16 de Fevereiro - Sábado depois das
cinzas
SÁBADO DEPOIS DAS CINZAS
16/02/2013
1ª Leitura Isaias 58, 9b-
14
Salmo 85 (86) , 11 a
“Ensinai-me vosso caminho, Senhor, para que eu ande na vossa verdade”
Evangelho Lucas 5, 27-32
A Alegria de Mateus- Diac. José da Cruz
Um cobrador de impostos deveria
ser uma pessoa bem triste, de um lado era usado pelo sistema Imperialista, para
arrecadar valores mas de outro, eram odiados pela maioria do povo e pela
liderança dos Judeus que viam neles pessoas inescrupulosas, exploradoras e que
roubavam do povo pobre e dos pequenos lavradores uma vez que, eram eles que
faziam suas próprias comissões. Basta aqui lembrar de Zaqueu que após a
experiência com Jesus, se mostrou disposto a restituir até quatro vezes mais,
tudo o que tinha roubado...
A verdade é que, viver dessa
maneira, embora se possa ter fartura de bens materiais, acaba sendo triste
porque se tem poucos amigos (os da mesma laia) não se tem auto estima, não se
pode contar com uma amizade sincera. Quando Jesus passou por Levi, que era o
nome de Mateus, o olhou de um modo especial, não era um olhar de ódio como os
demais Judeus, nem um olhar acusador que o maldiz... Mas era um olhar amigo que
manifestava um amor e um afeto gratuito e incondicional.
Mateus sentiu isso, viu algo
diferente em Jesus, senão não seria louco de o segui-lo, pois poderia cair em
uma armadilha. Interessante porque Mateus deixa de lado naquele momento, algo
que supostamente lhe dava felicidade, conforto e bem estar material, mas não o
fazia feliz enquanto pessoa. Percebeu que aquele homem que o chamava tinha uma
proposta inédita, talvez fosse sofrer prejuízos em sua economia, mas havia algo
que aquele Homem poderia lhe oferecer, e que o faria realizar-se como pessoa,
tendo a partir de então uma nova perspectiva que o dinheiro dos impostos não
conseguia lhe dar.
O mesmo se pode dizer hoje do
consumismo, que de maneira ilusória pode nos dar tudo, mas não nos pode fazer
feliz porque Segurança e Felicidade só encontramos no Senhor.
Está explicado porque Mateus
correu preparar um grande banquete para Jesus em sua casa. Ele queria comemorar
a Vida nova que recebera de Jesus naquele simples chamado. Mas aí surgiu um
problema... Os amigos que convidou para a festa especial eram todos da mesma
laia que ele. Possivelmente foi este o primeiro trabalho de evangelização do
mais novo discípulo, o evangelho não menciona, mas quem sabe quantos que
estavam ali, vendo o entusiasmo de Mateus e a sua alegria incontida, e
conhecendo de perto Jesus de Nazaré, que sentou à mesa com eles, comeu, bebeu e
se divertiu... Não tiveram suas vidas transformadas...
Se Jesus mantivesse a compostura
de um Judeu Fiel, jamais iria chamar Mateus para integrar o grupo dos
discípulos, e muito menos iria a casa dele, um ambiente mal freqüentado, por
gente impura e por inimigos do seu povo. É isso que os Fariseus e os Escribas
não compreendem, pois no modo de pensar deles, Deus só se relaciona e traz a
Salvação aos que o obedecem e cumprem a Lei de Moisés. Nem notaram que Deus
estava bem ali, ao lado deles, e que a sua Misericórdia e amor pelos pecadores
era a maior de todas as novidades que os homens poderiam esperar...
Qual é o Jesus que está em nossas comunidades? O
moralista ou Aquele que é todo amor e misericórdia, e que sabe acolher a todos,
mesmo os piores pecadores...
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