19º
DOMINGO DO TEMPO COMUM 09/08/2015
1ª Leitura
1 Reis 19, 4-8
Salmo 33/34
“Provai e Vede como o Senhor é bom”
2ª Leitura
Efésios 4, 3—5.2
Evangelho
João 6, 41-51
"O PÃO QUE DÁ A VIDA!"
Coisa bonita é quando uma pessoa, que todos
julgam importante, se apresenta de maneira simples, sem querer um tratamento
especial, que a sua posição ou o cargo lhe conferem. Certa ocasião, em um
encontro em Aparecida, no momento da Santa Missa, os diáconos permanentes
adentraram a sacristia da Basílica em horário adiantado, para não causarem
transtorno aos demais celebrantes, mas quando começaram a paramentar-se, um
funcionário do Santuário informou que o local dos Diáconos estava reservado no
sub-solo, de onde entrariam por outro corredor para não atrasar a celebração
que seria televisionada, foi quando chegou D. Diógenes, nosso acompanhante do
Regional Sul 1, e que iria presidir a Eucaristia, e estranhando não ver os
Diáconos se paramentando, foi informado que os mesmos estavam no sub-solo;
então pegou seus paramentos e desceu para lá, para descontentamento do
cerimoniário que era rigoroso na disciplina com a equipe celebrativa. O
resultado de tal gesto foi que os diáconos acabaram subindo, enquanto ele explicava
a um redentorista “Eu também sou um Diácono de Cristo, estou com eles nesse
encontro e os quero perto de mim durante a celebração”
Não vai aqui nenhuma crítica a organização e a
disciplina, que deve de fato existir nos grandes eventos litúrgicos de uma
Diocese, apenas pretendo realçar a postura humilde do nosso Bispo acompanhante,
fazendo com que nos sentíssemos um bando de meninos “paparicados” pelo
“paizão”.
Jesus gozava de grande estima entre alguns
judeus, que viam nele um poderoso profeta, por causa dos seus milagres e
prodígios, sempre feitos no Poder de Deus, como os grandes profetas que o povo
venerava, mesmo depois de mortos. Mas no momento em que ele afirmou ser o pão
vivo descido do céu, a encrenca começou, pois era uma afronta ao Deus Todo
Poderoso, que fizera aliança com os seus pais, Aquele que através dos
patriarcas conduziu o povo, falou com Moisés, colocando-o como libertador de
Israel, derrotou os Faraós do Egito, abriu as águas do mar vermelho, enfim, era
inaceitável que esse Deus Grandioso, altíssimo e Santo, estivesse em Jesus de
Nazaré, pessoa simples do lugarejo, cuja procedência todos conhecia.
A verdade é que, um Deus na forma humana, era até
causa de acusação e condenação á morte, porque ultrajava a todo Israel.
A história daquele povo, e a história da nossa
vida, convergem para Jesus, Nele Deus nos atrai, provoca em nós um encanto que
nos leva ao desejo de nunca mais nos separar dele, possibilitando a realização
da profecia “Todos serão discípulos de Deus”, obviamente tornando-se discípulos
de Cristo, quem segue a Jesus, segue ao Pai, quem ouve a Jesus, ouve ao Pai,
eles estão em uma comunhão plena, na qual somos inseridos, não por nossos
méritos, mas unicamente pela graça.
Os Judeus não acreditavam que o Deus misterioso
escondido nos “Sete Véus” do Santo dos Santos, aquele diante do qual Moisés
teve de cobrir o rosto, se tornasse assim de repente, alguém comum, que anda
com o homem, como no paraíso, fala com ele e torna-se parceiro. Os que se fazem
deuses neste mundo, na política, na economia e até mesmo no ambiente religioso,
exigem submissão, obediência, adoração e honrarias, ficam sentados nos tronos
da imponência, da prepotência, a espera que seus súditos venham lhes beijar os
pés.
Divino e humano não podem estar no mesmo espaço,
na mesma sala, na mesma mesa, em um mesmo nível. Imagine que o enviado de Deus
ia baixar justo na Judéia, na Vilinha de Nazaré... Como Filho de um
carpinteiro, impossível! Entretanto, o Deus portador da Vida, realizador de
todas as esperanças do povo, o Libertador por excelência, que tornava eminente
o messianismo, estava de fato em Jesus de Nazaré, ele se apresenta como a única
alternativa para se chegar ao Pai, como o único que viu o Pai e veio dele, o
único que dá aos homens muito mais do que o alimento material, o alimento
espiritual que os conduzirá á plenitude da realização humana, e tudo isso
requer apenas um ato que é em sua pessoa, aceitar que nele Deus nos estende a
mão, caminha conosco, sacia nossa fome, supri todas as nossas necessidades e nos
dá a Vida Eterna.
O segundo passo é um pouco mais complicado para a
compreensão dos Judeus e também para nós, temos que nos alimentar do seu corpo,
do Pão que veio do céu, permitindo assim essa convivência pacífica do divino e
humano em nossa vida, acolher a sua carne e sermos uma extensão do seu Ser
Divino e Humano, deixando que o seu Espírito comande todas as nossas ações, sem
que nos transformemos em super-homens, mas continuando a ser pobres mortais
simples e pequenos, porém revestidos da grandeza do Divino, caminhando com ele
para uma Vida que é Eterna, e que ultrapassa a qualquer realização humana nesse
mundo.
Se não aceitarmos essa Verdade em nosso coração,
nunca iremos ver esse novo horizonte descortinado por Jesus de Nazaré, e iremos
sucumbir diante da espera inútil, por algo em que não cremos. Que o Senhor
sacie nossa fome de Vida Eterna. Amém! ( 19º. Domingo do Tempo Comum João 6,
41-51)
Muito boa sua explanação , sou diácono permanente , e sempre busco em suas homilias , inspiração
ResponderExcluirpara minhas reflexões, Gosto muito de suas historinhas que alem de embelezarem , servem como ponto
de fixação para guardar a Palavra de DEUS em nossos corações.
Abração e permaneça na PAZ de NSJC.
Diac Leonide