Sábado, 30 de dezembro
de 2017.
Evangelho: Lc 2,
36-40)
Neste lindo
Evangelho, Lucas da ênfase à Mulher. Uma sacerdotisa, de idade avançada, viúva
que anunciava para todos, a chegada do
Menino da libertação. Ana sentia a exclusão de ser viúva, mas tinha a certeza
de que a Luz gerada no ventre de uma mulher pobre viria para dar aos
marginalizados a oportunidade de louvar e agradecer a Deus.
A mulher sempre
foi renegada pelo sistema político e econômico da época de Jesus. Não tinha
acesso aos privilégios, somente os homens ricos tinham a liberdade de usufruir
as vantagens do mundo. Contudo, mesmo o homem sobrepondo a mulher, não dando a
dignidade necessária, a vida não era bom para todos. Muitas pessoas padeciam de
alimentos e de necessidades básicas.
Ana rompeu nas
palavras do evangelista a barreira do
determinismo. Ela anunciou para o mundo o messias que ao voltar para Galileia
“crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com
ele”. (Lc 2,40). Ana almejava a libertação da opressão em que vivia, não
somente pela sua viuvez, mas por todas as mulheres oprimida de sua época.
A mulher estava
na frente dos homens em muitas ocasiões especiais. Veja quem anunciou o Cristo Ressuscitado? Foram as
mulheres. Elas cuidavam do túmulo e foram as primeiras a perceber que a pedra
havia rolado do lugar. Mais uma vez não ficaram quietas, saíram correndo pelas
ruas divulgando a novidade: “Jesus não
está no túmulo! Vão lá e vejam!”
As
oportunidades devem ser para todos. Todos são filhos e filhas de Deus. Tem o
mesmo direito. A exclusão social da mulher revela a pobreza da sociedade
machista. Carregado de ódio maltratam as mulheres e as deixam em situação
vexatória. Não percebem que Deus criou o homem e a mulher para viver na alegria
e na fraternidade. Um sendo companheiro do outro, ajudando-o mutuamente. Sem a
parede da exclusão.
Logo, o menino
tão esperando não seguiu a doutrina mundana. Através de suas ações provocou no
seio da sociedade o equilíbrio fraternal. Sem discórdia e sem competição entre mulher e homem Jesus ensinou como deveria ser a vida. Na
entrega e na doação homem e mulher devem viver na solicitude do discernimento
do amor.
Para afirmar
que o amor mundano desagrega os filhos de Deus, na Primeira Carta de São João
nos revela que “não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o
mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo – as paixões
da natureza, a concupiscência dos olhos
e a ostentação da riqueza – não vem do Pai, mas do mundo” (1Jo 2,15-16)
Ana sabia que
no mundo não encontraria a fortaleza e nem a sabedoria para acalentar a maldade
que atormentava, mas estava naquele que nasceu numa manjedoura entre animais
com uma missão fantástica: dar a oportunidade para o homem da terra a destreza
de conhecer o amor da luz e viver na paz de um Deus justo e conciliador.
Abraços
Claudinei M. Oliveira
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