O evangelista faz referencia de uma passagem de Jesus na sinagoga
de Nazaré. No meio da multidão afirmou categoricamente que nenhum profeta
é bem recebido em sua cidade ou na sua Região. Sem sombra de dúvidas que sentia
muito por isso, afinal, Nazaré era sua pátria, sua terra natal, local de muito
agrado; ali morava sua "família" empobrecida. Sentir-se rejeitado
naquele espaço, era talvez grande decepção. Mas, fez esta afirmação
para provar o que sentia perante seus co-cidadãos: Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. Será
que Jesus estava cobrando maior apoio nas suas pregações? Ou será que
Jesus estava dando uma puxada de orelhas em seus amigos? O que queria dizer
então Jesus com a frase: o
profeta não é bem recebido em sua pátria.
Os exemplos expressados por Jesus é bem convincente, pois , nenhuma
viúva foi enviada à Elias em seu tempo de miséria e nenhuma leproso foi
curado por Eliseu em Israel, mas foi enviada a primeira a uma viúva que
vivia em Sarepta, na Sidônia e o segundo foi curado em
Naamã. A confiança estava bem distante do espaço vivido. Deixou por
terras os "missionários" locais para procurar e encontrar aconchego
numa outra região. Jesus, na sua simplicidade, afirmam: bem
perto de vocês estão as pessoas que podem lhes ajudar, basta confiar e entregar
a confiança.
Assim o projeto de Jesus não é construir uma sociedade fechada, lacrada dos
vícios, mas uma sociedade aberta capaz de entender as pessoas e suas aflições.
Jesus não se sentiu rejeitado pelo seu povo, até fortaleceu sua caminhada. Ou
seja, nada abala o propósito do Criador revelado na sua criatura salvifica: Jesus,
o Libertador.
Quantas vezes rejeitamos nossos irmãos de igreja. Até chacoteamos com
palavras depreciativas ou com apelidos nada legais. Até, afirmamos: pobre
coitado, pensa que sabe alguma coisa; nem vou à celebração, pois lá está um
pecador como eu dando testemunho; testemunho! Que testemunho pode falar!
Não irei perder tempo em ouvir baboseiras!
A fé deve transpor estes obstáculos. Somente a fé pode crescer no cristão o
desejo ardente de conhecer Jesus. Aquele que não sentiu rejeitado, não sentiu
humilhado, não foi bem ouvido pelos seus amigos; mas prosperou saídas
vitoriosas de construção de vida plena para todos. O pensamento estava voltado
para Deus e em cumprir sua missão. Os ouvidos não estavam voltados para as
críticas, mas para ouvir o clamor do povo pobre e desvalido, viúvas e doentes,
ou seja, seus ouvidos eram para medir a euforia calorosa do povo sedento por
justiça e amor.
Portanto, a missão não tem fronteiras. O caminho é longo e a palavra de Deus
nos assegura a tranqüilidade para sermos profeta em nossa pátria, mesmo muito
não aceitando. Quem sabe uma hora alguém pare para nos ouvir acintosamente.
Amém.
Abraço
fraterno,
Claudinei
Oliveira
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