Domingo, 2 de
maio de 2021.
Evangelho de Jo15,1-8.
A Liturgia da Palavra deste 5º Domingo do Tempo Pascal
enfatiza a união vital dos discípulos com o Ressuscitado, do batizado com sua
comunidade de fé. Jesus explica essa união de vida por meio da metáfora da
videira. Jesus se apresenta como a “videira verdadeira” e nós, seus discípulos,
os ramos, vitalmente unidos a ele. No primeiro Testamento, a videira era
considerada o símbolo do povo eleito de Deus. Mas essa videira não correspondeu
às expectativas do “agricultor”.
A comparação da
videira é comum e frequente no AT. O povo de Israel fora comparado à vinha que
não correspondera às expectativas de Javé, que a plantara na esperança de vê-la
produzir bons frutos de direito e justiça. Esta comparação servia então para
indicar a infidelidade de Israel que não produziu os frutos esperados. Foram
infiéis.
Jesus recapitula, ou seja, realiza, atualiza o A.T. Jesus
recupera a velha imagem do A.T. e se declara como a verdadeira videira, cujo
Pai é o agricultor. Se Jesus é a verdadeira videira, só ele é capaz de produzir
frutos que Deus espera. Frutos de justiça, retidão e amor. Só em Jesus é que se
pode realizar o que o Pai anseia, deseja, ou aquilo que espera de seu povo.
Portanto, só Jesus é autêntico e fiel, só Jesus é a verdadeira videira. O Pai é
o agricultor, ou seja, aquele que põe em ação seu projeto de instaurar na terra
o direito e a justiça, a liberdade e a vida para todos.
A comparação da videira fala de algo dinâmico, de vida,
seiva que circula animando todo o ser. Assim Jesus quer que seja a Igreja e
cada cristão: vivo, ativo, unido e alimentado pela graça, ouvinte e servidor da
Palavra na prática sacramental. Cristão isolado não cumpre sua missão. A imagem
da videira faz lembrar a realidade do cristão unido ao tronco, que é Cristo, e
os ramos que, unidos entre si, formam a comunidade. A comunidade cristã é
chamada a dar frutos em Cristo, pelo fato dela estar enraizada em Jesus e no
Pai. O Pai como bom agricultor cuida da videira com a intenção de fazê-la
produzir muitos frutos.
Um ramo separado da planta, depois de certo tempo, apresenta
sinais de morte. O mesmo acontece com aqueles que se separam de Cristo e da
própria comunidade, logo cessam de produzir frutos. O ramo seco representa:
misérias, infidelidades ao Evangelho, fraquezas, pequenos e grandes pecados que
se encontram em todos os discípulos, até mesmo nos mais devotos e coerentes.
Representam também, os cristãos que vivem a fé separada da vida e isto
significa que eles não entenderam a dimensão da proposta de Jesus.
Quem tem uma autêntica comunhão com Jesus é transformado por
dentro, isto é, vida de quem tem fé. Quem não é transformado, não está em
comunhão com Jesus. Confessar puramente que tem fé é inútil.
O Pai como bom
agricultor cuida da videira, com a intenção de fazê-la produzir muitos frutos.
Este cuidado do Pai fica claro no texto quando aparece a imagem da poda. É
importante saber que sem a poda, a videira dentro de alguns anos, torna-se
estéril e acaba morrendo. A poda é importante para a videira crescer mais forte
e viçosa. Sem a poda ela se torna estéril e acaba morrendo. Portanto, podar não
é fazer a videira sofrer, judiar dela, mas, dar condições para ela ter mais
vida e produzir
A alegria do agricultor é ver a videira carregada de
excelentes frutos. A glória do Pai é uma comunidade fortemente unida a Jesus,
comprometida com Ele, carregada de frutos. Só permanecendo unido a Cristo o
homem pode realizar obras que sejam frutos do Espírito Santo.
Neste texto
aparece oito vezes o Verbo Permanecer. PERMANECER é estar alimentado da Palavra.
Podemos entender o verbo permanecer como AMOR. As pessoas que permanecem em
Jesus, fazem o que Jesus quer, ouvem a
sua Palavra, a sua voz, rezam, frequentam a Igreja e os sacramentos, pensam e
agem como Jesus, são os cristãos unidos ao tronco. Com Jesus formam uma
só coisa, no exemplo da videira, formam uma só planta. Assim os cristãos
permanecem unidos a Jesus (tronco) pelo AMOR. Se estivermos unidos à videira,
que é Jesus, também daremos os frutos que Jesus deu e então poderemos ser Cristo
para os nossos irmãos.
Permanecer em Cristo é dar frutos de justiça, de paz, de
amor, de igualdade, de fraternidade, de solidariedade, de serenidade, de
confiança, esperança, de perdão, de generosidade, de misericórdia e muitos
outros... Assim pelos frutos
conheceremos de que árvore é a comunidade. Produzir tais frutos é ser da árvore
cujo tronco é Jesus. Os ramos que se mantêm unidos ao tronco recebem a seiva da
vida que os trona fortes, vigorosos e férteis. Produzem muitos frutos de
excelente qualidade, assim como os de Jesus: perfeitos e comestíveis.
Por isso Jesus fala: “se
permanecerem em mim, e minhas palavras permanecerem em vocês, peçam o que
quiserem, e isto lhes será concedido”. Portanto, estes são os requisitos
para ser uma comunidade cristã: - ouvir
a palavra; - ter amor e fé; - e ter vida de oração. Estes requisitos são tão essenciais ao
cristão, assim como a seiva é para a planta. A alegria do agricultor é
ver a videira carregada de excelentes frutos. A glória do Pai é uma comunidade
comprometida com seu ensinamento, fortemente
unida a Jesus, que é a videira, cujos frutos são a justiça, a retidão e
o amor.
Não existe vida para o ramo, se ele estiver separado do
tronco. O ramo que se separa do tronco, seca e morre sem produzir frutos, vira
lenha e é lançado ao fogo. Sem Jesus não há vida, não há frutos, que é a
santidade de uma vida fértil unida a ele.
A videira produz uvas, não para si, mas para os outros. Esta
é a alegria do ramo: produzir frutos para os outros. Assim também o cristão: sua alegria é produzir boas obras, gestos
concretos de caridade, de amor para que os outros sejam mais felizes e tenham
vida digna. Essas são as condições para que a comunidade cresça e
desenvolva sua missão de ser autêntico cristão – discípulo missionário.
Assim se constrói uma vida de fé sólida e uma Igreja viva.
Separados de Jesus acabamos mergulhados em nossas próprias deficiências, isto
é, imperfeições, pecados, erros. Não serviremos pra nada, a não ser para ser
queimados.
Um grande abraço
em Cristo!
Maria de Lourdes
Precisamos cortar os velhos galhos e ficarmos com o tronco, extirpando os pecados e juntos a Deus. Ele nos ampara e fortalece , em todos momentos de nossa Vida . Obrigada por sua disponibilidade em transmitir as homilias. Bom domingo!
ResponderExcluirParabéns por esta tão explicativa reflexão!!! Temos que estar junto de Jesus e vivenciar no nosso dia a dia o amor que Ele nos ensinou!!!
ResponderExcluirEu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
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