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quarta-feira, 29 de maio de 2013

O que Deus faz em nós -Alexandre Soledade



Bom dia!
Notamos no evangelho de ontem que tanto os discípulos quanto nós precisamos nos policiar no que se diz a verdadeira face de ser cristão. Ontem notamos que o desapego é um passo importante na construção de pessoas melhores… E hoje?
Sim! É natural e humano que precisamos de elogios e reforços positivos para continuar a caminhar. Sabemos que não é o certo, mas nossa motivação e alegria são bem atreladas aos “tapinhas nas costas” que recebemos. Seria hipócrita se dissesse que isso não existe, mas o que tenho a dizer é que para isso também é preciso disciplina e sobriedade.
Quanto à disciplina…
É importante saber que nem tudo que queremos, teremos, mas que tudo que pedimos, Deus sempre nos ouve. Os apóstolos pediam muito mais do que haviam ganho o direito de ter ou lutado para conseguir. Jesus narrava sua sina e sua morte, no entanto havia apenas a preocupação com que seriam, que posto teriam ou ocupariam no céu.
Jesus sondava seus pensamentos; mexia com seus paradigmas; fazia vibrar os conceitos. Ele já havia exortado que o menor seria o maior, que aquele (a) que fosse, por amor a mensagem de vida, humilhado, seria no fim exaltado, mas como nós, os discípulos estavam presos a uma cadeia, denominada por Augusto Cury como cárcere intelectual.
“(…) Um dos maiores problemas enfrentados por Cristo era o CÁRCERE INTELECTUAL em que as pessoas viviam, ou seja, a RIGIDEZ INTELECTUAL com que elas pensavam e compreendiam a si mesmas e ao mundo que as envolviam. Por isso, apesar de falar da fé como ausência da dúvida, ele também era um mestre sofisticado no uso da arte da dúvida. Ele a usava para abrir as janelas da inteligência das pessoas que o circundavam”. (Augusto Cury – Mestre dos mestres)
A disciplina esta em não se render as pequenas coisas, que aos nossos olhos parecem valiosas.
Quanto à sobriedade…
Estar sóbrio é estar centrado, lúcido, apto a entender e responder pelo que esta acontecendo. O que Deus faz em nós e através de nós deve ser dado os créditos a Ele, portanto nenhum de nós deve “se achar” por ter feito o seu trabalho bem feito. Deus tanto age no “Chico” quanto no “Francisco” e os milagres não acontecem somente pelas mãos desse ou daquele padre famoso, mas pelo filho de Deus que consegue tocar o Senhor.
Quarta feira passada o evangelho narrava o pedido do Senhor para que não segregássemos aqueles que fazem e trabalham em Seu nome, mas algo é preciso ser dito diante desse fato: nossa maldade tem impedido que se cumpra.
Quantas pessoas talentosas existem em nossas comunidades, mas não são treinadas, ouvidas, levadas em consideração? Quantos “Davis” se escondem em meio a irmãos imaturos prontos para conduzir nosso povo, nossos grupos, pastorais, mas que não recebem a devida chance, por não fazerem parte de uma panela, de um grupinho? Quantas comunidades sofrem pelo fato de pessoas assumirem permanentemente coordenações de movimentos, EACs e CPCs como se fossem “donos”?
Sofremos em nossas comunidades, pois nossas lideranças não sabem educar, temem dizer “não”, são relutantes ao novo; nossos grupos sofrem pois ensinaram sobre os milagres que aconteciam a dois mil anos, esquecendo de mostrar que existe um milagre a cada manhã que temos a graça de levantar. Muita gente perdeu a fé, pois espera muito mais do que realmente trabalha para obter.
Observemos a primeira leitura:
“(…) Dai a recompensa àqueles que esperam em vós, mostrai que os vossos profetas tinham razão. Escutai, Senhor, a oração dos vossos servos, pela benevolência que tendes para com vosso povo, conduzi-nos no caminho da justiça, e que o mundo inteiro reconheça que vós sois o Senhor, o Deus de todos os tempos”. (Eclesiástico 36, 18-19)
Lembremo-nos do evangelho : Buscai primeiro o reino de Deus e tudo mais nos será dado por acréscimo e não Buscai primeiro “tudo mais” e Deus será lhe dado por acréscimo.
Busquemos a disciplina e a sobriedade! Elogios e prodígios nos movem, mas é a fé, o amor e a caridade que nos sustentam.
Um imenso abraço fraterno.



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