Dia 16
Bom dia!
Como não ver qual era intenção de Jesus? Sua metodologia e andragogia
(forma de ensinar adultos) são bem nítidas no evangelho de hoje. Pergunte-se
quantas vezes ao lê-lo apenas vi o milagre sobre a febre da sogra de Pedro, mas
passou despercebido o processo para obtenção da graça.
Um parêntese (…): VER O QUE SE DESEJA VER. Esse fato é cada vez mais
comum. Sei que muito mais que uma organização das informações que recebemos e
temos pelo nosso cérebro, às vezes conscientemente abandonamos outras
informações, pois selecionamos o que desejamos ver, ouvir e até ler.
Delinearemos primeiramente para aqueles que já entenderam que tem um
compromisso com o próximo.
Repare nas linhas desse evangelho a suave e bem conduzida metodologia de
Jesus: Ele CHEGOU PERTO dela, SEGUROU A MÃO dela e AJUDOU-A A SE LEVANTAR. A
FEBRE SAIU da mulher, e ELA COMEÇOU A CUIDAR DELES.
De fato, Jesus se aproxima, nos segura pela mão, ajuda-nos a levantar
então a redenção acontece, a febre, o desanimo, o temor partem e de certa forma
a pessoa resgatada passa a entender (caem as escamas dos olhos) que passou a
ter um compromisso para que outros também se ergam.
Como ler isso e não sentir-se amado e também um pouco de pesar pela
nossa ingratidão? Quantas pessoas, bem definidas por São Tiago, pedem mal.
Ainda andam pelo mundo doentes, cabisbaixos, repletos de vaidades, orgulhos e
cobiça, debulhando-se em crendices e falsa fé (…); não querem ver que Jesus
primeiro oferece a mão para vê-los de pé, mas se vêem interessados somente pela
cura da febre, o carro novo, o apartamento novo.
Como poderemos sustentar a carga que o mundo nos oferece se estivermos
debilitados pela doença que nos paralisa e vicia chamada ganância, orgulho ou
vaidade? O que adianta mudar por fora, se rodear de bens visíveis e ostentáveis
se vivo aquela música do Moacir Franco que diz: “SE POR DENTRO EU NÃO MUDO”?
Muitos não conseguem ver que são prioridade para Deus? São eles que mais
precisam dessa aproximação de Jesus em suas vidas. Acreditam não precisar de
tamanho zelo, pois já tem quinze ou vinte anos a frente de uma obra, uma
pastoral, um movimento; ou já são avós e seus filhos nada poderão ensiná-los
sobre a vida; ou é sua própria atribuição ensinar, corrigir, zelar pelos
outros, mas como nós, também são seres humanos que erram e que precisam também
de ajuda. Quantas comunidades “sofreram” pelas truculências e falta de
sabedoria de um padre ou coordenador turrão? Quantos bons funcionários pediram
demissão por um chefe egocêntrico?
Outros, porém ainda não conseguem ver ou sentir o vinculo que temos ou
precisamos ter com os outros. Talvez não tenham culpa de verem a vida dessa
maneira, pois assim foram criados e acostumados, no entanto uma boa parcela
deles vive assim de vontade própria e conscientemente. Odeiam regras, não se
adaptam a sistemas de trabalho onde não podem impor suas regras; tentam
transformar o pensamento das pessoas para de certa forma atende-las; são
inteligentes e sabem manipular as pessoas pela emoção.
“(…) Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Deus
entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento indigno. São
repletos de toda espécie de malícia, perversidade, cobiça, maldade; cheios de
inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade. São difamadores,
caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, altivos, inventores de
maldades, rebeldes contra os pais. São insensatos, desleais, sem coração, sem
misericórdia. Apesar de conhecerem o justo decreto de Deus que considera dignos
de morte aqueles que fazem tais coisas, não somente as praticam, como também
aplaudem os que as cometem “. (Romanos 1, 28-32)
Vemos algumas delas em nossas comunidades, no trabalho, na faculdade, em
cargos de liderança ou de grande influencia. Por ter seu mundo seus próprios
umbigos talvez inconscientemente também façam de Deus alguém que deva
agradá-los, pois são capazes de trocar de igreja (de bairro para outro) ou
credo (católicos que se tornam evangélicos ou vice – versa) como se trocassem
de roupa se forem contestadas ou não contempladas.
Uma coisa é certa… Elas pedem muito. E como pedem.
Queremos um carro, mas não temos condições de pagar o IPVA, o
licenciamento; queremos um salário melhor, mas não curo minha compulsão por
comprar, gastar; busco a cura do filho drogado, mas não consigo diminuir a
distancia que nos separa; desejo melhorar de vida no entanto não gosto de
acordar cedo, estudar, trabalhar. (Hunf)
Como bem vimos, a fase inicial da graça é a aproximação de Jesus para
nos estender a mão e nos ver levantar. Precisamos deixar nossa vida nas mãos de
Deus, pois de fato Ele sabe o que precisamos. Pedir sim, mas assumindo nossa
parte após a redenção.
Reflita esse pensamento:
“(…) Um homem tem uma carga a ser transportada. Essa carga é sua missão
diária. O que pedir: Que Deus alivie o peso da carga ou lhe de forças para
suportá-la”? Repare bem no evangelho: Jesus não tirou as tarefas da sogra de
Pedro. Qual será a nossa escolha?
Um Imenso abraço fraterno!
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