algum
sofrimento físico ou moral.
Entretanto, sabemos muito bem que tudo isso, um belo dia vai
ficar para trás: nosso corpo saudável, nossos bens materiais, nossa carreira
profissional, tudo isso são coisas perecíveis, mas que, no entanto, muitas
vezes estão no centro de nossas atenções, e a vida vai girando sempre em torno
daquilo que podemos ter de bom, em todos os aspectos, e a religião entra como a
grande aliada do homem, pois se me submeto a uma religião, Deus me recompensa
dando-me tudo aquilo que preciso, para viver bem. É exatamente com essa
intenção que nos dias de hoje, uma grande multidão lota alguns templos nas
grandes metrópoles.
Mas esta reflexão é válida para todos nós cristãos, porque
parece que não sabemos bem o que queremos, e nos contentamos apenas com a casca
da fruta, colocamos nossa atenção na embalagem do produto, em resumo, nos
contentamos com tão pouco, quando Jesus nos oferece um tesouro inestimável,
algo novo, inédito e valiosíssimo, mas a multidão não quer arriscar deixar de
lado a religião de Moisés, a cuja tradição estavam ligados, “O que faremos para
praticar as obras de Deus?” Para eles Moisés era até agora a maior referência,
porque garantiu alimento para o povo no deserto, e bastava cumprir a lei que já
estava no caminho certo. Não precisava pensar e nem comprometer-se com nada,
bastava não fazer nada de errado, e pronto, o resto era com Deus! “Que milagres
fazes, para que vejamos e creiamos em ti, que obras realizas?” Em outras
palavras, o que vamos ganhar se te seguirmos.
Hoje em dia, com o fenômeno religioso que se apresenta como uma
resposta diante dos inúmeros problemas existenciais, a religião mais procurada
é aquela que oferece maiores vantagens, não exige muito sacrifício nem
comprometimento, é quase que o princípio do melhor custo benefício, investir
bem pouco e ganhar muito. Muitas vezes, pensando desse modo acabamos pecando,
quando valorizamos mais a quantidade do que a qualidade, vendo nisso um
indicativo de crescimento em nossas comunidades.
Crer naquele que o Pai enviou, não significa deixar tudo por
conta de Jesus, antes, é tê-lo como nossa referência única e autêntica,
despojando-nos do Velho Homem e renovando os sentimentos de nossa alma,
revestindo-nos do homem novo, criado a imagem e semelhança de Deus, em
verdadeira justiça e santidade. Não é importante o TER mas o SER, é isso que
Jesus nos oferece, um novo ser, totalmente livre para tomar decisões e fazer
escolhas na vida, a partir de Jesus Cristo, aquele que nos renovou por completo
com sua obra redentora.
José da Cruz é
Diácono da
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