CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2013
Fraternidade e juventude
Introdução
Todos os anos a
Igreja através da Campanha da Fraternidade nos propõe uma reflexão séria sobre
algum setor da sociedade em que a fraternidade está sendo ferida, deixada de
lado e por causa disso, colhemos sérias consequências. É o caso da nossa
juventude, a qual está jogada para as traças.
Os textos da
C.F. são muito bem elaborados, embasados em pesquisas, e portanto, ninguém
poderá dizer que se trata de afirmações ingênuas e inconsequentes, saídas das
mentes de seus elaboradores, na base do "achismo".
Infelizmente,
temos de lamentar um fato muito triste, que vem acontecendo há alguns anos.
Durante a Quaresma, na hora do sermão, dificilmente se ouve uma frase, uma
palavrinha a respeito da Campanha da Fraternidade do ano. Um fato muito
lamentável. A falta de tempo do celebrante o impede de preparar e encaixar em
sua homilia, pelo menos um breve comentário sobre o tema da C.F. do referido
ano litúrgico.
Como o nosso
objetivo primeiro é ajudar os catequistas, vamos apresentar agora um breve
comentário sobre o texto da C.F. 2013, para facilitar ou ajudar o seu sermão
dominical.
FRATERNIDADE E
JUVENTUDE
Lendo o texto da
C.F. 2013 a partir da página 85, terceira parte, Indicações para ações transformadoras, podemos concluir que
precisamos de muita coragem para mudar as estruturas
pastorais obsoletas da nossa Igreja, e adaptá-las aos tempos modernos, se
quisermos atrair os jovens para as nossas pastorais. Como podemos
constatar em nossas missas, o jovem está
fora da Igreja por causa das estruturas pastorais obsoletas, ultrapassadas, que
não têm nada a ver com as mudanças rápidas dos tempos atuais, e com o modo de
ser da juventude.
PRECISAMOS
ATUALIZAR PARA O JOVEM PARAR DE DEBANDAR.
E essa debandada
dos jovens está acontecendo porque muitas de nossas estruturas eclesiais não
abrem suas portas para acolher a
juventude, com sua linguagem, com seu jeito de ser, suas aspirações,
seus problemas, etc. Porque é muito mais
fácil manter uma catequese conservadora, falar a linguagem dos idosos, os quais
pelo medo do inferno, pois a morte está próxima, escuta com muita atenção. E os
jovens? Como ficam? Vão continuar se desviando do caminho de Deus rumo ao
inferno? E amanhã? Quem serão os nossos beatos? As nossas beatas? Simplesmente
eles não existirão, se continuarmos ignorando os jovens desse jeito.
Quando se fala
em abrir as portas para os jovens, não se trata de ser coniventes com os
absurdos que afligem essa faixa etária. Abrir as portas para acolher o jovem não significa que
estamos de acordo com o sexo livre, com a aplicação do aborto para a gravidez
indesejável, nem muito menos queremos com isso dizer que aprovamos casamentos
de pessoas do mesmo sexo.
O texto da C.F.
na página 87 afirma que "é importante
ir ao encontro daqueles que estão em grave situação de risco..." Sim. É missão nossa ir ao encontro das
ovelhas perdidas. Mais como a palavra diz, em muitos casos, já são casos
perdidos, e precisamos correr pois o tempo é curto. Precisamos impedir que os
bons jovens, aqueles que ainda acreditam em Deus, que aspiram vencer na vida,
se tornem também ovelhas perdidas.
Do mesmo modo,
tomemos cuidado com as pastorais de recuperação de drogados. Já aconteceu de muitos professores sofrerem
violências por estarem atacando, batendo de frente com o mundo das drogas...
Prezados
irmãos. A verdade é que precisamos fazer alguma coisa com a devida prudência.
"Sede simples como uma pomba e
prudentes como a serpente" . E a hora é agora. Estudemos o texto da C.F.
2013, e vamos a luta. Comente em seus encontros catequéticos, em suas homilias,
não fique aí parado. Os nossos jovens estão se naufragando em mar de lama, e a
pior consequência é que no futuro, quem serão os nossos governantes, os nossos
padres, os nossos fiéis? Com essa juventude que está aí o futuro da humanidade
está seriamente ameaçado.
