Bom dia!
O que seria desse milagre sem a intercessão de Maria? O que seria desse
milagre se os funcionários não tivessem a ouvido? O que seria desse milagre se
não tivessem enchido os potes até a boca?
Um milagre normalmente brota de algo que existe e poucas vezes ele surge
do nada, por isso a intercessão de Maria bem como a ação dos funcionários (ou
empregados) foi tão vital para que ele acontecesse. Sim! O milagre poderia
acontecer apenas com o toque de Deus, mas Deus não se intromete nas questões
humanas em respeito ao livre arbítrio.
Maria é a grande intercessora desse milagre, bem como de outras
situações que conhecemos ou já ouvimos, mas de que vale a sua intercessão se
não acreditarmos? Que vale a intercessão dos santos se não enchermos nossas
talhas de fé, tentando e acreditando, até o máximo da nossa capacidade?
O mundo hoje é tão cético e em alguns momentos devoto de tudo. Um povo
que não acredita em nada se choca com outro que acredita em tudo e no meio
desses “dois mundos” estão aqueles que têm fé. Os céticos preferem não
acreditar e depender do que conhecem, sabem, vêem e podem controlar e explicar;
os que em tudo acreditam põem Deus num patamar idêntico aos anjos, imagens ,
figuras, baguás, trevos, pés de coelho e elefantinhos virados para porta, mas
os que tem fé são aqueles que estão dispostos de acreditar e agir.
“(…) Por ora, todavia, “caminhamos pela fé, não pela visão” (2Cor 5,7),
e conhecemos a Deus “como que em um espelho, de uma forma confusa…, imperfeita”
(1Cor 13,12). Luminosa em virtude daquele em que ela crê, a fé é muitas vezes
vivida na obscuridade. A fé pode ser posta à prova. O mundo em que vivemos
muitas vezes parece estar bem longe daquilo que a fé nos assegura; as experiências
do mal e do sofrimento, das injustiças e da morte parecem contradizer a Boa
Nova; podem abalar a fé e tornar-se para ela uma tentação”. (Catecismo da
Igreja Católica § 164)
O milagre que espero que aconteça precisa começar pela minha tentativa
insistente e resistente para que ocorra. É acreditar do fundo do coração que
aquilo dará certo, mesmo sabendo que nem tudo depende de nossa vontade; é
acreditar, sem saber o porquê e encher as talhas. O milagre não surgirá do
nada, será preciso bater na rocha e acreditar que Deus estará à frente, mas por
ventura ele não ocorrer, nunca deixar de acreditar que mesmo assim Deus sempre
esteve perto.
“(…) O Senhor respondeu a Moisés: ‘Passa adiante do povo, e leva contigo
alguns dos anciãos de Israel; toma na mão tua vara, com que feriste o Nilo, e
vai. Eis que estarei ali diante de ti, sobre o rochedo do monte Horeb. Ferirás
o rochedo e a água jorrará dele: assim o povo poderá beber’. Isso fez Moisés em
presença dos anciãos de Israel. Chamaram esse lugar Massá e Meribá, por causa
da contenda que os israelitas tiveram com ele, e porque tinham provocado o
Senhor, dizendo: ‘O Senhor está ou não no meio de nós’?” (Êxodo 17, 5-7)
Jesus inicia seu trabalho em Caná, um trabalho que três anos depois o
levaria ao calvário e a nossa salvação pessoal. Desde que foi informada por
Simeão no templo que um flecha transpassaria seu coração, será que Maria, não
pedia em silêncio um milagre: que seu filho não sofresse o martírio que viria
ter? Por que não? Ela era sua mãe! Mas algo fez Maria ser diferente: Sempre
acreditou no projeto de Deus e que sua dor seria premiada com um vinho novo e
de melhor sabor. “(…) Todos costumam servir primeiro o vinho bom e, depois que
os convidados já beberam muito, servem o vinho comum. Mas você guardou até agora
o melhor vinho”.
Durante sua vida Maria sempre encheu suas talhas até a boca.
E nós? O quanto me empenho em acreditar e no que acredito?
Nossa Senhora , roga por nós!
Um imenso abraço fraterno.
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