Domingo, 6 de outubro de 2013
27º Domingo do Tempo Comum
Outros Santos do
Dia: Alberta de Agen (mártir), Barto de Vaison (bispo),
Marcelo, Casto, Emílio e Saturnino (mártires de Cápua), Maria Francisca das
Cinco Chagas (virgem, terciária franciscana), Romano
de Auxerre (bispo), Nicetas de Paflagônia (monge).
Primeira leitura: Habacuc 1,2-3; 2,2-4
O justo viverá por sua fé.
Salmo responsorial: 94, 1-2.6-9
Não fecheis o coração; ouvi vosso Deus!
Segunda leitura: 2Timóteo 1, 6-8.13-14
Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor.
Evangelho: Lucas 17, 5-10
Se vós tivésseis fé!
O justo viverá por sua fé.
Salmo responsorial: 94, 1-2.6-9
Não fecheis o coração; ouvi vosso Deus!
Segunda leitura: 2Timóteo 1, 6-8.13-14
Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor.
Evangelho: Lucas 17, 5-10
Se vós tivésseis fé!
O profeta Habacuc nos situa
no contexto do diálogo entre o profeta e Deus. Habacuc toma a
iniciativa e pergunta a Deus pela raiz do mal e do sofrimento que o rodeia. A
injustiça, a violência e a desigualdade parecem converter-se na única forma de
viver da sociedade em muitos momentos, não somente da historia do povo de Deus,
mas também da historia da humanidade. A queixa do profeta é clara: não há
justiça; vive-se da violação sistemática dos direitos básicos, provocados pela
anomia e pela confusão. Contudo, a resposta do Senhor ante a situação não se
faz esperar. O Deus da historia e da criação faz um chamado “justo” à
fidelidade e à confiança. Deus se encontra com o ser humano na justiça, na
resistência pacífica e na esperança do ser humano nele.
Na segunda carta a Timóteo, o autor nos
apresenta a origem da vocação apostólica: ela procede do plano divino da
salvação de Deus. Os crentes hoje somos exigidos a tomar consciência que
recebemos do Senhor o dom da fé, da fortaleza e da caridade; portanto, este dom
recebido demanda uma resposta oportuna. Diante da situação tão complexa,
adversa e confusa em que vivemos, os carismas do Espírito do ressuscitado são
distribuídos para dirigir a comunidade humana com energia e dar testemunho da
libertação e salvação no Senhor. Esses dons recebidos e incrementados
constantemente evitam o perigo de cair no absurdo e na desesperança.
No texto de Lucas vemos os discípulos,
conscientes de sua pouca fé, de sua incapacidade para dar sua adesão plena a
Jesus e à sua mensagem. Por isso pedem que lhes aumente a fé. Jesus constata na
realidade que basta possuir uma fé do tamanho de um grão de mostarda, comparada
à cabeça de um alfinete. Tão pequena fé bastaria para fazer o impossível: com
uma ordem arrancar uma amoreira e atirá-la ao mar. Este mínimo de fé é
suficiente para colocar a força de Deus à disposição do discípulo.
Olho ao redor e penso que algo não está
funcionando. Tantos cristãos, tantos católicos, tantos colégios religiosos... E
me pergunto: Quantos crentes? Há cristãos de fé? Sacerdotes, religiosos,
bispos? Temos fé? Ou temos uma serie de crendices, um longo e complicado credo
que recitamos de cor e que pouco tem a ver com a vida?
As palavras de Jesus continuam ressoando
hoje. “Se tiveres fé com um grão de mostarda...” Ou o que é igual: se
seguísseis meu caminho, se vivêsseis segundo o evangelho, teríeis a força de
Deus para mudar de vida.
Continuo olhando ao meu redor e vejo o perigo
de uma igreja apegada a seus privilégios, que se alia a poderes de plantão, que
depende em muitos países economicamente do Estado, que colabora com o poder
político, identificada com as tendências de direita e de centro, defensora de
seu estatuto de religião verdadeira e prioritária.
Volto-me ao evangelho e releio suas páginas:
“Vende tudo o que tens e reparte-o com os pobres, que Deus será sua riqueza, e
depois segue-me” (Lc 18,22). “As raposas têm suas tocas e os
pássaros seus ninhos, porém o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”
(Lc 9,58). “Não andeis preocupados, pensando em que ides comer, nem pelo
corpo, pensando com que vestir” (Lc 12,22). “Os reis das nações as dominam
e os que exercem o poder se fazem chamar benfeitores. Porém, vós não deveis ser
assim; ao contrario, o maior entre vós iguale-se aos mais jovens e o que dirige
deve ser um servidor” (Lc 22,25-26).
Pobres, livres, sem seguranças, sem poder, a
exemplo de Jesus. Somente tem fé quem adere a este estilo de vida evangélico.
Quem não age assim, pode ter crenças, mas que para quase nada servem. Com uma
fé frágil assim, não se tem força para mudar nem o religioso nem humano.
Talvez tenhamos que reconhecer que somos
“servos inúteis”, pois não andamos no sistema da fé, mas no sistema do
cumprimento das obras da lei, como os fariseus. A nossa missão é que sejamos
“filhos de Deus”: é o que somos chamados a ser como cidadãos do reino.
Oração: Ó Deus nosso Pai, que em Jesus nos mostraste o caminho heróico do serviço e da entrega sem ostentação nem exigências; faze que sejamos humildes, simples e fraternos, sem reclamar nunca honra, reconhecimento nem agradecimento. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.
gostei das leituras doevangelho muito significante,deus o abençoe.
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