Precisamos
urgentemente encontrar um meio atual, agradável, atraente, e inteligente de
atrair os nossos jovens para a Igreja! Ainda existem muitos bons jovens que
sedentos de Deus, poderiam nos ajudar. Tais bons jovens só estão fora das
missas, por vergonha, por medo do que os seus amigos possam dizer. Então, vamos
pedir ao Espírito Santo em nossas orações, ardentemente que nos iluminem no
sentido de conseguir usar os recursos modernos como a internet, para trazer de
volta as nossas ovelhas desgarradas...
Vamos
trocar ou deixar de lado por uns tempos,
a Pastoral da Conservação para iniciar uma pastoral Moderna e realmente
Missionária atual e atuante! Vamos
receber, os nossos jovens com suas feridas, suas frustrações, mas com sua
beleza, sua linguagem que apesar de assustar as beatas, é a linguagem da hora.
Tá ligada, Vó?
O jovem tem muita potencialidade, muita
criatividade. O que precisamos é
canalizar essa energia para a
construção de um novo mundo. E para isso, precisamos muito da colaboração dos
pais desses mesmos jovens. Precisamos do apoio das suas famílias, pois sem um
bom e santo empurrão dos pais, o jovem vai ficar escutando satanás pela boca de
seus colegas e amigos que o critica de estar indo à Igreja! Vamos todos
colaborar, vamos sair do comodismo e da Pastoral da Conservação, e partir para
uma Pastoral da Transformação do Mundo.
Sabemos que a coisa não é fácil. Porém, não nos esqueçamos de que Jesus
prometeu estar conosco até o fim dos tempos. E ainda, que as portas dos
infernos nunca se prevalecerão contra nós, que somos a Igreja de Jesus Cristo. O que está faltando é iniciativa da nossa
parte. Largar o comodismo, e buscar soluções. Escutar a voz de Deus após muita
oração, pois com certeza Ele vai nos orientar, nos mostrar os métodos práticos de atrair os jovens.
Acreditem!
Repetindo,
existem no mundo muitos bons jovens que, ao contrário do que se pensa, não são
ou não estão indiferentes diante das injustiças causadoras de violências. Estes
mesmos jovens se atraídos para uma nova Pastoral da juventude, poderiam atrair
outros jovens. Que tal se investíssemos esforços do tipo estudar como
arrebanhar a juventude para a Igreja? Isto porque a coisa é mais séria do que estamos
pensando! Hoje temos uma assembléia de adultos e idosos atuantes nas pastorais.
E amanhã? Quem serão eles? Será que estamos pensando no futuro mesmo?
A nossa
sociedade aplica medidas repressoras diante da violência, especialmente nos
assaltos, e invasões de residências semelhante a receitar analgésicos para
aliviar a dor de uma úlcera. Nunca vamos
curar esta ferida da sociedade, atacando o efeito, em vez de cuidarmos das
causas do mal que nos cerca a cada dia com maior intensidade. Precisamos diagnosticar e prescrever a
medicação certa para a causa das feridas no estômago, em vez de ficarmos
tomando analgésicos para nos livrar da dor, ou do efeito da úlcera estomacal, deixando as feridas se proliferar .
Isso gera uma
guerra social, uma guerra urbana, vivemos com medo, e com ódio dos que nos
roubam pois nos tornamos presas fáceis.
Por exemplo:
Em um
assalto. É muito fácil se revoltar, se indignar e
querer se vingar de um jovem que lhe assalta no sinal vermelho, da estrada que
passa ao lado de uma favela. Você pensa tudo de ruim a respeito daquele que
empunhando uma arma, lhe tira os seus pertences. Mas se ponha no lugar dele. Onde ele mora?
Não mora. Ele se esconde atrás de umas tábuas no sue barraco, ou no máximo numa
espécie de casa com paredes de tijolos sem reboco, numa área chamada favela, onde tudo é ruim: desconforto, mal
cheiro, intrigas, brigas, por que onde não se tem o pão, todos brigam e nenhum
tem razão.
