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quarta-feira, 26 de maio de 2021

A minha casa será chamada casa de oração-Dehonianos

 

Tempo Comum – Anos Ímpares – VIII Semana – Sexta-feira

28 Maio 2021

Tempo Comum – Anos Ímpares – VIII Semana – Sexta-feira

Lectio

Primeira leitura: Ben Sirá 44, 1.9-13

Louvemos os homens ilustres, nossos antepassados, segundo as suas gerações 9Outros há, cuja memória já não existe; pereceram como se não tivessem existido, nasceram como se não tivessem nascido, e da mesma maneira, os seus filhos, depois deles. 10Porém, aqueles foram homens de misericórdia, cujas obras de piedade não foram esquecidas. 11Na sua descendência permanecem os seus bens, e a sua herança passa à sua posteridade. 12Os seus descendentes mantiveram-se fiéis à Aliança, os seus filhos também, graças a eles. 13A sua posteridade permanecerá para sempre, e a sua glória não terá fim.

Depois de contemplar a glória de Deus na criação, Ben Sirá contempla-a na História. Essa contemplação acaba por fortalecer o sentido de pertença à própria família, ao próprio povo. As gerações são como as águas de um rio que, da nascente, avança para o mar. Mas é sempre a mesma família, é sempre o mesmo povo.
O autor sagrado elogia os homens ilustres, aquelas pessoas que deram brilho ao seu povo, que contribuíram para apoiar a história de Israel, passando em revista as diversas gerações, desde as origens até ao século V a. C. Hoje escutamos a introdução a esse texto onde são apresentadas pessoas que marcaram a história pelas suas virtudes, ou pela sua piedade, como lemos no texto hebraico. Esta piedade consistia na fidelidade e no amor a Deus, mas também na misericórdia para com os pequenos e oprimidos, no precioso serviço da educação dos mais novos.
O bem nunca se perde, mas deixa lançadas sementes que, mais cedo o mais tarde, acabam por germinar e dar fruto. Por isso, a memória dos antigos virtuosos é uma bênção.

Evangelho: Marcos 10, 1-12

Naquele tempo, Jesus, depois de ser aclamado pela multidão, chegou a Jerusalém e entrou no templo. Depois de ter examinado tudo em seu redor, como a hora já ia adiantada, saiu para Betânia com os Doze. 12Na manhã seguinte, ao deixarem Betânia, Jesus sentiu fome. 13Vendo ao longe uma figueira com folhas, foi ver se nela encontraria alguma coisa; mas, ao chegar junto dela, não encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos. 14Disse então: «Nunca mais ninguém coma fruto de ti.» E os discípulos ouviram isto. Chegaram a Jerusalém; e, entrando no templo, Jesus começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; deitou por terra as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas, 16e não permitia que se transportasse qualquer objecto através do templo. 17E ensinava-os, dizendo: «Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões.» 18Os sacerdotes e os doutores da Lei ouviram isto e procuravam maneira de o matar, mas temiam-no, pois toda a multidão estava maravilhada com o seu ensinamento. 19Quando se fez tarde, saíram para fora da cidade. 20Ao passarem na manhã seguinte, viram a figueira seca até às raízes. 21Pedro, recordando-se, disse a Jesus: «Olha, Mestre, a figueira que amaldiçoaste secou!» 22Jesus disse-lhes: «Tende fé em Deus. 23Em verdade vos digo, se alguém disser a este monte: ‘Tira-te daí e lança-te ao mar’, e não vacilar em seu coração, mas acreditar que o que diz se vai realizar, assim acontecerá. 24Por isso, vos digo: tudo quanto pedirdes na oração crede que já o recebestes e haveis de obtê-lo. Quando vos levantais para orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe primeiro, 25para que o vosso Pai que está no céu vos perdoe também as vossas ofensas. 26Porque, se não perdoardes, também o vosso Pai que está no Céu não perdoará as vossas ofensas.»
Depois de uma longa viagem, durante a qual anunciou o Reino e realizou prodígios, que manifestavam a sua presença, Jesus chega a Jerusalém. Entra no templo, examina a situação, e retira-se para Betânia, onde pernoita.
No dia seguinte dá-se o episódio da maldição da figueira, um evento que tem dado aso a muitas discussões e hipóteses entre os exegetas. Não vamos entrar nelas. Mas, encorajados pela liturgia que nos faz ler hoje três episódios do ministério de Jesus em Jerusalém, – a madição da figueira (vv. 12-14), a expulsão dos profanadores do tempo (vv. 15-19), a exortação à fé (vv. 22-25), – vamos procurar descobrir a ligação que há entre eles. Jesus tem fome, procura figos na figueira e não os encontra. Marcos informa que «não era tempo de figos» (v. 14). Este evento inquadra-se no contexto da revelação que Jesus está a completar. O tempo da fé é salvífico, e não cronológico. Jesus revela que o Pai, n´Ele, tem fome e tem sede, não de alimento ou de bebida, mas de amor, de justiça, de rectidão; tem fome e sede de respeito pela sua morada, e não da profanação do templo santo, que somos cada um de nós. Para saciar esta fome e esta sede, todo o tempo e todo o lugar são bons. Israel perdera a sua fecundidade religiosa porque, explorando o povo simples no próprio templo de Deus, não amava a humanidade e não podia, por conseguinte, correr o risco da maravilhosa aventura da oração e da fé.

