8 de Novembro de 2013 - Evangelho - Lc 16,1-8
Neste evangelho Jesus
volta ao tema da riqueza. É mais uma parábola. A história do gerente esperto tem sido um problema para os intérpretes. Jesus incentiva a desonestidade? Como
o mostra o v. 8, ele está antes comparando a habilidade astuta dos que
pertencem a este mundo com a apatia dos honestos? O ponto de
comparação não é se o gerente é moral ou imoral em seus atos.
O gerente ou
administrador foi descuidado na gestão dos bens do empregador. Diante da ameaça
de expulsão, sabe que não conseguirá recomendação para um emprego semelhante.
Não tem a força física necessária para o trabalho braçal e mendigar seria
vergonhoso demais. Enquanto há tempo, ele usa sua posição a fim de fazer amigos
para o triste futuro. Reduz a dívida de todos os devedores do seu senhor (só
são descritos os dois primeiros casos), esperando que eles se lembrem. Parece
que o gerente agiu de maneira irresponsável com os bens do patrão. A acusação
contra ele, entretanto, não era a desonestidade, mas o desperdício e a má
administração; e em seus preparativos para o futuro talvez ele também não tenha
sido desonesto, ou seja, na verdade, ele não roubou o patrão. Com freqüência, o
pagamento dos intendentes era tirado dos juros cobrados nos empréstimos, ou
seja, da comissão a que tinha direito. Neste caso, as quantias que deduziu dos
débitos individuais podem ter sido juros (exorbitantes) originalmente
destinados a ele. A usura era contra a Lei (Ex 22,24). Rasurando esse encargo
extra, podemos ver o gerente reformando sua vida e realizando um ato de
justiça!
Entretanto, o
ensinamento de Jesus é um apelo para "os que pertencem à luz" serem
tão empreendedores na busca do Reino quanto este gerente foi ao tentar arrumar
um lugar para si neste mundo. Em seguida, Jesus apresenta um corolário sobre o
uso da riqueza mundana em preparação para a eternidade. O gerente astuto usou
seu dinheiro para preparar uma morada terrena, mas, embora possa ser associada
ao mal (é chamada literalmente de "Dinheiro enganador" ),
a riqueza terrena pode ser posta a serviço do Reino de Deus. Pode ser dada como
esmola aos pobres e humildes para que seus benfeitores partilhem com eles um
lugar no Reino
Há uma conclusão sobre o
serviço dirigida aos seguidores de Jesus. Como neste mundo, assim também no
Reino: a honestidade nas pequenas coisas leva a uma confiança maior. Isso
se refere às realidades espirituais, mas também diz respeito ao serviço
material. A comunidade de Jesus terá de lidar com problemas de intendência
espiritual e material. Há sempre o perigo de subordinar o espiritual ao
material sem perceber que um novo senhor assumiu.
As paróquias têm de ser
administradas por pessoas que entendem alguma coisa de contabilidade, mas acima
de tudo honestas. Infelizmente, como acontece às vezes com os corais, onde as
pessoas de lindas vozes nem sempre são cristãos praticantes, também nem sempre
os contadores são pessoas engajadas na fé.
Conheci uma comunidade
cujo Santo padroeiro é muito visitado em seu dia de festa, e essa romaria rende
muito dinheiro. Acontece que a referida paróquia simplesmente se
transformou economicamente em uma empresa, na qual os mais chegados usufruíam
de polpudas somas. Isso acabou rapidinho graça a Deus, com a
intervenção do Sr. Bispo.
Não podemos esquecer que
somos filhos da luz e precisamos tomar cuidado na administração das coisas de
Deus, pois como disse Jesus, "...os filhos deste mundo são mais
prudentes do que os filhos da luz no trato com seus semelhantes. " Isso
quer dizer, que são mais espertos ao lidar com a riqueza em relação
ao seu semelhante. Repetindo, na administração do dinheiro da paróquia é
necessário que haja alguém que entenda de economia, mas que seja acima de tudo,
uma pessoa de confiança. Não nos esqueçamos que vamos presta conta da
administração dos bens materiais e do dinheiro pertencente a Deus.
Sal
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