Bom dia!
A missão pública de Jesus atingia sem distinção todas as camadas da
sociedade. Ele não se importava se eram ou não da Judéia, se eram pobres ou
cobradores de impostos. Ele se dedicava aquelas ovelhas a qual percebia que
pareciam sem pastor.
Será que consigo imaginar a quantidade de pessoas que vinham procurá-lo?
Consigo colocar-me na situação trazendo para nosso tempo? Quem já entregou
cestas básicas ou presentes no Natal deve ter isso mais visível em suas mentes…
As pessoas se acotovelam, brigam, se revoltam e ainda podem se tornar violentas
caso não sejam contempladas. Recordo certa vez que uma turma que estava conosco
quase foi linchada, pois não havia cestas ou sacolões suficientes para todos
que foram lá. Erramos em não planejar, não contávamos com o tamanho da
necessidade.
Um parêntese: Quantas vezes ouvimos e vemos na TV denúncias sobre
pessoas que não precisam, mas se cadastram em programas como bolsa família
pensando assim em levar vantagem sobre outras? Será que se Jesus vivesse em
nosso tempo, também não teríamos pessoas a sua procura mesmo não “precisando”
do que pede?
Jesus mantinha o foco naqueles que realmente precisavam e precisam Dele
por isso se afastava os seus olhos dos interesseiros. Nos evangelhos fica bem
claro que nunca se negou a ajudar quem conseguiu tocá-lo ou pelo menos o
procurou, mas parece que o Senhor adotou um “padrão”: as suas grandes
manifestações públicas foram vistas e presenciadas por aqueles que deixaram sua
situação de conforto e O procuraram no deserto. Deve ser por isso que ao
caminhar em direção da eucaristia na comunhão não façamos FILA e sim PROCISSÃO,
pois a fila denota a ideia de estar ali contra sua vontade, de mau gosto,
obrigado; a procissão caracteriza vontade própria, aquele (a) que não se
importará pela demora na espera, pois no fim valerá a pena (…).
“(…) Por isso a atrairei, conduzi-la-ei ao deserto e falar-lhe-ei ao
coração” (Oséias 2,16)
Sendo assim, afirmo que Jesus não condicionou ou condiciona suas bênçãos
à classes sociais, horas rezadas ou palavras difíceis na oração, mas a fé e a
riqueza dos nossos corações. É claro que quem tem uma oração mais frequente,
possivelmente deve passar mais tempo em harmonia e em sintonia com Ele, bem
como sabendo onde se esconde, mas isso não os torna melhores ou mais agraciados
que qualquer um que o procura.
Sendo assim parcialmente equivocado acreditar ou entender que a caridade
pela caridade salva alguém. Parafraseando novamente a musica de Moacir Franco:
que adianta a oração ou a caridade “se por dentro eu não mudo”.
A lepra que abandona o homem narrado nesse evangelho começa a cair
quando ele se põe de joelhos aos pés do Senhor. Quando não mais temia ser mal
falado pela população ou tão pouco se deixava abater pela idéia que estava
“condenado”. Esse homem demonstrou que não precisamos temer e tão pouco nos
envergonhar do que acredito quando estou buscando algo melhor.
Quantos têm medo de dizer no trabalho que vão à missa aos domingos por
vergonha do que os amigos pensarão? Falar de dízimo, nem pensar? Achei
maravilhosa uma entrevista de jogadores da seleção brasileira de futebol que
diziam ser deixados à parte, pois afirmavam ser de Cristo e em busca de algo
melhor num mundo onde reinam ilusões, promessas e dinheiro.
É de se admirar, mulçumanos deixam tudo que estão fazendo, viram-se para
sua cidade sagrada e rezam. Não se importam com que vamos pensar. Contudo
nossos jovens “correm” de uma identificação religiosa, mas o que fazer se nós,
que um dia carregamos nossas próprias lepras, não conseguimos convencer as
pessoas de algo que vivo e defendo, pois tenho receio ou medo do que pensarão
de mim?
“(…) Tomai precaução, meus irmãos, para que ninguém de vós venha a
perder interiormente a fé, a ponto de abandonar o Deus vivo. Antes, animai-vos
mutuamente cada dia durante todo o tempo compreendido na palavra hoje, para não
acontecer que alguém se torne empedernido com a sedução do pecado. Porque somos
incorporados a Cristo, mas sob a condição de conservarmos firme até o fim nossa
fé dos primeiros dias,” (Hebreus 3, 12-14)
Se meu testemunho for alem das palavras “(…). E gente de toda parte
vinha ( E VIRÁ) procurá-lo…”, pois já existe uma promessa sobre isso.
“(…) E quando eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a
mim”. (João 12, 32)
Jesus opera e se afasta. Procure-o no silencio do seu coração!
“(…) O Senhor disse-lhe: Sai e conserva-te em cima do monte na presença
do Senhor: ele vai passar. Nesse momento passou diante do Senhor um vento
impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava os rochedos; mas o
Senhor não estava naquele vento. Depois do vento, a terra tremeu; mas o Senhor
não estava no tremor de terra. Passado o tremor de terra, acendeu-se um fogo;
mas o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma
brisa ligeira (brisa suave)”. (I Reis 19, 11-12)
Um Imenso abraço fraterno!
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