07- Sexta - Evangelho - Mt 16,24-28
Não basta
ser católico. É preciso reconhecer Deus em nossas vidas e em nossa realidade,
para que possamos viver sua verdade presente no meio de nós. Jesus não nos
ilude: Se alguém quer me
seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. Sua
cruz é vida doada e partilhada para nossa redenção.
Jesus identificou-se com o “humano”,
agraciado por Deus com um destino de glória e felicidade eterna. Agora Jesus
dirige um convite a todos. O tema é o seguimento de Jesus, a meta é a “vida”. O
seguimento comporta o renunciar a si mesmo e tomar sua cruz. O renunciar a si
mesmo, perder a sua vida, é desprezar a ideologia do sucesso, do enriquecimento
e do consumismo. Porém, a renúncia por si mesma não é um fim. É uma libertação
para assumir o compromisso da transformação deste mundo. É preciso tomar a
cruz. Marcos não fala em um sentido espiritual, mas no sentido concreto. Quem
carregava sua própria cruz eram os condenados, incômodos à sociedade. Tomar a
cruz é enfrentar a violência da repressão do sistema político-religioso contra
quem busca vida plena para todos. É a comunhão de vida com o próximo e com
Deus.
Não basta apenas que alguém se diga católico.
Não basta ter feito a profissão na vida religiosa. Não basta levar adiante uma
determinada ação pastoral? Não basta. Será preciso ser discípulo do Senhor,
segui-lo. Hoje, mais do que nunca, se compreendeu a urgência do discipulado que
prepara para a missão.
O caminho da formação do seguidor de Jesus
lança suas raízes na natureza dinâmica da pessoa e no convite pessoal de Jesus
Cristo, que chama os seus pelo nome e estes O seguem porque lhe conhecem a voz.
O Senhor despertava as aspirações profundas de seus discípulos e os atraía a Si,
maravilhados. O Documento de Aparecida no nº 277 diz que “o seguimento é fruto de uma fascinação que
responde ao desejo de realização humana, ao desejo de vida plena. O discípulo é
alguém apaixonado por Cristo, a quem reconhece como Mestre que o conduz em
acompanha”.
Que abismo de profundidade no tema do
seguimento de Cristo! Ele chama e exige entrega irrestrita, corajosa, sem meias
medidas! O discípulo se sente fascinado. Não há outra palavra que exprima
melhor o sentimento daquele que foi sendo tocado pelo Senhor. Consciente de
conservar sua liberdade, aquele que é chamado caminha para uma luz que quase
irresistivelmente o chama. O Mestre exige abandono do mundo dos pequenos
interesses, do ganho, do lucro, das vantagens, das satisfações menores.
Há que renunciar. Uma força estranha age no
coração do discípulo exigindo tal renúncia. Haverá momentos em que a cruz
aparecerá na vida daquele que segue Jesus. Sem ela o discípulo não prova o
seguimento do Mestre. Há um corajoso deixar. Francisco de Assis, no começou de
sua vida de seguimento de Jesus, lembra que o Altíssimo o levou ao mundo dos
leprosos que lhe causavam literalmente enjôo. Ele abraça os seres decrépitos e
deixa o mundo, começando uma vida esplendorosa de seguimento de Cristo, que ele
designará de vida de penitência, de deixar o mundo, isto é, o espírito das
coisas pequenas, de baixo….
De que serve ter bens, aplausos, riqueza,
prestígio se o coração do homem se distanciar das exigências do mundo novo? De
que serve uma família bem instalada, com bens e filhos doutores e mestres, de
gente que corre, mas esqueceu de colocar os passos nos passos de Jesus? Há os
que perdem tudo, para tudo ganharem. São os santos, são os heróis do Evangelho.
Seja você um deles e terá tudo em abundância!
Pai dá-me a pobreza e a coragem necessárias para ser seguidor de
teu Filho Jesus e realizar obras que merecerão a recompensa divina.
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