SOLENIDADE DE
CRISTO REI: JESUS REI
- JESUS PASTOR - JESUS OVELHA
Maria de Lourdes Cury Macedo
Domingo, 23 de novembro
Evangelho de Mt. 25, 31- 46
Estamos no último domingo do
ano litúrgico. No domingo que vem com o Advento começa o novo ano da Igreja.
Quando o fim do ano litúrgico
se aproxima as leituras nos levam a refletir sobre a nossa vida, tendo em vista
o encontro definitivo e último com Cristo – o Juízo Final.
Domingo a Igreja celebra a
festa de Cristo-Rei, por isso todas as leituras vão destacar que Cristo é o
Rei.
Realmente Jesus é Rei. Os
textos bíblicos nos mostram de uma maneira bastante séria e clara a diferença
entre o reinado de Cristo e o domínio dos poderosos da terra.
Jesus usou muito a expressão
- “Reino de Deus”. A mensagem de Jesus
pode ser resumida no Reino de Deus. Reino que Ele viveu, praticou e ensinou a
todos no qual a lei maior é a lei do Amor. O Reino de Jesus não é um lugar: é um novo modo de ser, de agir e de
amar; um novo modo de crer e esperar.
Apesar de Jesus usar a
expressão “Reino de Deus” Ele tinha uma atitude realística e crítica ante os
reis do mundo, que governam sem amor, sem justiça, visando seus próprios
interesses e não se importando com o povo.
Jesus ensina os discípulos a
não imitar os reis, os governos, porque eles agiam em benefício próprio.
Escravizando o povo. Usando do cargo, do poder não para bem governar e dar boas
condições de vida para o povo, mas para mandar, explorar e ser servido.
Jesus, porém, ensina que o 1º
a servir tem que ser o chefe. Que o
trabalho de comandar um povo tem que ser um serviço para o bem de todos. Quando
Jesus lava os pés dos apóstolos na 5ª feira Santa, Ele mesmo nos dá o ensinamento e testemunho de serviço ao irmão.
Mas, Jesus só foi realmente
reconhecido Rei depois de sua ressurreição, quando ele triunfou sobre todos os
inimigos, inclusive o último, a morte.
Embora Jesus não tenha
recusado o título de Rei durante seu ministério aqui na terra, Ele se
identificou muito mais com um pastor
do que com um rei.
Jesus é o rei-pastor. No
entender da Bíblia, um rei só é realmente rei, se ele agir de acordo com o
coração de Deus, que se iguala, identifica com um pastor.
Quando pensamos em rei,
imediatamente pensamos em moradia fixa e luxuosa; em exército, em armas, em
burocracia e intermediários; luxo, riqueza, formalidade; julgamento, lei e
trono.
Já a palavra pastor nos
lembra o espaço aberto do campo, a liberdade, o contato direto com as ovelhas,
a solidariedade de vida, a mobilidade e a ausência de preocupação em defender a
si mesmo, porque para o pastor importa as ovelhas.
Na história do povo de Deus
houve pastor ruim, mau, violento, que maltratava as ovelhas. Por isso o próprio
Deus se faz pastor de seu povo: tira, destitui os maus pastores de suas funções
e arranca as ovelhas de suas garras de lobos. Deus mesmo vai em busca do
rebanho e dele cuidará; tratará da ovelha que se feriu e fortalecerá a que
estiver doente. Tudo isto se tornou realidade na pessoa, na vida, nas palavras
e nas ações do bom pastor, Jesus Cristo.
Jesus admitiu de uma forma
indireta que era rei, mas quanto a pastor não deixou dúvidas: Ele mesmo se
declarou o bom pastor. Definiu o
bom pastor como aquele que dá a vida pelas ovelhas e, assim ele fez, deu a sua
vida pelas suas ovelhas, que é o seu povo.
Jesus, o bom pastor procura
as ovelhas e cuida bem delas, está sempre no meio delas e as resgata da
dispersão, ou quando se espalham, se debandam. Procura a ovelha perdida,
reconduz a extraviada, enfaixa a que tem perna quebrada e fortalece as doentes.
A alegria do pastor não consiste na punição de suas ovelhas. Ele mesmo se
esforça para que elas estejam bem.
No Evangelho de hoje, Jesus
aparece em sua glória, acompanhado dos anjos e sentado no trono como um rei, mas seu jeito de proceder, de agir é comparado ao de um pastor
que separa as ovelhas dos cabritos. Neste Evangelho existe uma grande
surpresa: Jesus se identifica com as
ovelhas. Ele se faz uma ovelha como nós. Ele assume a condição de ovelha.
Bem que João Batista o chamou de Cordeiro de Deus.
