QUINTA FEIRA DEPOIS DE PENTECOSTES 23/05/2013
1ª Leitura Eclesiástico 5,
1-10
Salmo 39,5ª “Feliz o Homem
que pôs sua esperança no Senhor”
Evangelho Marcos 9, 41-50
“Nossos pequeninos....” - Diac.
José da Cruz
A gente lê esse evangelho e
imediatamente pensa nos “escândalos” que vez ou outra abalam nossas comunidades
e a própria Igreja, principalmente os que ocorrem no campo da sexualidade e
assim, parece que o resto dos nossos pecados não é escândalo. Este evangelho
não é um apelo a moral e aos bons costumes, como alguém possa pensar, mesmo
porque, a m oral cristã e os bons costumes deve sim fazer parte da nossa vida
de cristãos.
O escândalo tem uma vítima
certa nesse evangelho: são os pequeninos! Se for compreendido como crianças,
vamos voltar a pensar no escândalo da Pedofilia, cometido contra crianças sim,
em casas religiosas e comunidades cristãs, por pessoas que em seu sacerdócio
têm a missão de acolher e proteger os pequenos e não aproveitar-se deles, para
saciar um instinto bestial e incontrolável. Mas também não é isso. Os
pequeninos mencionados no evangelho não são as crianças.
Então mudamos o foco e
olhamos no contexto social, pronto ! Pequeninos são os pobres e necessitados
que frequentam á comunidade, e que precisam ser acolhidos e assistidos em suas
necessidades. Sem dúvida que essa é uma verdade evangélica, que deve e precisa
ser praticada nas comunidades, se elas quiserem ser realmente cristãs. Mas o
foco não é esse...
Só lembrando que Jesus é
extremamente rigoroso quando fala daquele que provocou o escândalo contra os
pequeninos: deveria amarrar uma pedra de moenda no pescoço e atirar-se ao
mar!
Vamos então desvendar esse
mistério. Em nossas comunidades há pessoas que testemunham uma Fé descomunal,
são realmente fervorosos no testemunho que dão em suas vidas. Levam uma vida de
oração, pautada pela Santa Palavra, recebem a Eucaristia com frequência,
enfrentam provações e tribulações e não se deixam abalar. Não estou inventando.
Na nossa comunidade existe pessoas assim, cujo exemplo nos estimula a buscar
também a santidade.
Mas...há outras que não são
nada disso, rezam de vez em quando, vão a missa de vez em quando, só entram na
igreja em dias de Batismo de algum parente ou casamento de alguém, mas se dizem
cristãos e há até quem frequente a comunidade. Quando estamos diante dessas
pessoas sentimos uma grande vontade de “Rasgar o verbo” e dar nelas uma boa
sacudida para que acordem e comecem a viver o verdadeiro cristianismo. Eis aí
os “pequeninos” que Jesus fala nesse evangelho, e que ás vezes, por causa de
uma palavra mais “dura” de nossa parte ou das nossas lideranças, ficam
aborrecidas e se afastam da comunidade, perdendo o pouquinho de Fé que tinham.
Contra eles temos muitas
vezes gestos bruscos com nossos membros, olhares maliciosos e irônicos, e assim
os conduzimos ao pecado da “ruptura”, perdendo a oportunidade de amá-los,
acolhê-los e os aproximarem-se mais de Cristo Jesus, incentivando-os a
permanecerem na comunidade e a crescerem cada vez mais na Fé. Agora já sabemos
quem são os “pequeninos” da comunidade e como o Senhor quer que os tratemos.
Eles estão lá nas assembleias de Casamentos e Batizados, ou mesmo em nossas
pastorais e movimentos. São pequenos na Fé, talvez, mas nutrem amor pelo Cristo
e cabe a nós fazer com que cresçam e se tornem maduros na Fé. É o desafio que
Jesus hoje nos lança...
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