6 de Dezembro- Sábado - Evangelho - Mt 9,35 - 10,1.6-8
Estamos diante de uma
curta narrativa de exorcismo e cura de um possesso mudo, e depois da acusação
dos fariseus. Repete-se aqui o longo discurso sobre os milagres de Jesus,
narrados por S. Mateus (12,22-32).
Jesus não perdia tempo e, percorrendo todas as cidades e povoados,
pregava o Evangelho do Reino e ensinava nas sinagogas. Porém, Ele concretizava
tudo o que anunciava, quando curava os enfermos, expulsava os espíritos maus,
libertava os oprimidos, por compaixão. As pessoas não abrangiam a sua missão e julgavam-no
com a mentalidade do mundo, que não compreende quem trabalha simplesmente por
amor.
Neste Evangelho, Jesus cura um homem mudo que estava possuído pelo
demônio. O demônio é o espírito das trevas e da escuridão, espírito de rebeldia
e de injustiça. Ele nos faz mudos (as) e tem poder sobre nós quando nos impede
de expressar através dos nossos lábios o louvor que só a Deus é devido; quando
não queremos nos pronunciar nem assumir compromissos, quando nos omitimos e não
nos revelamos. Aí então, ele faz a sua festa e nos tornamos homens e mulheres
mudos, apáticos, sem compromisso, sem esperança, sem entusiasmo. Porém, o poder
e o domínio de Jesus são muito maiores do que a ousadia e a pretensão de
satanás.
Ele vem em nosso auxílio para nos tirar da ignorância e do pecado.
Todavia, quando Jesus nos cura e nos tira do anonimato e da ignorância, as pessoas,
muitas vezes, não compreendem o porquê da nossa transformação e nos julgam mal.
Elas nos avaliam pelas aparências e não têm a coragem de se pronunciarem e de
tirarem as suas dúvidas, nos apelidam de fanáticos (as) e de radicais.
Por isso, o Senhor continua pedindo ao Pai, trabalhadores para a
sua messe. Ele olha as multidões e se compadece daqueles (as) que vivem
abandonados, cansados e abatidos. Jesus veio inaugurar o tempo da misericórdia
e, hoje como ontem, Ele conclama os Seus discípulos para serem trabalhadores da
messe.
“A messe continua grande, mas os trabalhadores são poucos.” As
pessoas continuam como ovelhas sem pastor, abatidas, cansadas, desanimadas, sem
esperança, até dentro das nossas casas e Jesus nos chama a ser trabalhador da
Sua colheita. Nós acolhemos o chamado de Cristo quando fazemos tudo por amor. A
vivência do amor anima as pessoas enfraquecidas, enfastiadas e sem perspectiva.
O amor vence o ódio e expulsa dos corações a intriga, a divisão, a
incompreensão. Se fizermos como Jesus fez, estaremos sendo trabalhadores da Sua
messe. Quanto mais nós nos apresentarmos à vinha do Senhor, mais surdos e mudos
serão curados.
Você já se sente liberto (a) do demônio que paralisa os lábios do
homem? – Você conhece quando as pessoas à sua volta estão desanimadas e sem
esperança? – O que você diz a elas? – Você tem ajudado a alguém pelo menos
escutando e acolhendo? – Você se considera trabalhador da messe de Cristo?- Em
que você tem empregado o seu tempo livre?
Pai, faça-me compassivo diante do sofrimento de tantos irmãos e
irmãs, movendo-me a ser, efetivamente, solidário com eles.
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