17 de Maio - DOMINGO - Evangelho - Mt 28,16-20
Acredite nesta afirmação! Tu e eu já estamos com
um pé no céu. Celebrando hoje o Domingo da Ascensão, a Igreja nos leva a
contemplar em Cristo o nosso triunfo lá no céu. É fundamental conhecermos a
Cristo para que saibamos a esperança que seu chamado nos dá, descobre-nos as
riquezas da glória que está na herança dos santos e o imenso poder que exerceu
em favor dos que crêem. Essa riqueza não é algo a buscar no futuro, mas a viver
já aqui hoje e agora, na sagrada liturgia na qual estamos com Ele, o Sumo Sacerdote,
glorificando o Pai. Seria tão bom se pudéssemos celebrar com intensidade, não
apegados a ritos, mas ao mistério que nos é revelado em cada celebração.
Em cada uma delas as portas do Céu, no qual entramos com Cristo
glorificado se abrem. Com o Espírito que nos é dado, podemos nos alegrar com o
Pai que vê seu Filho voltando, com os filhos que adotou.
E nesta incontável alegria, Jesus nos encarrega a
missão: Ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho a toda criatura!.
Se por um lado estamos com Ele na glória, por outro lado estamos na história da
qual é o condutor, pois é o Senhor da História. Por mais que sejamos
desconhecidos, Ele conduz o universo e nos deixou com a missão de, com Ele, colocar
todos os seus inimigos debaixo de seus pés. O inimigo é toda espécie de
mal. O anúncio do Evangelho retirará do mundo o poder do mal e o conduzirá a
criar, já aqui na terra, um novo céu e uma nova terra, com dores,
mas com a esperança da glória.
A Ascensão de Jesus não marca um fim ou uma virada de página. Ele
continua vivo e presente, pois estamos unidos a Ele. Ele é a cabeça que atrai o
seu corpo para o Pai, vivificando-o por meio de seu Espírito. A Ascensão
coloca-o no centro de nossa vida e de nossa história. Jesus é o Senhor de todas
as coisas, é a pedra angular que fora rejeitada pelos construtores. Ele é
elevado até junto do Pai, com o qual se torna na sua humanidade vivificante,
fonte do rio da vida.
Na Ascensão, Cristo não desaparece, mas, pelo
contrário, começa a mostrar-se e a vir. Por isso os Anjos dizem: Ele
vai voltar do mesmo modo como vistes partir para o Céu. Ele está sempre
vindo. Ele levou os cativos, que somos nós, para o mundo novo da sua
Ressurreição, e derrama sobre os homens os seus dons, o seu Espírito. Sua
Ascensão é um movimento progressivo. Sua ascensão é para que cheguemos ao
estado de homem perfeito, à medida de Cristo na sua plenitude. O movimento da
Ascensão só ficará completo quando todos os membros do seu corpo estiverem sido
atraídos para o Pai e vivificados pelo Espírito. Ela é a energia pascal do
Cristo que enche o universo. A liturgia é o momento de sua vinda. Nos
encontramos tudo isso na liturgia que é feita em união com a liturgia celeste.
Ele é sumo-sacerdote que continua a presidir no templo da glória. Em Jesus há
uma volta ao Pai em cada liturgia celebrada. Celebramos a alegria do Pai ao ver
o regresso do Filho amado da parábola. Ele não volta só, mas volta na carne,
trazendo os filhos de adoção. Eis-me aqui com os filhos que Deus me deu.
Cada filho tem a face do Filho amado. O Pai se faz acolhimento de todos os
filhos. Partilhamos da liturgia eterna.
Já estamos com um pé no Céu. Somos um só Corpo com Jesus, por isso
temos uma parte nossa no Céu. Ele, ao deixar o mundo, no dia da Ascensão, não
subiu aos céus para afastar-se de nossa humildade, mas para dar-nos a certeza
de que nos conduzirá à gloria da imortalidade.
Meu irmão minha irmã. Escute o que dizem os dois
Anjos aos discípulos: Por que olham para o alto? Agora é a vez de
fazer o que Ele fazia. É a hora de nossa missão. Não estamos sozinhos. Temos o
Espírito Santo. Por isso, lança-te à missão e vai anunciar que já a nossa
natureza já está lá no Céu com Cristo nosso irmão, esforcemo-nos para ir a
conquistando a cada dia que passa.
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