Bom dia!
Será que temos a dimensão desse reino? Temos noção concreta que todos
são acolhidos e recolhidos por essa rede? Temos ainda problemas em entender que
não sou eu que escolho quem deve entrar na rede e tão pouco quem ficará no
cesto? Dom Alberto certa vez disse:
“(…) Nada antepor a Cristo. É esse pedido que faço hoje. Que nada passe
na frente Dele. Que nenhuma escolha, que nenhuma outra coisa seja preferida no
lugar de nosso Senhor Jesus Cristo”. (Dom Alberto Taveira)
O Senhor um dia nos convidou e volta a nos convidar a lançar as redes, e
talvez na direção que nunca imaginei.
Por acaso temos nos lançado mar adentro para buscar novos cardumes ou
nos acostumamos a pescar no aquário? Estamos ainda esperando que as pessoas
venham a nós? Não desacredito que o Bom Pastor as traga ao seu redil, mas não é
hora de desenterrar esse talento para resgatar o irmão ao invés de apenas ficar
esperando o meu senhor voltar.
“(…) Quero dar um outro acento à tarefa da RCC… Chamem as pessoas para a
Igreja. Por favor, vocês encontrarão muita gente sem os sacramentos do batismo,
sem 1ª comunhão, sem crisma. Mesmo quem não é catequista formalmente, seja a
pessoa que ecoa a Palavra de Deus em sua vida, no seu comportamento para que
isso chegue a muitos. Siga Jesus sem medo de dar respostas”. (Dom Alberto
Taveira)
Nossa igreja é como Padre Joãozinho diz: um dínamo. Não é estática. O
vento sopra para onde quer e não como quero. A igreja publicou as Diretrizes
Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011 a 2015, já lemos? O
Documento de Aparecida… Estamos pondo-o em prática?
Por vezes achei que estava sozinho, pois às vezes parece que nossas
comunidades (as pessoas) parecem andar na contramão do que a igreja pede. Vemos
grupos de oração mais parecendo com igrejas protestantes, vemos a falta de
paciência e compromisso das pessoas, vemos as pessoas não querendo ser
corrigidas… Enquanto isso quem perde são as ovelhas que desejam um lugar seguro
pra voltar e quando nos vêem brigando, fogem.
Sei que não estou só nesse pensamento:
“(…) A primeira experiência de São Bento foi a solidão. Uma solidão
habitada por Deus. Uma solidão digna. Ficar sozinho por si mesmo não é sadio e
nem tem sentido. Mas essa solidão habitada pela presença de Deus, essa sim é
digna. Essa solidão atraiu outras pessoas, que quiseram viver junto dele. E a
família espiritual de Bento cresceu e gerou frutos pelos séculos no mundo
inteiro. Ele perdeu o medo, encheu-se de coragem, formou pessoas e ajudou a
muitos a se aproximarem de Deus”. (Dom Alberto Taveira)
Quando reafirmo sobre o que padre Joãozinho diz sobre a natureza
dinâmica do Espírito Santo estou colocando certa conotação a frase do Senhor
“Verdades novas e verdades velhas”… Falo isso, pois até um tempo atrás nosso
foco era a formação, o reconhecimento das pessoas dentro de nossas comunidades
e a necessidade emergencial daqueles que mais precisavam, mas hoje, movidos
pelo mover proposto em Aparecida chamado de “discípulo missionário”, temos que
ir além de nossos muros.
Nossa formação não pode ser mais baseada em pequenas resenhas ou
apostilas, precisamos de estudo, mas realmente sólido. Documentos da Igreja,
subsídios pastorais da CNBB e principalmente um estudo mais refinado da Bíblia
e da exegênese.
Pessoas nesse mundo estão cada vez mais sozinhas, depressivas,
angustiadas e sedentas de palavras de conforto, amizade e carinho (…) e nós
aqui com uma pá na mão e com o talento na outra, prontos para enterrá-lo.
Não é a RCC ou o ECC ou MCC ou a Pastoral A ou B, o Espírito Santo
dínamo de nossa igreja e nossa fé nos convocando a cumprir a vontade daquele
que é o Senhor de nossas vidas:
“(…) Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi.
Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. (Mateus 28, 19-20)
Vamos apresentar as pessoas o tesouro que encontramos e vendemos tudo
para alcançá-lo.
“(…) Vocês entenderam essas coisas”?
Escrevi esse texto ano passado… E o que mudou?
Um imenso abraço fraterno.
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