Bom dia!
Jesus nos desafia a compreendê-lo. Ele foge do modelo de qualquer tipo
de paradigma egoísta que cativamos.
Ao reconhecer Jesus, como aquele que os profetas diziam que estava por
vir e reinar, essa mãe se põe a tentar “garantir” um local de destaque para
seus filhos João e Tiago. Mas será mesmo que é importante ter um posto de
destaque, uma posição em evidencia para termos a atenção de Jesus? Será que
Deus seleciona as pessoas ou nos dá as mesmas oportunidades?
Pessoas se ferem, se agridem e até se matam para se evidenciar entre os
outros. São capazes de tudo para serem vistas, comandar, reinar, mandar… No
entanto o homem de Nazaré revela o que de fato é importante para ser visto por
Ele: dar-se como exemplo. “(…) Pelo contrário, quem quiser ser importante, que
sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de vocês.
Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida para salvar muita gente”. Creio que os apóstolos só foram entender de
fato essas palavras na última ceia, na cena do lava-pés.
Tenho um conhecido que é há anos chefe. Colegas de trabalho dele dizem
que ele não conseguiria mais trabalhar se não tivesse essa posição de comando.
Anos e anos mandando e comandando lhe deram muita experiência sobre liderança,
mas de certa forma, hoje já o limitam. Já não ouve novas ideias, faz as coisas
como as fazia há 10 anos; não se abre às críticas, sugestões, comentários;
parou no tempo…
Semana passada nossa reflexão nos convidava a renovar e arejar a terra
para a semente, será que eu não preciso de um novo ardor missionário, uma nova
motivação e não um lugar de destaque?
Um amigo meu, certa vez muito triste, revelou que em sua comunidade
existia uma “dinastia” a frente de sua pastoral. Coordenação que passa de pai
para filho, mãe para filha e quando sai da ordem familiar, são os apadrinhados
dele (a) que novamente sobem ao “poder”. Já notaram como algumas comunidades
sofrem com esses “donos” de pastorais?
“(…) Vocês não devem também ser chamados de “líderes” porque vocês têm
um líder, o Messias. ENTRE VOCÊS, O MAIS IMPORTANTE É AQUELE QUE SERVE OS
OUTROS. Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será
engrandecido“. (Mateus 23, 11-12)
Acostumamos ver essa situação como “comum” no meio dessa triste
politicagem que vivemos (infelizmente). Pessoas como a mãe de João e Tiago que
buscam certas regalias e postos sociais através de associações indevidas a
políticos ou pessoas de índole duvidosa, questionável e corruptível. Isso no
mundo deveria ser intolerável, pois o nosso momentâneo sossego e proteção de
hoje pode ser à custa do sofrimento, dos impostos e do suor de outros.
Depois não sabemos por que as coisas não dão certo pra nós, pois nos
omitimos a ver que às vezes colaboramos com o sofrimento dos outros sob a
justificativa que “tenho que trabalhar”.
Justificamos a pirataria; trabalhamos com políticos de má fé; pedimos
favores a poderosos; falsificamos atestados médicos, pedimos voto com a
intenção única de ganhar um favor e não o bem de todos… Fazemos alianças com a
maldade e ainda dizemos que estamos buscando a santidade…
“(…) O que faz o mal não é a tentação em si, MAS O CEDER À TENTAÇÃO. Na
tentação de Jesus, o que conta realmente não é a materialidade dos lugares e de
coisas, onde e como foi tentado, mas como reagiu a consciência de Jesus”. (Dom
Geraldo Majella)
Se, no mundo que vivemos, já deveria ser intolerável essa atitude.
Imagine no ambiente cristão. Não se pode admitir que dentro da esfera onde Deus
é nosso único pastor, a liderança de falsos pastores, pessoas egoístas e mal
resolvidas que afastam as pessoas. É verdade também que Deus escolhe as
pessoas, até mesmo os mais difíceis de lidar e conviver. Pedro, Paulo, Moisés,
Elias, não eram pessoas fáceis, no entanto, em defesa a eles aparece a
fidelidade ao projeto. Então, mesmo em meio a erros, sejamos fieis. Deus não
permitirá que isso prevaleça. Uma hora as alianças com a maldade se desfazem… A
ovelha descobre o tempo que perdeu.
Um imenso abraço fraterno!
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