05 de março-Terça Feira.
TERÇA FEIRA DA III SEMANA
DA QUARESMA 05.02.2013
1ª Leitura Daniel 3, 25. 34-43
Salmo 24 (25), 6 a
“Lembrai-vos, Senhor, de vossas misericórdias”
Evangelho Mateus 18,
21-35
“A Paciência
não têm limites” - Diac. José da Cruz
O pronome possessivo “meu
irmão”, presente na pergunta que Pedro dirige ao Mestre explicita que se trata das relações entre os
irmãos e irmãs da comunidade. O ensinamento está portanto na vida em comunidade
e não fora, a meu ver algo bem mais difícil, pois a pessoa a quem devemos
perdoar não é um estranho que nos ofendeu em uma ocasião, e que depois
dificilmente iremos nos encontrar com ele. Certa vez um sujeito que eu não
conhecia, me derrubou da bicicleta ao empurrar-me quando eu passei pedalando
perto dele. Vim embora com os cotovelos ralados e foi fácil perdoá-lo, nunca
mais o vi em minha vida.
O perdão a que se refere
o evangelho é para aquela pessoa que se vê todo dia e que se convive na
comunidade, na pastoral, na catequese, no ministério ou no movimento. E por que
é muito mais difícil de perdoá-lo ? Porque cada vez que o vemos ao nosso lado
ou á nossa frente, vamos lembrar sua falta pois o nosso subconsciente armazena
muito bem os detalhes da ofensa recebida. Por isso, quando dizemos “Nem me
lembro mais do mal que ele, ou ela, me fez”, estamos sendo no mínimo
hipócritas.
Pedro exagerou ao colocar
sete, como a quantia de vezes a ser perdoada, pois, com as pessoas mais
próximas do relacionamento, como esposa ou parentes, perdoar três vezes estava
de muito bom tamanho para os Judeus. Jesus não se deixa levar por números dessa
matemática mesquinha e miserável na relação com os irmãos e irmãs de
comunidade, mas procura mostrar, através da parábola, como Deus se relaciona
com o Homem nessa questão.
Nas nossas comunidades há
muitos relacionamentos que têm como parâmetro essa matemática de Pedro, quantas
pessoas que desistem de viver em comunidade, porque chegou no limite da sua
capacidade de amar e perdoar, passou de sete vezes e preferiu cair fora porque
o padre, o diácono, o ministro ou seja lá quem for, é intragável e
insuportável. Essas pessoas migram para outras Paróquias ou até Igrejas, na
ilusão de que vão encontrar uma comunidade perfeita, com pessoas angelicais, de
relações sempre harmoniosas. Na vida conjugal e familiar, que é também a
pequena comunidade, casais de relações sólidas e testemunhos estupendos na vida
cristã, de repente se separam, porque um deles passou dos limites, estourando a
quota estabelecida, e o outro não aguentou.
O amor de Deus, sua misericórdia
e paciência para com todos nós, é eterno, infinito e sem limites. O atestado de
que somos todos Filhos e filhas de Deus, não está em algum carisma prodigioso
ou em coisas fantásticas que somos capazes de fazer, mas sim em amar
sinceramente as pessoas com quem convivemos na Igreja e na Família,
aceitando-as do jeito que elas são, com suas fraquezas e defeitos, pois....é
exatamente assim que DEUS NOS AMA !
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