Meditatio

A primeira leitura oferece-nos a possibilidade de meditar sobre as virtudes e os exemplos dos antepassados. O Sábio canta as suas glórias e aponta-os como modelos. Hoje, mais do que nunca, num mundo onde tudo passa vertiginosamente, onde tudo é relativizado, precisamos urgentemente de referências. O importante é saber onde estão as referências correctas, aquelas que nos podem ajudar a crescer humana e espiritualmente. Homens valorosos são aqueles que são fiéis a Deus, como os Santos. Por isso, não só os invocamos nas nossas necessidades e aflições, mas também procuramos imitá-los no seu grande amor a Deus e ao próximo.
Jesus, no evangelho de hoje, surpreende-nos. Estamos habituados a repetir as suas palavras: «aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 29). Hoje, porém, o Senhor parece-nos violento. De facto, o amor de Jesus não é mole. É um amor forte, que em certas ocasiões se manifesta de modo verdadeiramente violento: «Jesus começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; deitou por terra as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas» (Mt 11, 12). O que o faz actuar é o seu amor pelo Pai e por nós. Quer purificar a casa do Pai que deve tornar-se «casa de oração para todos os povos», e não uma «covil de ladrões».
O episódio da figueira que não tem frutos ilumina este amor. A propósito desta árvore que, amaldiçoada por Jesus, seca, – gesto simbólico que mostra a necessidade de produzir frutos abençoados por Deus – Jesus faz o seguint
e comentário: «Tende fé em Deus. Em verdade vos digo, se alguém disser a este monte: ‘Tira-te daí e lança-te ao mar’, e não vacilar em seu coração, mas acreditar que o que diz se vai realizar, assim acontecerá» (v. 23). Jesus, que está sempre em íntima comunhão com o Pai, conhece a sua generosidade. Por isso, convida-nos a esta oração confiante. E não se esquece do amor fraterno. Por isso, acrescenta: «Quando vos levantais para orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe primeiro, para que o vosso Pai que está no céu vos perdoe também as vossas ofensas.» (vv. 24-25). O amor pelo Pai está intimamente unido ao amor pelos homens, os homens que Ele ama. Para estar unidos ao Pai, e crescer nessa união, é preciso abrir o coração aos outros, ainda que pecadores, ainda que nos tenham ofendido, como fez Jesus.
Peçamos ao Senhor uma vida cheia de fé, uma vida assente no amor, mesmo por aqueles que são contra nós. É assim que imitamos o Pai que está no céu. É assim que seguimos os bons exemplos dos Santos, e deixamos atrás de nós um rasto luminoso de bem.
O seguimento de Jesus, na fidelidade e no amor, garante uma vida cheia de frutos que permanecem.
Oratio

Senhor, são muitos os bons e os maus exemplos, que vejo à minha volta. Também eu dou alguns bons exemplos e, infelizmente, muitos maus exemplos. Ajuda-me a fixar-me nos bons exemplos dos teus Santos. Ajuda-me a eliminar os maus exemplos que eu próprio dou aos outros. Que eu saiba imitar tantos antepassados na fé, no amor por Ti e pelos outros. Que na minha vida, cheia de fé, o Espírito Santo produza os seus inúmeros frutos de santidade e de bem. E que esses frutos permaneçam para sempre. Amen.

Contemplatio

O exemplo de Maria e dos santos. – É o cântico de acção de graças de Maria que meditamos hoje. Este cântico marca as suas disposições habituais. É Maria mesma que a sua parente acaba de louvar e de cumprimentar. Isabel, sentindo a graça se espalhou nos lábios de Maria e advertida pelos estremecimentos de João Baptista, exclamou por um movimento do Espírito Santo: «sede bendita entre todas as mulheres, e de onde me vem esta felicidade que a Mãe do meu Deus me venha visitar?» Mas Maria não pensa senão no seu Deus. Canta o seu cântico de reconhecimento: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu coração exulta de alegria em Deus meu Salvador». Toda abismada na sua humildade, ela remete para Deus todos os louvores que a ela lhe dão. Tratam-na por Mãe de Deus, ela não se considera nem quer ser considerada senão como sua serva. Protesta com acção de graças que foi Deus quem tudo fez nela; publica a santidade do nome de Deus, a extensão do seu poder e a grandeza das suas misericórdias. Assim o seu hino de acção de graças tornou-se a expressão ordinária do reconhecimento dos fiéis. Ela inspirava-se do espírito de Jesus. Ele mesmo quis que as efusões do seu reconhecimento para com o Pai fossem assinaladas no Evangelho, nomeadamente antes e depois da Ceia eucarística, a maravilha do amor do seu Pai para connosco. Os santos expandiam-se sem cessar em acções de graças. Temos disso a prova na Sagrada Escritura. Diz-se de Tobias que dava graças ao Senhor todos os dias da sua vida (Tobias 2, 14). David exclamava: «Que darei ao Senhor por todos os bens que dele recebi» (Sl 115). Ele mesmo se excitava ao reconhecimento: «Ó minha alma, bendiz o Senhor e não esqueças todos os seus benefícios» (Sl 102). E passava em revista os benefícios sem número de Deus: perdoa os nossos pecados, cura as nossas enfermidades, faz-nos uma coroa das suas misericórdias (Sl 102). Os salmos são muitas vezes hinos de acção de graças a Deus sem interrupção (2Tes 2, 14); e ainda: Dai graças a Deus em todas as coisas, esta é a vontade de Deus em Cristo (Tês 5). (Leão Dehon, OSP4, p. 543s.).

Actio

Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Escolhi-vos para que vades e deis muito fruto (Jo 15, 16).

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Subsídio litúrgico a cargo de Fernando Fonseca, scj

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