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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

“Filipe leva Natanael à Jesus!” - Claudinei M. Oliveira.


Sexta-feira, 05  de janeiro  de 2018.
Evangelho:  Jo 1, 43-51

         No quarto dia do Testemunho de João Batista Jesus caminha para Galileia, lugarejo pobre no qual o empobrecimento do povo se faz a partir dos grandes centros da Judéia. Jesus distancia dos dominadores – Judéia – e passa a conviver com os dominados. Sinal de luta pela libertação a fim da construção da nova realidade.
         Filipe  de Betsaida, cidade de André e Pedro, fala para Natanael que encontrou com  Jesus de Nazaré, aquele que Moisés escreveu na Lei sendo o filho de José. Momento de glória, pois estar com o Filho de Davi simboliza o encontro da confirmação da Aliança que o Senhor fez com o povo de Israel. Entretanto, Natanael duvida deste homem ao afirmar: de Nazaré pode sair coisa boa? (Jo 1,46). Filipe respondeu: venha, e você verá.
         Natanael sendo um homem pobre, passando por dificuldade, não tem a sensatez no primeiro momento de reconhecer o testemunho de Filipe. Seu coração se prende ao preconceito e ao orgulho. Não consegue pensar a partir da realidade vivida, mas da realidade almejada e sonhada pelas famílias poderosas.
Como o povo de Nazaré era paupérrimo, não poderia ter a confiança num homem que falava em nome do Senhor. Contudo, mais uma vez confirma a prepotência e a arrogância plantada no seio de um povo de que a pobreza e a miséria não geram algo que possa ser valioso, ou seja, deste povo lascado só pode nascer o atraso.
         Natanael representa  as pessoas que para reconhecer Jesus tem que passar por transformações. Primeiro: deixar o preconceito; segundo, abandonar a arrogância e a prepotência e terceiro ser humilde.
Ser discípulo de Jesus não há nada de especial. Qualquer um poderia ser. Mas, para tanto, seria necessário ter um coração maduro e livrar das ideias alienantes que chamam para si a morte. Natanael deveria abandonar os princípios  do Sinédrio que julga a partir de suas leis mortais. Não se pensa no outro na extensão de irmão, mas se pensa no outro na extensão da cobiça e na exploração.
         O encontro de Jesus com Natanael revela  o encontro de do povo de Israel a espera da vinda do Messias. Natanael está sentado debaixo da figueira que simboliza o povo Deus a espera. Antes mesmo de tecer qualquer comentário Jesus fala diretamente: “eis ai um israelita verdadeiro, sem falsidade” (Jo 1,47).  Demonstra o conhecimento por inteiro do seu povo e de suas atitudes. Surpreso ficou Natanael: de onde me conheces? Como sabeis que sou eu? Nunca te vi em lugares diferentes deste?
         Ás vezes,  ficamos surpresos com as maravilhas de Deus. Preocupamos tantos com coisas irrelevantes que ao depararmos  com a magnitude  do Senhor e duvidamos:  Senhor está acontecendo isto comigo mesmo? Claro, às vezes, Cristo cansa de enxergarmos parados, sem atitudes que Ele dá um sinal. Porém são poucos que tem a sensatez de perceber o agir de Jesus em suas vidas.
O desafio para nós é descobrirmos que Jesus é o dom que Deus faz à humanidade. Por isso que o nome Natanael significa “o dom de Deus”.  Ou seja, Jesus é o Homem que carrega a vida plena consagrada por seu Pai a toda a humanidade.
         João termina o Evangelho afirmando nas palavras de Jesus: “eu lhes garanto: vocês verão o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”(Jo 1,51).  Esta afirmação relata o sonho de Jacó de uma grande escada que unia o céu a  terra. Todavia, o elo entre o céu a terra estava na Luz do Filho de Homem. Para chegar ao céu era preciso conhecer  e seguir Jesus de Nazaré, Homem pobre, mas de uma sensatez infinitamente inconfundível.
         Portanto, não escondemos do compromisso de fazer algo para o povo. Preocupemos menos com a situação de uma vida boa a partir da cobiça e vivamos a plenitude no consolo do dom de nosso Deus que nos quer bem. Vivamos a fraternidade e sem o preconceito. Amém!       
Abraços
Claudinei M. Oliveira



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