Sábado dia 16 de Março
Porventura o Messias virá da Galiléia?
Este Evangelho mostra que o povo estava dividido a respeito de Jesus:
uns achavam que ele era um profeta, ou até o Messias, e outros objetavam, pelo
fato de ele ser galileu: “Da Galiléia não surge profeta”. Também a cidade dele
era vista com preconceito: “De Nazaré pode sair algo de bom?”.
Preconceito, como a própria palavra diz, é um conceito formado
antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento da pessoa, baseado em
fatores externos a ela. É um prejulgamento. A pessoa preconceituosa baseia-se
nas aparências, e forma já o seu julgamento sobre a pessoa.
Entre nós, há preconceito entre Estados, entre cidades, entre pessoas
que tem a pele de outra cor, entre os que têm estudo e os que não têm, até
entre os que moram na cidade e os que moram na roça. Quanta gente sofre por
causa do preconceito!
Nós cristãos não devíamos ter preconceito de ninguém, pois o batismo nos
igualou a todos. “Vós todos sois filhos de Deus... Vós todos que fostes
batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo... Não há mais judeu ou grego,
escravo ou livre, homem ou mulher, pois todos vós sois um só, em Cristo Jesus”
(Gl 3,26-28).
O preconceito é um tabu difícil de combater, porque ele cega a pessoa.
Veja a resposta que deram a Nicodemos, que tentou combater o preconceito contra
Jesus, foi também atacado: “Também tu és galileu, porventura? Vai estudar...”
O encontro do humano com o divino na pessoa de Jesus é paradoxal. É o
encontro do relativo com o absoluto, do imperfeito com o perfeito, do limitado
com o absoluto. A humanidade nunca entendeu direito, nem assimilou esse
encontro. Houve épocas na história em que divinizavam tanto a Jesus que
sacrificavam a sua humanidade, e houve épocas contrárias.
Também a Igreja carrega em si esse paradoxo, pois ela é, ao mesmo tempo,
humana e divina, santa e pecadora. Há pessoas que querem fazer dela um grande
movimento social no mundo. Outro, ao contrário, a espiritualizam demais,
distanciando-a da vida humana do dia a dia. Inclusive o padre, muitos querem que
ele viva só na sacristia, outros querem que ele viva só na rua, envolvendo-se
no temporal e nos problemas sociais.
Conta-se que Santo Afonso Maria de Ligório, o fundos dos missionários
redentoristas, no final de sua vida ficou acamado durante um tempo.
Um dia ele pediu ao Irmão que cuidava dele que o levasse até a capela. O
Irmão lhe disse: “Não precisa! Jesus está em toda parte, e está aqui neste
quarto também”. O velho bispo respondeu: “Sim, ele está aqui. Mas lá na capela
ele está fisicamente presente, na eucaristia, e eu quero visitá-lo”. E o Irmão
teve de levá-lo, na cadeira de rodas, até a capela.
Vendo o Evangelho de hoje, nós pesamos: se eu estivesse lá, não ia
desprezar Jesus. Mas o mesmo Jesus que estava lá está em todas as nossas
igreja, na eucaristia. Que não o desprezemos!
Campanha da fraternidade. O meio ambiente e a natureza também têm sido
alvo de violência. A exploração econômica sem critérios, a situação em que se
encontram as florestas, a poluição dos rios e das águas em geral, a contaminação
do ar, a extinção de espécies vegetais e animais são resultantes da ação
predatória dos seres humanos e sintomas de grave doença que avança sobre nossa
civilização.
Hoje, estamos sofrendo sérias conseqüências das ações contra o meio
ambiente como o efeito estufa, o aquecimento global, a indisponibilidade cada
vez maior de água potável e o aumento dos diversos tipos de poluição nas
grandes cidades. Tudo isso gera medo crescente em relação ao futuro e ao
agravamento dessas conseqüências. O próprio planeta torna-se inseguro para
todos.
Maria Santíssima viveu numa sociedade que tinha vários preconceitos
contra a mulher, a qual tinha de ser caseira e não podia nem falar em público.
Ela, porém, passou por cima de tudo isso. Que ela nos ajude a vencer os preconceitos
e a entender o seu Filho como ele realmente é: verdadeiro Deus e verdadeiro
homem.
Porventura o Messias virá da Galiléia?
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