Os profetas se referiam a Jesus como um Cordeiro imolado. E Jesus
neste discurso aparece como rei e
pastor, mas se iguala as ovelhas. Não
com as ovelhas fortes e bem nutridas, alimentadas, mas com a fraca, a doente, a
sedenta, a desgarrada, excluída: “Eu tive fome...., tive sede......, era
estrangeiro...., estava nu......,
doente......, na prisão......, todas as vezes que fizestes isto a um
destes meus irmãos pequeninos foi a mim que o fizestes. E o contrário
também...... quando não fizestes ao irmão foi a mim que deixastes de fazer.
Esta cena nos mostra a
surpresa dos que são colocados à direita do rei Jesus e o espanto dos que não
souberam reconhecer Jesus nos mais pequeninos.
Jesus reconhece que quando
fizeram com amor e desinteresse para os desprotegidos, para os famintos, para
os sedentos, para os sem teto, sem condições mínimas para viver, aos doentes
sem recursos para se tratar, para os prisioneiros (não só da cadeia, mas
prisioneiro do pecado, dos vícios), foi para Ele que fizeram. Jesus assume como feito a sua própria pessoa.
Ele se coloca como uma dessas ovelhas
pequeninas. No rosto destes desclassificados de nossa sociedade,
transparece a realeza de Cristo, pois eles são “meus irmãos mais pequeninos”. Cristo identifica-se com nossos
irmãos. Daí surge o valor da caridade. O amor verdadeiro é manifestado no
serviço ao próximo.
A cena oposta apresenta-nos
os amaldiçoados pelo rei-juiz, por não terem sabido reconhecê-lo nos mais
pequeninos. “Muitos me dirão naquele dia: “Senhor, Senhor, não profetizamos em
teu nome, não expulsamos demônios em teu nome”? Então lhes confessarei: não sei
quem são vocês, afastem-se de mim”.
Triste constatação: os
amaldiçoados são os que se julgavam estar muito perto de Jesus (mas longe dos
irmãos pequeninos) e os salvos são os que não percebiam que estavam perto de
Jesus (mas estavam perto dos irmãos pequeninos). Estas cenas paralelas nos mostram o caminho pelo qual se chega ao
reconhecimento da realeza de Cristo.
Portanto, Jesus pastor e rei
identifica-se com as ovelhas mais fracas e nos fortalece para sermos pastores.
Em relação a Jesus somos
ovelhas. Ele nos guia pelos prados verdejantes e nos dá conforto e segurança.
Quem segue Jesus sente esperança, coragem, amparo em qualquer situação da vida.
Mas, no convívio com os
irmãos devemos ser pastores como Jesus.
Aquele que faz o que Jesus fez. Pastor que tem os mesmos sentimentos que Jesus
teve. Pastor que vai atrás das ovelhas perdidas, que ajuda os mais fracos, que
tem compaixão de todos, que trabalha para o bem comum com amor, justiça, paz,
fidelidade. Pastor que vive e ensina a viver a lei do Reino de Deus que se
resume no Amor.
O tempo que Deus nos concede
nesta vida é precioso e não pode ser desperdiçado. Devemos portanto, alicerçar
a nossa vida nos valores que Jesus ensinou, que são as obras de misericórdia.
“Sede misericordiosos, como o Pai é misericordioso”. Quando eu sou
misericordioso eu me pareço com Deus. As obras de misericórdia nos serão
cobradas rigorosamente no juízo final. E
quais são elas?
1- Dar de comer a quem tem
fome; 2 – Dar de beber a quem tem sede; 3- Acolher o estrangeiro; 4- Vestir o
nu; 5- Visitar os presos; 6- Cuidar dos enfermos; e 7- Enterrar os mortos.
Assim, se tivermos a atitude
correta como nos ensina Jesus, poderemos ser contados entre os benditos do Pai,
aqueles que receberão o Reino como herança.
Meus irmãos e irmãs,
concluindo podemos afirmar: Cristo-Rei foi antes de tudo pastor, até mesmo
igualando-se com as ovelhas. Nós perante Jesus somos ovelhas; perante os
irmãos, somos pastores, porque somente assim, imitando e seguindo Jesus
reinaremos.
Jesus espera que tenhamos
mostrado um amor prático para com o nosso semelhante.
Pensemos seriamente nestas perguntas: Você ama o seu irmão? Você faz alguma coisa pelo outro, seja ele quem
for, mostra sua solidariedade, seu apreço, seu amor prático e eficaz pelo ser
humano, semelhante a você?
Pai, fortaleça meu desejo de amar e servir
meus semelhantes, principalmente os mais necessitados de amor, de atenção, os
mais pequeninos de Jesus. Amém!!!!
Lindo comentário. São lições que devemos seguir em nossas vidas.
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