21
de Novembro- Sexta - Evangelho - Mt
12,46-50
Bom dia!
Bem a frente desse momento, outra situação obrigou
a Jesus ter “um mesmo peso”. Todos devem lembrar quando dois dos seus
discípulos pediram para sentar-se um a sua direita e outro a sua esquerda e o
Senhor pacientemente os exortou a respeitar a divina escolha e ao divino tempo.
“(…) Nisso aproximou-se a mãe dos filhos de Zebedeu
com seus filhos e prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer uma súplica.
Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Ordena que estes meus dois filhos
se sentem no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda. Jesus disse:
Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu devo beber? Sim,
disseram-lhe. De fato, bebereis meu cálice. QUANTO, PORÉM, AO SENTAR-VOS À
MINHA DIREITA OU À MINHA ESQUERDA, ISTO NÃO DEPENDE DE MIM VO-LO CONCEDER.
ESSES LUGARES CABEM ÀQUELES AOS QUAIS MEU PAI OS RESERVOU”. (Mateus 20, 20-23)
Humano e ao mesmo divino, Jesus poderia privilegiar
os seus, mas deixava claro que sociedade esperava que nascesse após a
divulgação pública da Boa Nova: Uma sociedade justa e longe das prevaricações.
Essa talvez tenha sido uma das “bandeiras” defendidas por Jesus que mais
incomodavam aos doutores da lei: OS PRIVILÉGIOS!
Sem dúvida que o maior dos privilégios (ou
quereres) a ser enfrentado era o individual, pois por instinto, precisamos
antes de tudo pensar primeiro em nós e em seguida nos outros.
Esse ato humano e natural vem à tona no sofrimento
do Senhor no horto das oliveiras, mas a Sua missão divina o move a continuar
focado no caminho. Quem de nós pensaria primeiro nos outros em detrimento ao
meu querer? Jesus descarta o seu privilégio divino e se oferece por sua
criatura. Estudiosos, inclusive os mais céticos, afirmam que Jesus era divino
visto que andava na “contramão” do raciocínio lógico, fisiológico e
psicológico que possuímos.
“(…) O olhar de Cristo esconde nas entrelinhas
complexos fenômenos intelectuais e uma delicadeza emocional. Mesmo no extremo
da sua dor ele se preocupava com a angústia dos outros, sendo capaz de romper o
instinto de preservação da vida e acolher e encorajar as pessoas, ainda que
fosse com um olhar… Quem é capaz de se preocupar com a dor dos outros no ápice
da sua própria dor? Se muitas vezes queremos que o mundo gravite em torno de
nossas necessidades quando estamos emocionalmente tranqüilos, imagine quando
estamos sofrendo, ameaçados, desesperados”. (Augusto Cury – Mestre dos mestres)
Nosso raciocínio lógico também se mostra
convincente quando ao sermos perseguidos optamos por desistir. Sim! Ninguém é
obrigado a sofrer, mas de que vale desistir sem lutar? Quais são os verdadeiros
motivos que me fazem continuar? Será que os motivos são tão pequenos que os
tornam pequenos ao ponto de serem descartáveis?
Evidente que existem coisas que superam nossas
forças mas muitos dos que desistem de algo foi por que entrou na luta pelos
motivos errados ou não acreditavam muito no que queriam. Por exemplo quando
luto pra ser chefe, por uma promoção E NÃO TENHO TER LASTRO, COMPETENCIA OU
CONHECIMENTO PARA TAL FUNÇÃO; quando quero ser reconhecido numa função que fica
por “trás das cortinas” e não no palco; quando quero aplausos pelo meu lindo
canto ou tapinhas nas costas por minha linda pregação, será que estou maduro
para entender que na verdade minha verdadeira função era passar desapercebido
para deixar que as pessoas vissem o Cristo e não a mim?
Motivos justos nos motivam a perseverar, os
“quereres” são descartáveis. É claro e repito, que existe aquilo que esta além
das nossas forças, mas isso é um tema para outra reflexão
Quem por ventura exerce uma liderança profissional,
social ou comunitária, quais os motivos que o levaram a assumir essa função? Quem
há muitos anos “NÃO LARGA O OSSO” e não treina substitutos, o que desejas com
isso? Perpetuar-se? Isso se chama tirania e não democracia.
Em meio ao sofrimento do horto, das confusões, dos
desentendimentos, optaríamos em continuar? Jesus certa altura falou do peso dos
“fardos” e hoje a reflexão que ninguém terá tratamento diferenciado ou
privilegiado perante os olhos de Deus.
E por falar em diferenças…
Outra coisa que precisamos repensar é o tratamento
desigual que damos as pessoas em troca de interesses. Por que temos a triste
mania de tratar bem aqueles que tenho algum interesse e passar desapercebido o
simples? Será que a copeira não deve ter o mesmo tratamento do diretor?
Por estarmos num ambiente chamado igreja,
deveríamos entender que lá seria um dos poucos lugares no mundo onde não
deveriam ter diferenças de tratamento, pois para Deus somos todos iguais. O que
doou cerveja e refrigerante para a festa do padroeiro deveria ter o mesmo
tratamento gentil daquele que doa suas duas moedinhas no ofertório, pois o
motivo que trouxe o simples de coração a aquele local foi idêntico a mulher que
enxugava os pés de Jesus com os cabelos
“(…) Meus irmãos, na vossa fé em nosso glorioso
Senhor Jesus Cristo, guardai-vos de toda consideração de pessoas. Supondo que entre
na vossa reunião um homem com anel de ouro e ricos trajes, e entre também um
pobre com trajes gastos; se atenderdes ao que está magnificamente trajado, e
lhe disserdes: Senta-te aqui, neste lugar de honra, e disserdes ao pobre: Fica
ali de pé, ou: Senta-te aqui junto ao estrado dos meus pés, não é verdade que
fazeis distinção entre vós, e que sois juízes de pensamentos iníquos? Ouvi,
meus caríssimos irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres deste mundo para
que fossem ricos na fé e herdeiros do Reino prometido por Deus aos que o amam?
Mas vós desprezastes o pobre! Não são porventura os ricos os que vos oprimem e
vos arrastam aos tribunais? “. (Tiago 2, 1-6)
Deixo ao fim a reflexão proposta pelo site da CNBB
“(…) Jesus não quer que nós sejamos seus servos,
pois o amor que ele tem por nós não permite isso. O apóstolo São João nos diz
no seu Evangelho que Jesus não chama os seus seguidores de servos, mas de
amigos, porque lhes revelou tudo o que o Pai lhe deu a conhecer. Mas no
Evangelho de hoje, Jesus vai mais além, ele nos mostra que quer que todos os
que ele ama e o amam sejam membros da sua família, participem da sua vida
divina. Para demonstrar o amor que temos por Jesus, não basta apenas afirmar o
amor que se sente por ele, é preciso ir além, é preciso conhecer e realizar a
vontade do Pai. Somente quem faz a vontade do Pai ama verdadeiramente a Jesus,
torna-se membro da sua família e participa da sua vida”.
Hoje é dia de nossa Senhora do Carmo. Dia legal
para reavivar as bênçãos sobre os escapulários. Um abraço fraterno todo
especial ao pessoal do nordeste que usa esse texto toda segunda feira no terço
dos homens.
Viva Maria! Modelo de pessoa que pouco se importou
em ter um local de destaque, mas foi até o fim. Do anuncio do anjo até a
ressurreição passando pela dor do calvário e cruz ao ver seu filho sofrer,
morrer e ser glorificado. Que pena que não entendem a nossa admiração por essa
mulher fantástica.
Um imenso abraço fraterno.
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