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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Por que tu não depositaste meu dinheiro no banco? Padre Queiroz

19 de Novembro- Quarta - Evangelho - Lc 19,11-28

Por que tu não depositaste meu dinheiro no banco?
Esta parábola das moedas de prata é parecida com a dos talentos. Um patrão, antes de viajar, chamou dez empregados e entregou a cada um dez moedas de prata, pedindo-lhes que, na sua ausência, as fizessem render.
As moedas simbolizam os nossos dons e qualidades, que chamamos também de talentos: Saúde, estudo, inteligência, dom artístico, aptidão profissional, amor, boas maneiras, as virtudes cristãs...
A parábola foi uma resposta de Jesus aos discípulos que, pelo fato de estarem se aproximando de Jerusalém, pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo. Portanto, o que Jesus quis dizer é que a chegada do Reino de Deus depende de nós mesmos, do uso que fizermos dos nossos dons.
Reino de Deus é a Vida Nova projetada por Jesus, que tem seu início aqui na terra e a plenitude no Céu. É uma vida na verdade, na justiça, na graça de Deus, no amor, na vida plena para todos sem que haja excluídos, e na paz.
Isso não cai pronto do céu; nós é que temos de construí-lo, com os dons e recursos que temos.
A referência ao ódio que os concidadãos tinham do patrão, e à vitória dele, sendo coroado rei, simboliza a morte e ressurreição de Jesus. Nós também encontramos obstáculos e perseguições, ao desenvolvermos os nossos talentos.
“A todo aquele que já possui, será dado mais ainda; mas àquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem.” Sentido: no julgamento final de Deus, aquele que foi fiel no pouco, nos pequenos serviços da vida terrena, receberá uma grande recompensa, como o empregado que fez as dez moedas renderem dez vezes mais; mas o que não teve essa fidelidade, e foi preguiçoso, será castigado severamente.
Na prática, cada um de nós deve usar bem os dons que recebeu de Deus, sejam quais forem, grandes ou pequenos. Assim, seremos premiados por Deus. Mais que uma honra, nossos dons são uma responsabilidade para nós!
Havia, certa vez, uma jovem de família classe média que estava ficando cada vez mais doente. Por fim, ela não queria mais nem levantar-se da cama. Era uma doença misteriosa, que nenhum médico descobria.
Um dia, após os exames, o médico chamou os pais dela e disse: “Quero tentar ainda um recurso. Se vocês me permitirem, levarei a sua filha comigo para um passeio”. Os pais concordaram.
No dia seguinte, logo de manhã, o médico parou seu carro na frente da casa deles, a jovem entrou e saíram. Atravessaram a cidade e seguiram por ruas de terra, num bairro bem pobre. Pararam junto a um barraco.
O doutor disse: “Chegamos. Vamos fazer uma visitinha”. Ao entrarem no barraco, o médico foi recebido naturalmente, sinal que ia lá com freqüência. Ele apresentou a garota e fez perguntas sobre a saúde da viúva e dos filhos.
A mocinha observava tudo. O médico deixou alguns medicamentos e despediu-se. Na volta, a menina perguntou se iam voltar. “Sim” respondeu ele.
Dois dias após, o médico encontrou o carro junto à porta da casa da jovem. Ela já o esperava, com várias sacolas plásticas. Durante o percurso, conversou animadamente.
Chegando ao barraco, foi ela que mais conversou. O médico estava satisfeito. Seu novo método de cura estava surtindo efeito.
Voltaram mais vezes. Depois ela passou a ir sozinha, com as amigas, que alargaram o seu círculo de amizades na favela.
Algumas semanas depois, a moça estava curada, bonita e bem disposta.
Os nossos dons foram feitos para serem usados e não guardados só para nós. E o principal dom que temos é o amor.
Maria Santíssima usou e usa muito bem os dons que recebeu de Deus, especialmente o de Mãe. Vamos pedir a ela que interceda junto de seu Filho por nós, a fim de que façamos render dez vezes mais as nossas dez moedas de prata.
Por que tu não depositaste meu dinheiro no banco?

Padre Queiroz

 

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