Mateus 4, 12-17; 23-25
João foi preso - Alexandre Soledade
Bom dia!
Escrevi esse texto ano passado, mas
seu contexto ainda é muito atual...
A grande preocupação dos evangelhos
dessa semana será em apresentar a divindade de Jesus perante as coisas que
acontecem e nos cercam. Veremos manifestações de curas prodigiosas, desafios às
leis físicas que conhecemos (andando sobre as águas), declarações públicas do
seu ministério... É preciso então não deixar de perceber, nos evangelhos dessa
semana, que Deus se manifesta através de Jesus.
A primeira idéia de revelação ou
epifania (lembrar que celebramos a epifania nesse domingo) esta associada à
chegada dos magos a Belém e quando lá chegaram, depararam com o menino, seu pai
e Maria na manjedoura. Mais tarde, aquele mesmo menino é revelado novamente no
seu batismo no Jordão; e como citei no parágrafo acima, ele se deixa revelar na
vida e convívio com seus apóstolos, e nesse fato que me prendo a atenção...
É preciso estar atento as “epifanias”
do Senhor em nossa vida. Repare a ênfase que dou no fato de muitas vezes o
Senhor se revelar no nosso conviver, mas não nos atentamos, ou talvez,
hesitamos em atestar a sua presença.
É real que por desatenção ou
preocupação demasiada deixamos passar por nossos dedos novas multiplicações de
pães, milagres, curas, sorrisos, abraços, (...). Sim, esses últimos também,
pois neles Deus também se revela aos irmãos. Reparemos quem foram os escolhidos
para ver a epifania do Senhor no Jordão? Foram aqueles que de fato não tem
nossos sorrisos, nossos abraços, nossa atenção e tão pouco os conhecemos. Por
ventura quem eram os pastores que viram Jesus na manjedoura? Outros, para nós,
desconhecidos.
Jesus de fato, inicia seu ministério
após o batismo, sob os olhos ATENTOS daqueles com quem se preocuparia durante
toda sua vida pública. Sempre cito isso: Uma igreja lotada poderá ter de 100,
200, 500 pessoas ou mais, filhos e filhas de Deus que precisam muito Dele em
suas vidas, pessoas essas que nunca nos falaram qualquer coisa ruim sobre nosso
trabalho, nossas vidas, (...); que geralmente sentam nos bancos mais afastados
e lá, no silêncio, clamam ao Senhor por ajuda...
Se foi e ainda é a esses filhos que o
Senhor resolve se manifestar, por que não tornar o local mais receptivo para
esse encontro através de um belo canto, da acolhida, de uma boa preparação, no
zelo pelas leituras? Se tudo isso é nosso dever, por que HESITAMOS? Por que é
que temos mania de fazer coisas “meia-boca” para Deus, entretanto, quando “o
trem aperta” para nosso lado, me transformo no mais fervoroso dos devotos
(hunf).
Outro triste fato é que temos mania
de “selecionar” os que verão a epifania, se na verdade o Senhor já os escolheu. “(...)
este povo, que jazia nas trevas, viu resplandecer uma grande luz; e surgiu uma
aurora para os que jaziam na região sombria da morte”. Vemos isso quando
“elegemos” em nossas comunidades, grupos, pastorais, etc, pessoas que querem
aparecer mais que o próprio Jesus que foi para cruz.
O engraçado é que Deus, mesmo assim,
age em nós “meia bocas”, mas é claro que poderia fazer muito mais. Se hoje
vemos poucos milagres é por que faltam os que tragam os peixes, talvez por não
conseguir ver a grande epifania do Senhor em nossas vidas
“(...) Porque é gratuitamente que
fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom
de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie. SOMOS OBRA SUA,
CRIADOS EM JESUS Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para
que nós as praticássemos”. (Efésios
2, 8-10)
A grande Epifania do Senhor esta na
salvação de cada filho que o encontra. Sim, somos humanos, limitados e frágeis,
mas com certeza da pra sermos ainda melhores no que fazemos e daí veremos
novamente, grandes multidões o acompanhando.
Um imenso abraço fraterno.
Alexandre Soledade de Paiva Ramos
“(...)
Quero conhecer os pensamentos de Deus... O resto é detalhe.
Albert
Einstein
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