Agora veja a
causa da revolta daquele jovem contra a sua pessoa que passa por ele bem vestido,
e dentro de um carrão: A televisão mostra nas novelas, todo mundo vestido com
roupa de primeiro mundo, tudo no maior luxo, levando uma vida acima da nossa
realidade, e muito além da triste realidade das favelas. E ele assiste isso lá
na favela. E para acrescentar, na T.V. da favela, este mesmo adolescente
assiste nos comerciais, aqueles tênis lindos, aquelas blusas da hora, e muito
mais que ele nem pode pensar em comprar, a menos que decida roubar.
Esta é a causa da violência. Esta é a causa geradora dos
assaltos. Uma economia onde existe uma grande disparidade na distribuição da
renda, onde uma minoria vive no luxo e na ostentação do poder econômico, e tem
de passar ao lado das favelas, onde estão os "ZÉS NINGUÉM " da vida, para os quais as novelas dizem que temos de ser gente fina, os
comerciais dizem que temos de consumir, e portanto aquela gente levam uma vida
sem sentido, uma vida de revolta, uma vida que ninguém merece.
Não estamos
defendendo aqueles que assaltam! Só estamos buscando ou mostrando o por que dos
assaltos, para que os doutores dirigentes
da nossa sociedade comecem a pensar na medicação certa para esta grande ferida
social. Para os legisladores deste país
comecem a atacar as causas em vez de atacar as consequências das nossas ulcerações
sociais.
Para evitar a
violência estamos investindo em mais armas, e mais policiais, os quais estão
sendo mortos por jovens protegidos pelo Estatuto do Menor e do Adolescente . Talvez
tenhamos de pensar em policiais robóticos.
Na verdade
estamos deixando de lado o cuidado que deveríamos ter com causas da violência.
Nossos jovens precisam do emprego que a globalização, a informática e os "pegue
e pague" do comércio lhes tirou, e por isso têm de se submeterem a
empreguinhos com remunerações insignificantes . Com um salário de 700,00
reais, por exemplo, o nosso jovem nunca pode pensar em construir uma
família. Nossos jovens precisam de estar
preparados para o mercado de trabalho através de cursos profissionalizantes.
Nossos jovens precisam de lazer sadios, de estímulos aos esportes, pois se
ficam ao Deus dará, se ficam à deriva
num mar de espertos navegantes, o resultado é o que estamos vendo aí. Sem emprego e sem chances de vencer na vida,
o que você acha que um jovem vai pensar? Ele vai pensar em um atalho para chegar
lá, vai pensar num jeito fácil de conseguir sua sobrevivência. E esse atalho é
roubar, assaltar, já que as nossas leis são muito maneiras, suaves, e
boazinhas. Já que a impunidade é uma realidade social do nosso país, para que
esquentar a cabeça? Assim pensa o nosso jovem!
Conclusão:
Precisamos investir na nossa juventude, e mudar as leis acabando com a
impunidade. Pois mesmo os poderosos que não fazem nada a respeito disso, por se acharem protegidos pelo poder material,
se enganam. Pois entrar e sair de suas residências, eles são tão indefesos,
vulneráveis e expostos ao perigo como
qualquer outro mortal. Desculpem. Nada contra os poderosos. Só estamos tentando
mostrar o outro lado da moeda.
Porque de nada
adianta: câmeras, e todo aquele aparato eletrônico e humano na segurança de
nossas residências, diante do poder de fogo dos invasores. Isso é um exemplo de
se enfrentar o problema pelos seus efeitos, em vez de encarar, ou cuidar das
suas reais causas. Causas sociais. Causas injustas, causas causadoras das
feridas sociais, que nos impedem de viver em paz, de viver em abundância. Em
outras palavras, A MAIS PROFUNDA CAUSA DE TUDO ISSO É A AUSÊNCIA DE DEUS NA
MENTE DO HOMEM.
(Pretendemos continuar este comentário...)
José Salviano
Palavras Sábias e verdadeiras. Deus o abençoe. Divulgarei no face este comentário. Com o seu nome é claro. Fique na paz de Deus!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBelo texto.Acredito que realmente é isto que está acontecendo em nossa sociedade.Cabe a nós,cristãos,mudar tbém a nossa maneira de evangelizar para que possamos atigir a junventude
ResponderExcluirE deu pra refletir basatante
ResponderExcluir