Bom dia!
Reparem a mudança drástica na dinâmica da quaresma para celebrar a
memória de um homem santo – José.
José não foi santo por ter sido pai adotivo de Jesus, mas por ter
aceitado a grande responsabilidade de criá-lo e educá-lo; não foi santo por ser
esposo de Maria, mas por ter abraçado com ela a felicidade de ser a escolhida;
não foi santo por ser ator principal de um momento como Davi, Moisés, Jacó,
Abraão, (…), mas por humildemente ficar no backstage (ou camarim), vendo seu
filho crescer em estatura e em sabedoria
“(…) E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e
dos homens”. (Lucas 2, 52)
José: O “protetor da igreja católica”
Não era seu problema, não era sua luta, não era seu filho, mas abraçou o
problema como seu; arregaçou as mangas, levou sua família para o Egito, lutou
por eles; ao filho adotivo ensinou a arte da carpintaria, mesmo que hoje
relatos arqueológicos digam que ele poderia ter sido pedreiro; ensinou a lei, o
respeito as tradições e o valor de ser e ter uma família.
O problema que tinha em seus braços era a própria igreja que temos hoje.
Ela, na pessoa de Jesus, um bebê indefeso, filho de uma jovem moça consagrada
ao templo que segundo os costumes poderia ter sido apedrejada (lapidada).
Quantos ainda hoje aproveitam as fragilidades humanas dentro da nossa igreja
para também atacá-la com pedras? No passado o passado da inquisição, hoje as
fraquezas da carne, amanhã o que virá? Quantos dragões ainda deverão ser
vencidos?
“(…) Varria com sua cauda uma terça parte das estrelas do céu, e as
atirou à terra. Esse Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à
luz, a fim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho. Ela deu à luz
um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de
ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono. A Mulher
fugiu então para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um retiro para aí ser
sustentada por mil duzentos e sessenta dias. Houve uma batalha no céu. Miguel e
seus anjos tiveram de combater o Dragão. O Dragão e seus anjos travaram
combate”. (Apocalipse 12, 4-7)
José: O “padroeiro das famílias”
Enquanto os anjos lutavam contra o dragão, na perspectiva e visão de
João Evangelista, José era a proteção mais próxima de Maria e do Jovem Senhor.
Nossos pais devem entender nessa mensagem a grande missão que existe na
paternidade: Ser a pessoa mais próxima e responsável pela segurança de sua
família.
Zelar pela segurança hoje é ensinar valores, ser exemplo, participar,
acompanhar, (…), pois os dragões que enfrentamos hoje têm sete cabeças; As
drogas, a violência, o abandono, o abuso, a intolerância, o desamor e a falta
de fé.
Acho profundamente descabido a frase que “Deus não é padrasto”, pois sob
a guarda de um que ele deixou seu bem mais valioso. Esse deve ser um grande
alerta aos pais que hoje não se comportam como pais e vem de suas poltronas
seus filhos sendo presos, frequentando locais inadequados a sua idade, chegando
em casa tarde e embriagados; jogarem fora sua perspectiva de futuro para ficar
brigando nas praças e postarem a rinha de galos no Youtube. (…). Ser pai é ter
coragem de ir ao deserto para salvar seu filho.
José: O “padroeiro dos trabalhadores”
Ser pai, ser um José é ser tudo isso e ainda por cima ir a luto para
manter a casa e a condição de vida. É acordar cedo pra ir para o escritório ou
vender frutas; abrir a loja ou catar latinhas, (…). Não importa aonde, mas que
vá a busca de algo seguro e confiável, para que no futuro, como José, possa ver
seus filhos crescerem na graça e sabedoria e no fim repousar sobre a sobra do
altíssimo, como mais um José que alcançou o paraíso e recebe, na sua nova
morada, o título de santo e bom pai.
Valei-me São José!
Um imenso abraço fraterno.
É lamentável a visão que hoje se tem do padrasto.Não é nada, nem parente.
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