20- Quinta - Evangelho - Mt 22,1-14
Padre Antonio Queiroz
Convidai para a festa todos OS que encontrardes.
Neste Evangelho, Jesus nos conta a parábola dos convidados ao
banquete. O rei representa Deus Pai. O filho é Jesus Cristo, que realizou o
casamento de Deus com a humanidade. O banquete é o Reino de Deus, que tem na
Igreja a sua melhor expressão. Os convidados somos nós.
Os primeiros convidados são, naquele tempo, o povo judeu. Hoje, são
aqueles e aquelas que são convidados a seguir a Cristo, na sua Igreja, mas
recusam o convite. Eles vivem por aí, procurando a felicidade onde ela não
existe, sendo que ela lhes é oferecida a todo instante! Se realmente não
atenderem ao convite, serão mortos, isto é, perderão a vida eterna.
Os segundos convidados somos nós, quando acolhemos o convite de
Deus. Nós acolhemos o convite através do Santo Batismo. Mas não basta ser
batizado, precisamos usar o traje de festa, isto é, viver na graça de Deus, que
ele dá a quem obedece aos seus mandamentos. Viver em Comunidade é tão gostoso
que é como participar de um banquete. Mas precisamos dar testemunho dentro da
Comunidade, praticando o bem e evitando o mal.
Jesus não veio impor nada. Veio convidar, oferecer-nos um presente
maravilhoso, chamado Reino de Deus. É tão bom participar dele que é comparado
com um banquete.
“Nem todo aquele que me diz: Senhor! Senhor! entrará no Reino dos
Céus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus”
(Mt 7,21).
“Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o for a.” Essa
expulsão acontece de forma aparentemente natural; a pessoa, por um motivo ou
outro, acaba parando de participar da Comunidade cristã. Ele pensa que foi por
aquele motivo, mas, no fundo, foi Deus que o afastou, porque ele prefere
poucos, mas que dêem o bom exemplo. Vamos agradecer a Deus o fato de ainda não
termos sido expulsos da Comunidade cristã!
“Oh! Como é bom, como é agradável Os irmãos viverem juntos!” (Sl
133,1).
O rei cortou a amizade com os primeiros convidados. Se recusarmos o
convite de Deus, que nos vem de mil formas, dali para frente não seremos mais
os mesmos para Deus, porque recusar o seu convite é uma ofensa a ele. O convite
de Deus nos compromete, marca-nos como um selo. Não dá para ser mais ou menos
diante de Deus. Ou participamos pra valer, com o traje de festa e tudo, ou
somos riscados da lista dele. Cruz credo, não?
Todas as pessoas do mundo são convidadas ao banquete. Portanto, não
existe muro para alguém ficar em cima. Ou aceita e participa da festa eterna,
ou fica fora, “onde haverá choro e ranger de dentes”.
A vida em Comunidade, que se plenificará na Comunidade celeste, é
uma coisa tão gostosa que se parece com uma festa, é a festa do casamento de
Deus com o seu novo Povo, em Jesus Cristo. Por isso que o povo começou a chamar
o projeto de Jesus de Evangelho, que significa Boa Nova, Notícia Alegre. O
Reino de Deus é um presente que ganhamos de Jesus. Participar dele é mais
gostoso do que qualquer banquete. Apesar das cruzes que essa participação
envolve. Quem é católico e participa da Comunidade cristã mostra essa alegria
nos olhos, na alegria, no semblante, em tudo. Percebe-se até pela fotografia.
A Eucaristia é, aqui na terra, a expressão mais alta do banquete do
Reino de Deus.
Hoje nos celebramos a memória de S. Bernardo é um dos fundadores
dos monges cistercienses, que têm vários mosteiros no Brasil. Era francês e
nasceu no ano 1090. O terceiro de sete irmãos. Sua mãe se chamava Aleth e o pai
Tescelin. Quando Bernardo tinha dezessete anos, a mãe faleceu. Ele sentiu
muito, mas foi ajudado pela família, especialmente pela irmã mais velha,
chamada Humbelina.
Bernardo quis ser religioso e optou por um mosteiro recém fundado,
na cidade de Cister. Alguém lhe disse, para dissuadi-lo da idéia: “Este
mosteiro é o mais pobre e o mais rigoroso de todos”. Bernardo respondeu: “Foi
justamente por isso que o escolhi”.
Seus irmãos de sangue foram, um a um, acompanhando Bernardo e se
tornaram também monges. Até que sobraram em casa apenas o pai e o irmão mais
novo, chamado Nivaldo. Um dia, o pai disse a Nivaldo: “Filho, estou com vontade
de ir também para o convento. Você fica com essas terras e com os nossos bens
todos”. Nivaldo respondeu: “Pai, isso é o mesmo que dizer: Nós escolhemos o céu
e deixamos a terra para você. De modo nenhum. Eu também vou junto com o senhor
para o convento”. Pronto, fecharam a casa.
Bernardo atraiu para a vida consagrada muitíssimos jovens. Onde ele
chegava, persuadia uma turma de jovens a ingressar no convento. Sua influência
era tão grande que alguns pais começaram a impedir que seus filhos se
encontrassem com ele.
Quando Bernardo ingressou na vida religiosa, em Cister, a ordem
contava apenas com vinte membros. Mas o número aumentou rapidamente, tanto que
logo tiveram de fundar outro mosteiro, em Claraval. Foi ali que Bernardo viveu
até a morte. Daí o seu nome: Bernardo de Claraval.
Bernardo foi sempre rigoroso consigo mesmo, mas, com os outros, era
bem o contrário: extremamente benevolente, compreensivo e misericordioso.
Foi também escritor. Alguns de seus livros são lidos até hoje, como
por exemplo: “Os graus da humildade e do orgulho”.
Além de livros, Bernardo escreveu belíssimas poesias. Foi ele que
fez a oração a N. Senhora: “Lembrai-vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se
ouviu dizer...” Foi também ele que acrescentou na Salve Rainha as palavras
finais: “Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria”.
S. Bernardo faleceu dia 20/08/1153, com 63 anos de idade.
Certamente ganhou, no céu, o banquete eterno.
Maria Santíssima é uma atriz que dá ainda mais brilho à festa
iniciada por Jesus, chamada Reino de Deus. Que ela, e S. Bernardo, nos ajude a
não perder essa festa.
Convidai para a festa todos os que encontrardes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário